1. Início
  2. / Veículos Elétricos
  3. / Carro elétrico chinês esgota estoque de 2026 em apenas três dias — CEO recomenda que clientes comprem de outras marcas
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Carro elétrico chinês esgota estoque de 2026 em apenas três dias — CEO recomenda que clientes comprem de outras marcas

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/08/2025 às 11:00
carro elétrico
Foto: Reprodução
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

A indústria automotiva chinesa vive um momento inédito, marcado por recordes de vendas e filas de espera que se estendem por meses. O sucesso repentino de modelos elétricos exclusivos acabou criando um cenário curioso: a procura é tão intensa que até o próprio chefe da companhia precisou se pronunciar publicamente. Em um movimento incomum, ele chegou a recomendar que os clientes buscassem opções em concorrentes diretos para não enfrentarem prazos de entrega tão longos.

A Xiaomi entrou no mercado de carros elétricos com dois modelos exclusivos: o sedã SU7 e o SUV YU7.

O primeiro já havia conquistado milhares de pedidos logo no primeiro ano.

Mas o grande impacto veio com o YU7, que teve toda a produção programada para 2026 esgotada em apenas três dias.

Esse desempenho impressionou o setor, mas trouxe também um desafio: atender ao público sem comprometer prazos.

O mais importante é que a empresa agora vive um dilema. O excesso de pedidos pode se transformar em problema se não houver capacidade de produção para entregar os veículos no tempo prometido.

A cada mês, a procura supera o volume de entregas, e as listas de espera continuam crescendo.

Longas filas de espera

Segundo a Bloomberg, o tempo de espera para receber um carro da Xiaomi pode chegar a um ano.

A depender da versão escolhida, esse prazo se estende ainda mais. Para o YU7, por exemplo, a previsão chega a 60 semanas. Já no SU7, as variantes mais procuradas exigem até 50 semanas de espera.

Portanto, não surpreende que muitos clientes tenham registrado reclamações em plataformas chinesas.

Estima-se que o YU7 acumule cerca de 100 reclamações, todas relacionadas ao atraso na entrega. Nenhuma delas critica o carro em si, mas sim o longo prazo de espera imposto pela fábrica.

CEO recomenda olhar para concorrentes

Em resposta à insatisfação, o CEO da Xiaomi, Lei Jun, fez um movimento inesperado.

Ele sugeriu que consumidores que precisam de um carro elétrico imediato considerem outras marcas. “Se você precisa comprar um carro elétrico rapidamente, outros veículos de nova energia fabricados na China são muito bons”, disse.

Entre os modelos recomendados, ele citou o Xpeng G7, o Li Auto i8 e até mesmo o Tesla Model Y. Em sua fala, destacou que a própria Xiaomi ainda tem muito a aprender com a Tesla, sinalizando respeito pelos concorrentes. Essa postura chama atenção porque mostra um líder disposto a reconhecer limitações e valorizar rivais.

Relação com outros executivos

Lei Jun já demonstrou mais de uma vez essa postura amigável. Ele mantém conversas frequentes com He Xiaopeng, CEO da Xpeng, e chega a parabenizá-lo publicamente pelos lançamentos.

Esse estilo contrasta com a rivalidade comum no setor automotivo, tornando sua posição ainda mais singular.

Além disso, seu discurso funciona como uma forma de reduzir a pressão sobre a marca. Ao direcionar clientes para outras opções, ele tenta conter o aumento de pedidos enquanto a produção não acompanha a demanda.

Limitações da produção

Hoje, a Xiaomi conta apenas com a fábrica chamada Fase 1, que possui capacidade anual de 150 mil veículos. Uma segunda unidade, batizada de Fase 2, já está concluída, mas ainda não entrou em operação. Somadas, as duas fábricas poderiam produzir até 300 mil carros por ano.

O problema é que só o YU7 vendeu mais de 315 mil unidades em três dias, superando a capacidade anual da empresa. Além disso, a marca decidiu adiar a expansão para a Europa até estabilizar prazos e entregas no mercado interno chinês.

Desafio para o futuro

A Xiaomi conseguiu impressionar o mercado com números extraordinários. Porém, enfrenta agora a pressão de entregar dentro de prazos razoáveis.

Reclamações crescem, e a paciência dos consumidores pode diminuir. Para manter a credibilidade, a empresa precisa ampliar sua produção e equilibrar expectativas.

Enquanto isso, Lei Jun segue reforçando que os consumidores podem encontrar boas alternativas em outras montadoras. Essa atitude incomum mostra que, no meio do sucesso, a prioridade é evitar frustrações e preservar a confiança dos clientes.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x