Explore a Carretera Austral, a lendária estrada do Chile que corta a Patagônia e revela paisagens selvagens, desafiadoras e inesquecíveis.
A Carretera Austral, no extremo sul do Chile, é uma das rotas mais deslumbrantes e desafiadoras do planeta.
Construída pelo Exército Chileno nos anos 1970, a estrada se estende por 1.240 km, ligando Puerto Montt a Villa O’Higgins, em meio a montanhas, florestas e geleiras.
Considerada a “estrada do fim do mundo”, a Chile’s Route 7 atrai aventureiros que buscam um contato autêntico com a natureza e uma viagem onde o destino importa menos que o caminho.
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🌲 A força da natureza na Carretera Austral
Erguida em meio à selva patagônica, a Carretera Austral exigiu décadas de trabalho árduo, explosões em rochas de granito e pontes sobre rios furiosos. Muitos trechos ainda permanecem sem asfalto, tornando a viagem uma verdadeira prova de resistência.
Mas o esforço é amplamente recompensado. A estrada atravessa florestas de alerces, margeia fiordes imensos e contorna lagos turquesa alimentados por geleiras. É um cenário que transforma cada curva em um espetáculo.
🚙 Entre desafios, solidão e paisagens surreais
Viajar pela estrada Carretera Austral é enfrentar o imprevisível. As subidas íngremes de cascalho, o clima instável e as longas distâncias entre vilarejos fazem parte da experiência.
Em uma das paradas, caminhoneiros alertaram: “só as picapes 4×4 aguentam o trajeto até Bahía Murta”. Eles tinham razão. As curvas exigem atenção constante, e o tempo parece correr em outro ritmo.
O caminho passa por Puyuhuapi, com suas águas termais, e Coyhaique, última cidade grande antes da imensidão.
Dali até Bahía Murta, o isolamento é quase absoluto — apenas o som do vento e dos rios quebra o silêncio.
🪨 As Cavernas de Mármore e o impacto climático
No meio da rota, às margens do Lago General Carrera, está um dos pontos mais fascinantes do Chile: as Cavernas de Mármore.
Formadas há até 15 mil anos, essas esculturas naturais emergem em tons azulados graças à erosão provocada pela água ao longo dos séculos.
“Meu avô, Don Cirilo Herrera Aguilera, chegou aqui em 1948, quando tinha apenas oito anos”, contou Valeria Leiva, guia local. “Por causa do aquecimento global, as geleiras estão recuando e há menos neve — e foi assim que as cavernas começaram a se revelar, há cerca de 40 anos.”
Hoje, o fenômeno é um lembrete poético e alarmante da relação entre beleza natural e mudanças climáticas.
🏞️ Roteiro e dicas para os viajantes
A Carretera Austral oferece paisagens impressionantes e comunidades acolhedoras ao longo do caminho. Entre as paradas imperdíveis estão Chaitén, Villa Santa Lucía, Coyhaique e Cochrane, última grande cidade antes de Villa O’Higgins.
Vale também incluir desvios estratégicos:
Cavernas de Mármore (meio dia de visita);
Parque Nacional Queulat e sua geleira suspensa (duas horas de desvio);
Termas de Puyuhuapi, um refúgio natural de águas quentes.
A melhor época para viajar é de dezembro a março, com clima mais estável. No entanto, o trajeto deve ser feito sem pressa — parte do encanto está justamente em se perder no tempo.
❄️ Villa O’Higgins: o fim da estrada
A reta final, entre Cochrane e Villa O’Higgins, é a mais desafiadora da estrada Carretera Austral. São penhascos, curvas estreitas e vistas deslumbrantes do Campo de Gelo Sul da Patagônia, o terceiro maior do mundo.
Com menos de 500 habitantes, Villa O’Higgins é o último posto da civilização chilena. De lá, partem barcos para geleiras e trilhas que cortam o gelo eterno.
“Villa O’Higgins é onde a estrada termina — não porque os engenheiros desistiram, mas porque a Terra é selvagem demais para ser domada.”
Chegar ao fim da Carretera Austral é mais do que concluir uma viagem: é compreender o poder da natureza e redescobrir o silêncio que a modernidade apagou.