Renault prepara atualização do Kwid a combustão com visual do elétrico, mas cortes em equipamentos indicam foco em preço acessível. Modelo já roda em testes na Índia e deve chegar com design renovado, porém conteúdo simplificado.
Carro mais barato do Brasil terá visual do irmão mais caro, mas sem ar-condicionado moderno e painel digital de 7 polegadas; veja o que se sabe sobre o novo Kwid
O Renault Kwid a combustão passará por atualizações e deve adotar o visual inspirado no Kwid E-Tech 2026, porém sem repetir todo o pacote de equipamentos do elétrico.
A confirmação de que o modelo seguirá seu próprio cronograma foi feita por Ariel Montenegro, presidente da Renault do Brasil, durante a apresentação do E-Tech.
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Ainda não há detalhamento oficial sobre quais itens serão preservados ou retirados.
Linha vai manter o Kwid a combustão
Questionado sobre o futuro do subcompacto movido a gasolina/etanol, Montenegro indicou que o Kwid a combustão continuará em linha e receberá novidades em breve, separadas do planejamento do E-Tech.
Segundo o executivo, a versão térmica não será “exatamente igual” ao elétrico; a declaração foi dada sem especificar se a diferença diz respeito ao desenho ou à lista de equipamentos.
Reestilização com foco no design do E-Tech
Imagens de testes na Índia mostram um protótipo amplamente camuflado, mas já com assinatura visual semelhante à do E-Tech, incluindo formato dos faróis e das lanternas, além de grade redesenhada.
Na traseira, as lanternas exibem novo arranjo em LED e uma faixa em preto brilhante que conecta as extremidades, solução que aproxima a peça do estilo do elétrico.
Conforme apurado, todas as partes de carroceria teriam sido revistas, exceto o teto.
Interior do elétrico serve de referência, mas nem tudo migra
Por dentro, o Kwid E-Tech marcou evolução relevante.
O painel foi redesenhado, o quadro de instrumentos 100% digital de 7 polegadas passou a equipar a versão elétrica, e a central multimídia de 10 polegadas ganhou espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.
O volante é novo, com desenho próximo ao do Kardian, e a coluna de direção com ajuste de altura melhora a ergonomia para motoristas de diferentes estaturas.
Para o Kwid a combustão, porém, a tendência é de conteúdo mais contido.
A estratégia deve privilegiar o preço de entrada, preservando itens essenciais e deixando de fora recursos avançados que estrearam no E-Tech.
A expectativa é de que o ar-condicionado mantenha comandos analógicos, sem a interface digital do elétrico, e que o painel digital de 7” permaneça exclusivo da variante elétrica.
Equipamentos de segurança: diferenças prováveis
Enquanto o E-Tech trouxe um pacote mais amplo de tecnologia embarcada, com assistente de permanência em faixa, leitor de placas de trânsito e frenagem automática de emergência, a versão a combustão não deve repetir toda essa lista.
A retirada de alguns assistentes pode ser adotada para conter custos e preservar a lacuna de conteúdo entre as variantes.
A marca, até aqui, não detalhou quais sistemas ativos serão incorporados ou mantidos no Brasil no próximo ciclo do Kwid.
Posicionamento de preço e versões atuais
No varejo, o Kwid 1.0 flex segue à venda em quatro versões, com preços a partir de R$ 78.690.
O patamar atual reforça o papel do modelo como opção de entrada da marca no país, com foco em custo de aquisição e economia de combustível.
A atualização de design funciona como argumento para renovar o interesse do consumidor que busca carro zero-quilômetro com valores mais acessíveis, sem apostar em equipamentos que encareçam o conjunto.
Estratégia de produto e diferenciação
A Renault vem reposicionando seu portfólio local com atenção maior a modelos de ticket mais alto, mas indica que o Kwid térmico continua relevante para volume e capilaridade.
Ao adotar elementos estéticos do E-Tech, a marca aproxima o visual do carro de entrada ao do irmão mais caro, reforçando identidade e percepção de modernidade.
Por outro lado, ao limitar itens de conforto e assistência, preserva uma distância clara entre as propostas, evitando sobreposição interna.
Impacto na ergonomia e na experiência a bordo
Mesmo com possíveis cortes de conteúdo em relação ao elétrico, espera-se alguma melhoria de acabamento e ajustes de ergonomia, alinhando o habitáculo aos padrões atuais do segmento.
Caso o novo volante e o ajuste de altura da coluna sejam estendidos ao modelo a combustão, haveria ganho prático na posição de dirigir.
A manutenção de comandos físicos para o ar tende a facilitar o uso cotidiano, especialmente para quem prefere interfaces simples e intuitivas.
Concorrência e contexto de mercado
A reestilização é peça importante para manter o Kwid competitivo diante de rivais diretos.
O Fiat Mobi, por exemplo, passou por atualização e agora adota o mesmo painel da picape Strada, tentativa de elevar a percepção de qualidade sem abandonar a simplicidade mecânica.
Nessa disputa por entrada de gama, design renovado e pacote de segurança coerente com a faixa de preço tornam-se diferenciais relevantes para decisão de compra.
O que falta a Renault revelar
Alguns pontos ainda não foram detalhados. A marca não confirmou datas de lançamento, lista final de equipamentos, mudanças no trem de força ou eventuais ajustes de calibração para ganho de eficiência.
Também não há indicação oficial sobre novos conteúdos de série ou opcionais para o Brasil.
As informações observadas em flagras no exterior ajudam a formar um quadro do que está em desenvolvimento, mas a configuração final para o mercado nacional depende de anúncio específico.
Enquanto o Kwid E-Tech 2026 chegou com visual totalmente renovado, interior de 10” e reforços de segurança ativa, o Kwid a combustão deve se posicionar um degrau abaixo, com visual alinhado e conteúdo racional para sustentar preços competitivos.
A estratégia parece clara: manter o “carro mais barato do Brasil” atraente pelo design e pelo custo, sem encostar no pacote tecnológico do elétrico.
Diante desse cenário, qual combinação de equipamentos você considera indispensável para que o Kwid atualizado continue valendo a pena no segmento de entrada?