Cansado de carros cheios de “tecnologias modernas” que só dão dor de cabeça? Confira a lista com 10 modelos raiz, com motor quatro cilindros, sem correia banhada a óleo, sem turbo e longe das famigeradas caixas de dupla embreagem.
Enquanto a indústria automotiva avança com tecnologias sofisticadas, uma parcela dos consumidores brasileiros ainda prefere carros com mecânica tradicional.
Fiéis ao motor aspirado, ao câmbio manual e à durabilidade das correntes de comando, esses motoristas rejeitam inovações como os motores três cilindros, a correia dentada banhada a óleo e as transmissões de dupla embreagem — sistemas que, apesar de modernos, acumulam críticas devido a falhas mecânicas e altos custos de manutenção.
De acordo com reportagem do jornalista José Casado, da revista Veja, muitos brasileiros têm se decepcionado com os efeitos colaterais das novas soluções técnicas.
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O caso mais recente envolve a linha Chevrolet equipada com motor 1.0 turbo: Onix, Onix Plus, Tracker e Montana enfrentaram graves problemas com a correia dentada banhada a óleo, cujo desgaste precoce causou prejuízos a inúmeros proprietários.
Além disso, o histórico da dupla embreagem da Ford, que afetou modelos como EcoSport, Fiesta e Focus, ainda assombra os consumidores.
Mesmo os motores três cilindros continuam cercados de desconfiança, apesar de avanços na engenharia.
Muitos acreditam que esse tipo de propulsor tem vida útil mais curta, enquanto outros evitam os turbos por considerá-los frágeis ou sensíveis à manutenção irregular.
Pensando nesse público que valoriza o “carro raiz”, elaboramos uma lista com 15 modelos disponíveis no Brasil que não adotam motor turbo, correia banhada a óleo, três cilindros ou transmissão de dupla embreagem.
São veículos com engenharia mais simples, já bem testada e aprovada nas ruas. Confira os detalhes:
Fiat Argo 1.3 Firefly
Entre os hatches compactos, o Fiat Argo 1.3 se destaca pela confiabilidade.
Equipado com motor Firefly de quatro cilindros, aspirado, com corrente de comando e até 107 cv, o modelo pode vir com câmbio CVT com sete marchas simuladas.
O Argo ainda oferece a versão 1.0 três cilindros, mas esta não possui turbo — um alívio para quem busca simplicidade.
Fiat Pulse 1.3
Embora tenha sido o primeiro da marca a estrear o motor 1.0 turbo da Stellantis, o Pulse ainda traz uma versão conservadora.
A configuração 1.3 Firefly, de 107 cv, quatro cilindros, continua disponível, combinada à transmissão CVT. É uma opção robusta, ideal para quem quer um SUV urbano sem surpresas na mecânica.
Fiat Strada 1.3
Sucesso absoluto de vendas, a Fiat Strada continua apostando no velho conhecido motor Firefly.
O 1.3 aspirado, com até 107 cv, pode ser encontrado com câmbio manual ou CVT, oferecendo uma solução equilibrada entre performance e manutenção.
É uma das poucas picapes que ainda permite a escolha por câmbio manual.
Honda City 1.5
Desde sua estreia em 2009, o Honda City nunca abandonou o motor quatro cilindros aspirado.
Na atual geração, o sedã usa injeção direta, desenvolvendo 126 cv e torque de 15,8 kgfm.
A corrente de comando e a ausência de turbo são garantia de confiabilidade, mesmo com o câmbio CVT que simula sete marchas.
Honda HR-V 1.5
O SUV HR-V é outro modelo da Honda que ainda aposta em motor aspirado.
Apesar de ter versões com turbo, a configuração com o motor 1.5 de 126 cv continua disponível. É a mesma mecânica do City, voltada para quem busca durabilidade e menor complexidade.
Nissan Sentra 2.0
Lançado em nova geração no Brasil em 2023, o Nissan Sentra surpreendeu ao não seguir a tendência dos sedãs médios com motor turbo.
De acordo com dados da fabricante, o modelo utiliza motor 2.0 aspirado com 151 cv e torque de 20 kgfm, associado a um câmbio CVT com oito marchas simuladas. Uma proposta conservadora que prioriza a longevidade.
Renault Duster 1.6
Um dos últimos SUVs “raiz” do mercado, o Renault Duster mantém o motor 1.6 SCe com corrente de comando.
Essa versão desenvolve 120 cv e está disponível apenas na configuração de entrada Intense Plus. Com câmbio manual de cinco marchas, é ideal para quem evita sistemas mais sofisticados.
Toyota Corolla 2.0
Mesmo com o avanço das versões híbridas, o Corolla segue oferecendo uma configuração tradicional.
O motor 2.0 aspirado rende 175 cv e 21,3 kgfm de torque, com corrente de comando e câmbio CVT que simula dez marchas. É uma referência em durabilidade no segmento dos sedãs médios.
Toyota Corolla Cross 2.0
O SUV médio da Toyota compartilha o conjunto mecânico com o sedã Corolla.
Na versão convencional, sem assistência elétrica, o Corolla Cross é o único SUV da categoria com motor aspirado, ideal para quem procura um utilitário com foco em robustez.
Volkswagen Saveiro 1.6
Veterana nas estradas brasileiras, a picape Saveiro ainda usa o resistente motor EA111 1.6 aspirado.
Com quatro cilindros, câmbio manual e sem correia banhada, a Saveiro é a única da linha Volkswagen que resiste às modernidades, mantendo um projeto mecânico mais simples e barato de manter.
Por que consumidores preferem a mecânica raiz?
Além da confiabilidade, o custo de manutenção dos modelos tradicionais é um dos principais atrativos. Motores aspirados com corrente de comando exigem menos intervenções.
A ausência de turbo ou correia banhada evita problemas caros e inesperados.
Vale lembrar que muitos casos de falhas em carros modernos envolvem uso de lubrificantes inadequados, manutenção fora da concessionária ou componentes de baixa qualidade.
Mesmo assim, a reputação dos sistemas mais complexos acaba sendo prejudicada.
Segundo levantamento da Fenabrave, em 2024, os modelos com motorização tradicional continuam liderando as vendas entre pessoas físicas, especialmente fora dos grandes centros urbanos.
Afinal, vale a pena apostar em carros com mecânica tradicional?
Para quem prioriza durabilidade, menor custo de manutenção e simplicidade, sim.
Os carros “raiz” continuam sendo boas escolhas, especialmente para quem roda bastante ou pretende ficar muitos anos com o veículo.
Com cada vez mais tecnologia embarcada nos carros atuais, a pergunta que fica é: você ainda prefere a mecânica simples ou está disposto a encarar as novas tecnologias automotivas?