Iniciativa sustentável mostra como o biochar pode revolucionar o agronegócio com alta eficiência e inovação de baixo custo
Durante o Inova Amazônia Summit 2025, realizado em Macapá (AP), uma inovação chamou a atenção por seu impacto direto no solo e na produtividade do campo.
Trata-se do Fert Açaí, um biofertilizante sustentável desenvolvido pela Amazon Biofert.
A apresentação ocorreu com apoio do Sebrae/AP.
O biochar rico em carbono consegue devolver nutrientes ao solo, aumentar sua fertilidade e reduzir custos de adubação.
Segundo ele, o biochar funciona como um verdadeiro “ímã de fertilizantes”.
Por meio dessa capacidade, ele potencializa a absorção de elementos essenciais à agricultura, como nitrogênio, fósforo e potássio.
Ainda de acordo com o CEO, a ideia surgiu a partir de uma necessidade urgente.
Segundo dados oficiais do IBGE, produtores da região amazônica descartam mais de 2 milhões de toneladas de caroço de açaí todos os anos.
Contudo, estima-se que esse volume possa ser até dez vezes maior.
Isso evidencia o potencial subutilizado desse insumo regional.
Fertilidade do solo é impulsionada por ação regeneradora do biochar
O agricultor aplica o biochar diretamente na terra.
Ele funciona como um bioinsumo natural e desempenha diversas funções no solo.
Com sua composição rica em carbono, ele melhora a capacidade de retenção de água.
Além disso, ele diminui a acidez do solo e contribui significativamente para o aumento do pH.
Como consequência, a saúde microbiológica do solo também se fortalece.
Estudos realizados pela própria empresa mostram que há elevação de até 40% na atividade de microrganismos essenciais à fertilidade do solo.
A aplicação do produto não se restringe a um tipo específico de cultura agrícola.
Suas características químicas e biológicas permitem que produtores o utilizem amplamente em plantações de diferentes portes e com variadas finalidades.
Isso o torna uma alternativa eficaz para pequenos, médios e grandes produtores.
Eles buscam reduzir custos com adubos tradicionais, geralmente importados e com alto valor de mercado.
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Sustentabilidade inspira solução com base científica e ancestral
A equipe se inspirou no estudo da chamada “terra preta de índio” para formular o Fert Açaí.
Esse é um tipo de solo extremamente fértil encontrado em áreas específicas da floresta amazônica.
Esse solo possui altíssimos níveis de carbono estável, responsável pela sua capacidade de se manter fértil por centenas de anos.
A equipe da Amazon Biofert desenvolveu uma solução capaz de reproduzir essa estabilidade.
Ela promove regeneração contínua e duradoura da terra cultivada.
A partir desse conhecimento ancestral e aliado à tecnologia moderna de pirólise controlada, o biochar mantém-se de forma permanente no solo.
Isso significa que o carbono fixado no processo de produção não retorna à atmosfera.
Além disso, o processo gera crédito de carbono.
Esse é um benefício adicional para agricultores que desejam atuar em conformidade com metas ambientais.
Eles também podem receber incentivos financeiros por práticas sustentáveis.
Produto valoriza cadeia produtiva e combate descarte irregular
Além dos ganhos diretos na lavoura, o Fert Açaí promove mudanças profundas na cadeia produtiva do açaí.
A indústria fabrica o produto a partir do caroço, um resíduo que, até pouco tempo, as empresas descartavam de forma irregular.
Agora, as empresas transformam o que antes consideravam lixo sem utilidade em um insumo com alto valor agregado.
Com isso, há um ciclo de ganhos econômicos, ambientais e sociais.
O produtor rural economiza, melhora a qualidade do solo e reduz sua dependência de insumos externos.
Ao mesmo tempo, cooperativas, agroindústrias e comunidades extrativistas passam a contar com uma alternativa para destinar corretamente os resíduos.
Isso amplia a sustentabilidade do sistema produtivo da Amazônia.
Inovação amazônica ganha destaque nacional e impulsiona agronegócio regional
Embora as universidades brasileiras tenham enfrentado inúmeros desafios, conseguiram participar do evento nos EUA graças a decisões estratégicas e persistência estudantil.
Ainda que faltassem recursos e houvesse restrições legais, as equipes superaram barreiras ao buscar soluções criativas para importar materiais específicos e viabilizar os projetos.
Por essa razão, muitas equipes optaram por motores do tipo “sugar motor”, uma alternativa acessível, eficiente e, acima de tudo, legalmente permitida no Brasil.
Como esses motores são feitos com nitrato de potássio e sorbitol, tornaram-se a escolha mais viável diante das limitações enfrentadas pelas universidades.
Embora fossem vistos com desconfiança anteriormente, os motores demonstraram desempenho confiável, principalmente na edição de 2025, quando o uso deles se consolidou entre as equipes.
Além disso, os estudantes precisaram buscar financiamento por meio de campanhas, rifas e parcerias privadas, já que os apoios institucionais ainda eram limitados.
Mesmo com estrutura precária, o Brasil conseguiu crescer e se destacar na competição internacional.
Enquanto em 2024 o país teve apenas duas equipes, em 2025 esse número saltou para seis, o que evidencia um avanço expressivo.
Apesar das adversidades, o crescimento brasileiro no evento mostra o potencial científico nacional e, ao mesmo tempo, reforça a força do ensino público.
Com a aprovação da Lei Geral do Espaço em 2024, o país ganhou um marco regulatório que finalmente incentiva atividades espaciais no ambiente acadêmico.
Desde então, essa legislação vem estimulando a participação de universidades e empresas no setor, o que cria novas oportunidades para a inovação nacional.
Assim, as conquistas brasileiras na IREC 2025 demonstram que, mesmo com obstáculos, o país tem condições de se destacar na corrida aeroespacial internacional.