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Carro elétrico da Porsche pode ser um dos motivos de incendiar 3.800 carros, afundando navio inteiro Felicity Ace

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 07/03/2024 às 14:17
Carro elétrico Porsche acusado de incendiar 3.800 carros, afundando navio inteiro Felicity Ace
Foto: Divulgação/Felicity Ace

Um carro elétrico da Porsche está sendo acusado de provocar um incêndio catastrófico, resultando na perda de 3.800 veículos e no afundamento completo do navio Felicity Ace, num caso que chama atenção para a segurança no transporte de veículos elétricos.

Em um acontecimento que soa mais como um thriller do que a realidade, a Porsche encontra-se contra a parede após alegações de que um de seus carros elétricos foi o causador de um incêndio que levou ao afundamento do navio Felicity Ace, juntamente a sua carga de 3.800 carros, de acordo com o Jornal Valor Econômico. Este incidente, ocorrido em fevereiro de 2022, destacou potenciais riscos associados ao transporte marítimo de veículos elétricos, desencadeando processos judiciais contra a fabricante alemã.

Segundo relatos, o Felicity Ace, um navio transportador de carros operado sob bandeira do Panamá, estava em trânsito da Alemanha para os Estados Unidos quando foi consumido pelas chamas. O acidente não só provocou a perda total dos veículos a bordo, mas também levantou preocupações ambientais significativas devido ao seu afundamento nas águas internacionais, cerca de 400 km ao largo da costa portuguesa. Felizmente, os 22 tripulantes foram resgatados sem ferimentos graves.

A culpa é do carro elétrico Porsche?

O núcleo da controvérsia gira em torno de um carro elétrico Porsche que, conforme alegado pela Mitsui, operadora do navio, e pela aliança de seguradoras Inur, teria iniciado o incêndio devido a um defeito. Esta acusação instigou ações legais na Alemanha, com os demandantes alegando que a Porsche e sua controladora, o Grupo Volkswagen, falharam em comunicar os riscos inerentes ao transporte de seus veículos elétricos.

Além do valor monetário substancial dos carros perdidos, o incidente incluiu a destruição de 15 Lamborghini Aventador Ultimae, um supercarro cuja produção teve de ser retomada para atender às entregas não realizadas. Esses veículos, sozinhos, representam uma perda de cerca de US$ 10 milhões, ilustrando a magnitude financeira do desastre.

Segurança no transporte de carros elétricos

Embora a Porsche não tenha se pronunciado publicamente sobre as especificidades do caso, a situação levanta questões críticas sobre a segurança no transporte de carros elétricos e as responsabilidades dos fabricantes. Enquanto a investigação continua, a indústria automobilística observa atentamente, ciente de que o resultado pode definir novos padrões de segurança e responsabilidade.

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Este evento não só coloca a Porsche sob escrutínio, mas também serve como um alerta para toda a indústria de carros elétricos, destacando a importância de medidas de segurança rigorosas durante o transporte de veículos. À medida que o caso se desenrola, todos os olhos estarão voltados para as decisões judiciais e suas implicações para o futuro do transporte de veículos elétricos.

Sobre o navio Felicity Ace

Sobre o navio Felicity Ace

A história do navio Felicity Ace marca um capítulo trágico na indústria de transporte marítimo de veículos. Construído em 2005 pelo estaleiro Shin Kurushima Dockyard, este porta-veículos de rolo (Pure Car/Truck Carrier) era propriedade da Mitsui O.S.K. Lines, uma respeitada companhia japonesa, e estava registrado sob a bandeira do Panamá.

A embarcação, conhecida por transportar milhares de veículos entre continentes, encontrou seu infortúnio em fevereiro de 2022, ao sul das Açores. Durante uma travessia do porto de Emden, na Alemanha, a caminho de Davisville, em Rhode Island, EUA, o Felicity Ace pegou fogo. A bordo, carregava cerca de 4.000 veículos, incluindo modelos de prestígio de marcas como Porsche, Audi, Volkswagen, Bentley e Lamborghini. Um desses veículos, o Lamborghini Aventador LP 780-4 Ultimae, tinha um valor de varejo que ultrapassava os US$ 500.000.

A tragédia desdobrou-se em 17 de fevereiro quando o incêndio se iniciou, levando à evacuação segura dos 22 membros da tripulação. Apesar dos esforços intensivos de combate ao incêndio, com a assistência de rebocadores de Gibraltar e um barco de salvamento de Roterdã, o navio continuou a arder por uma semana. Em 1º de março, o Felicity Ace afundou aproximadamente a 350 km das Açores, em águas agitadas, inclinando-se 45 graus para estibordo antes de virar inesperadamente e afundar a uma profundidade de cerca de 3.000 metros.

O incidente resultou em perdas estimadas entre US$ 334 milhões e US$ 401 milhões, abrangendo 1.117 carros da Porsche, 1.944 da Audi, 561 da Volkswagen, 189 da Bentley e 85 da Lamborghini. Este evento não só expôs a vulnerabilidade dos sistemas de suprimento global, mas também levou a uma reavaliação das políticas de transporte de veículos elétricos por parte de algumas companhias marítimas. A Mitsui O.S.K. Lines (MOL), por exemplo, anunciou que deixaria de transportar veículos elétricos usados, embora os híbridos ainda sejam aceitos.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 2.300 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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