Carrefour encerra operações da bandeira Nacional após mais de três décadas no Rio Grande do Sul e direciona investimentos para Atacadão e Sam’s Club, enquanto redes regionais assumem espaços desativados.
A bandeira Nacional caminha para o fim no Rio Grande do Sul. A unidade de Montenegro, que opera há mais de três décadas, entrou em liquidação e seguirá aberta até 13 de setembro, quando encerrará as atividades.
No local, deve operar uma loja da rede Mombach, enquanto o grupo redireciona esforços para formatos de maior escala, como Atacadão e Sam’s Club.
De acordo com informação publicada nesta terça-feira (03) pelo portal Zero Hora, em entrevistas recentes, o executivo Pablo Lorenzo resumiu a diretriz: “Nossa estratégia mudou”.
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Liquidação e última semana em Montenegro
A loja de Montenegro abriu a fase final de vendas com redução de estoques e áreas de gôndolas já isoladas ao público.
Segundo comunicado afixado no ponto, o último dia de funcionamento será 13 de setembro de 2025.
Trata-se de um endereço tradicional na cidade, em operação há mais de 30 anos, que agora participa do cronograma de desmobilização da marca.
Ainda conforme a apuração local, itens remanescentes de outras unidades do Nacional estão sendo redistribuídos na rede, prática vista em fechamentos recentes.
Entre os materiais reaproveitados estão carrinhos de compras e sacolas plásticas, em uma etapa de reorganização operacional que acompanha o encerramento de lojas.
Praia de Belas encerra atividades e reforça movimento
Em Porto Alegre, a unidade do Nacional no Praia de Belas Shopping fechou as portas nos últimos dias de agosto.
O caso se soma a outras lojas da bandeira desativadas ao longo do ano, reforçando o desinvestimento do grupo na marca no Estado.
A decisão de encerrar a operação no shopping chegou a ser revisada, mas acabou confirmada, segundo registros da imprensa regional e do sindicato do comércio.
A estratégia no RS abrange fechamento, venda de pontos ou conversão para outras bandeiras do grupo, a depender da atratividade de cada local.
Em alguns casos, o Carrefour optou por transformar unidades do Nacional em lojas de proximidade sob a marca Carrefour, medida já discutida com entidades laborais.
Mombach assume espaço em Montenegro
O espaço atualmente ocupado pelo Nacional no Centro de Montenegro será assumido pelo Mombach Supermercados, que projeta abrir ali sua 4ª loja na cidade. A operação prevê reforma do imóvel e implantação de novo layout.
Em comunicação setorial, a rede local informou planos de absorver parte dos colaboradores e ampliar o quadro, com abertura de vagas específicas para a nova unidade. A inauguração está prevista para o fim de novembro, após a remodelação.
O avanço do Mombach no endereço confirma um movimento observado em outras cidades, no qual redes regionais passam a ocupar pontos desativados pelo Nacional.
Nessas situações, a transição costuma envolver obras e ajustes de sortimento, com eventual período de fechamento do imóvel até a abertura da nova operação.
O redesenho do Carrefour no Brasil
Em paralelo, o Grupo Carrefour Brasil mantém foco em formatos de maior escala e frequência de compra, sobretudo Atacadão (atacarejo) e Sam’s Club (clube de compras).
Em entrevista, Pablo Lorenzo — que assumiu em julho de 2025 a liderança do Carrefour no Brasil e na América Latina — tem reafirmado a guinada: “Nossa estratégia mudou”, com prioridade a lojas grandes e modelos com ganho de eficiência.
No caso do Sam’s Club, o formato passou ao portfólio do grupo após a aquisição do Grupo BIG.
Desde então, a operação ocorre por licença de marca com a Walmart, o que permite ao Carrefour explorar o clube de compras no país como um pilar adicional de crescimento.
Informes corporativos indicam dezenas de clubes em operação e base de sócios em expansão, reforçando o papel do canal na estratégia.
O realinhamento também contempla a continuidade do Atacadão, líder nacional no cash & carry, que segue como motor de receita e alavanca de capilaridade.
A combinação entre atacarejo e clube de compras, somada às bandeiras Carrefour, compõe o desenho que o grupo considera mais competitivo para o cenário atual, em substituição ao legado do Nacional.
Impactos para os consumidores
Para quem comprava no Nacional, os efeitos práticos dependem da cidade.
Em Montenegro, valem as ofertas de última semana até 13 de setembro; depois, o endereço entra em obras para a chegada do Mombach.
Em Porto Alegre, clientes do Praia de Belas foram direcionados a outras lojas do grupo, enquanto a rede reorganiza ativos de loja e retaguarda.
A administração do Carrefour tem indicado que conversões e fechamentos são parte de um pacote amplo de ajustes que vem sendo comunicado desde o fim de 2024.
O grupo também informou, em ocasiões anteriores, que a integração do antigo Grupo BIG trouxe formatos adicionais e sinergias, incluindo o Sam’s Club, o que ajuda a explicar a opção por concentrar investimentos nos modelos com maior retorno.
Esse movimento se reflete especialmente no Rio Grande do Sul, onde a marca Nacional tinha forte presença histórica.
Enquanto isso, leitores têm relatado prateleiras vazias e setores isolados nos pontos em liquidação, cenário típico de desmobilização de estoque.
A reaplicação de equipamentos e insumos — como carrinhos e sacolas — para outras lojas do grupo também foi registrada.
A orientação é acompanhar os comunicados afixados em cada unidade quanto a horários e condições de venda durante os últimos dias.
Por fim, permanece o objetivo corporativo de simplificar o portfólio de bandeiras e elevar a produtividade por metro quadrado, com foco em formatos escaláveis.
A eliminação do Nacional, portanto, integra um redesenho mais amplo do Carrefour no país — que não significa saída do mercado brasileiro, mas sim uma reacomodação para priorizar marcas consideradas estratégicas.
O Carrefour que está fechando é em todo o Brasil? Se é no Rio Grande do Sul o título dessa reportagem não deveria esclarecer ISSO?
Este site é apelativo nas manchetes. Ao ler a matéria, fica claro que a marca Carrefour não está deixando o Brasil. Fazem isso para chamar a atenção do leitor. Não gosto dessa prática, parece enganação.