Grupo Carrefour Brasil superou dez vezes a meta inicial de contratações, integrando inscritos do CadÚnico ao mercado formal de trabalho em todo o país e recebendo reconhecimento nacional pela iniciativa.
O Grupo Carrefour Brasil montou uma estrutura dedicada para recrutar inscritos no CadÚnico e alcançou cerca de 100 mil contratações formais desde 2023, superando em mais de dez vezes a meta inicial de 10 mil vagas prevista para três anos.
O marco foi atingido em agosto de 2025 e consolida a rede como principal empregadora privada desse público no país, com oportunidades distribuídas em todos os 26 estados e no Distrito Federal.
Parceria com o MDS impulsiona inclusão social
Firmada em março de 2023, a parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) conecta o banco de dados do CadÚnico às necessidades de contratação das unidades do grupo.
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A iniciativa prioriza o ingresso no mercado formal de trabalho e a qualificação de pessoas em vulnerabilidade, muitas delas beneficiárias do Bolsa Família.
Segundo a companhia, o modelo permitiu ganho de escala e capilaridade, com triagem ativa de candidatos e apoio de equipes locais de assistência social.
Assim, a rede expandiu vagas em lojas e centros de distribuição do Atacadão, Sam’s Club e Carrefour, além de áreas corporativas, com foco em perfis de primeiro emprego, jovens aprendizes e requalificação profissional.
Meta de contratações foi superada em dois anos
Em 2024, o programa já somava 53 mil admissões até dezembro.
Mantido o ritmo de contratações, o número chegou a cerca de 100 mil em agosto de 2025, com distribuição de vagas pelas cinco regiões do país.
A escala nacional decorre da presença da empresa em centenas de municípios e da atuação conjunta com prefeituras e frentes de assistência social, que auxiliam na documentação, na orientação e no acompanhamento dos recém-contratados.
A companhia informa que, ao priorizar postos de entrada e trilhas de capacitação, amplia as chances de permanência e progressão na carreira.
Para parte dos selecionados, trata-se do primeiro registro em carteira.
Para outros, representa a retomada da renda após períodos de informalidade.
Reconhecimento público e premiação nacional
Pelo impacto social e pelo volume de admissões, o Carrefour Brasil recebeu, em abril de 2025, o Prêmio de Inclusão Socioeconômica, do MDS, na categoria “Inserção no Mercado de Trabalho”.
A distinção integra o programa Acredita no Primeiro Passo, voltado à inclusão produtiva de famílias do CadÚnico.
Em declaração pública, a executiva Nelcina Tropardi, vice-presidente de Jurídico, ESG e Assuntos Corporativos do Grupo Carrefour Brasil, destacou o compromisso institucional com a agenda social.
“Um dos nossos pilares de atuação é o combate à fome e às desigualdades”, afirmou.
Em tom convergente, a empresa atribui o resultado à colaboração entre esferas públicas e privadas e ao uso de dados sociais para orientar processos de seleção.
Emprego cresce e pobreza recua no Brasil
O avanço das contratações ocorre em momento de melhora do mercado de trabalho.
De acordo com a PNAD Contínua do IBGE, a taxa de desocupação foi de 5,8% no trimestre encerrado em junho de 2025, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
O contingente de desocupados ficou em 6,3 milhões de pessoas no período, refletindo expansão de vagas formais e informais e recuperação da massa de rendimentos.
Enquanto isso, o MDS vem registrando redução da pobreza medida pelo CadÚnico.
Entre janeiro e julho de 2025, estima-se que 3,5 milhões de pessoas deixaram a condição de pobreza, movimento associado à geração de emprego, à formalização e à ampliação de programas de apoio ao empreendedorismo.
Em paralelo, o número de famílias abaixo da linha de pobreza no cadastro caiu na comparação com 2023, reforçando o ambiente de retomada da renda.
Como funciona a busca ativa no CadÚnico
A força-tarefa criada pelo Carrefour opera em duas frentes.
De um lado, há a identificação de vagas adequadas a perfis recorrentes do CadÚnico, com requisitos compatíveis e jornada flexível para jovens, mulheres e chefes de família.
De outro, equipes de recrutamento buscam candidatos por meio de bases públicas, centros de referência de assistência social e parcerias locais, priorizando regiões com maior concentração de beneficiários.
Depois da pré-seleção, os participantes passam por etapas simplificadas de entrevista e, quando necessário, por cursos rápidos de capacitação.
A formalização do vínculo é acompanhada de ações de acolhimento e integração nas lojas, prática que, segundo a empresa, contribui para reduzir a rotatividade.
A cada ciclo, os resultados retroalimentam o processo, ajustando as vagas à disponibilidade de perfis regionais.
Programa inspira novas adesões no setor privado
O acordo serviu de referência para novos protocolos de intenção firmados pelo MDS com outras empresas, ampliando o leque de oportunidades para inscritos no CadÚnico.
A experiência, ao integrar dados sociais e demandas do varejo em grande escala, mostrou viabilidade operacional e custo de implementação reduzido para as companhias, principalmente em posições de entrada.
Além de aumentar a renda das famílias, a iniciativa aproxima o setor privado da política de inclusão produtiva, eixo central de combate às desigualdades.
Em termos práticos, uma vaga formal significa carteira assinada, acesso a direitos trabalhistas e trajetória de qualificação continuada, fatores considerados determinantes para a mobilidade social.
Desafios futuros e necessidade de escala
A continuidade do programa depende da manutenção da parceria com o poder público e do ajuste fino no pipeline de contratação, com atenção às particularidades regionais.
Em estados com menor oferta de mão de obra qualificada, o reforço de capacitações de curta duração pode acelerar a inserção.
Por outro lado, nos grandes centros, o desafio passa por concorrer com a informalidade e por oferecer jornadas compatíveis com cuidados domésticos e deslocamentos.
A mensuração de impactos também ganha relevância.
Acompanhar indicadores como taxa de retenção, progressão salarial e permanência no mercado formal ajuda a calibrar políticas e a sustentar o foco na redução de desigualdades.
Transparência nesses dados tende a estimular novas adesões de empresas e a orientar investimentos sociais privados.
Fala da empresa reforça agenda de combate à desigualdade
Ao citar o “combate à fome e às desigualdades” como pilar de atuação, a vice-presidência de ESG do grupo reforça que a atuação nacional da rede varejista é um diferencial para absorver candidatos em larga escala.
Em território com dimensões continentais e realidades distintas, a presença capilar facilita a abertura de vagas em regiões historicamente menos atendidas por programas de empregabilidade corporativa.
Enquanto indicadores oficiais apontam melhora no emprego e redução da pobreza, experiências como a do CadÚnico integrado ao recrutamento se inserem em uma agenda mais ampla de desenvolvimento social.
Em última instância, trata-se de transformar cadastro em porta de entrada para o trabalho formal.
Nesse cenário de avanços, quais novas estratégias podem ampliar o alcance da inclusão produtiva e acelerar a saída definitiva das famílias da vulnerabilidade?