Descoberta rara revela o retorno de uma espécie colossal e esquiva em uma ilha remota, trazendo à tona mistérios sobre sua sobrevivência e comportamento em ambientes pouco explorados.
A descoberta de um caranguejo gigante (caranguejo dos coqueiros) após mais de 100 anos na ilha Car Nicobar, na Índia, surpreende a comunidade científica.
O registro, realizado por espeleólogos e publicado em maio deste ano no Journal of Threatened Taxa, marcou o primeiro relato oficial da espécie Birgus latro no local desde 1874.
Reencontro histórico com o caranguejo dos coqueiros
Em uma expedição de exploração a uma pequena caverna interior, cerca de 3,2 km da costa, pesquisadores se depararam com um grande exemplar azul‑escuro aninhado entre rochas.
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Esse caranguejo gigante era um macho adulto, pesando aproximadamente 1,2 kg, com corpo medindo cerca de 13 cm — bem menor que os maiores da espécie, que podem alcançar até 5 kg.
A presença do animal foi possivelmente facilitada por restos orgânicos, como cocos e lixo doméstico, deixados próximos à fenda rochosa.
A alimentação é composta por frutos e matéria orgânica, e esses atrativos naturais podem ter levado o crustáceo a explorar novas áreas.
O maior artrópode terrestre do mundo
Essa espécie é o maior artrópode terrestre do mundo.
Adultos podem atingir até 90 cm de envergadura e pesar 5 kg ou mais, vivendo cerca de 60 anos.
Juvenis utilizam conchas de moluscos como proteção, mas perdem essa necessidade ao se tornarem adultos.
Classificado como espécie vulnerável pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), Birgus latro enfrenta declínio populacional devido à perda de habitat, caça e eventos naturais como tsunamis.
O tsunami de 2004 impactou fortemente o arquipélago, e apesar de a espécie ter sido registrada em outras ilhas, não havia evidências em Car Nicobar até agora.
Raridade e importância do achado científico
Desde 1874, nenhuma confirmação oficial da presença do caranguejo gigante havia sido feita em Car Nicobar.
O achado é especialmente relevante por se tratar de um registro pós-tsunami, reforçando a resiliência e capacidade de recolonização da espécie.
Especialistas afirmam que avistamentos incidentais são valiosos para documentar populações difíceis de detectar, dada a natureza noturna e reclusa do caranguejo dos coqueiros.
Habitat, hábitos e ciclo de vida
Essa espécie ocorre em diversas ilhas tropicais do Índico e Pacífico, frequentemente até 6 km do litoral, vivendo em tocas em ambientes rochosos ou florestados.
Seu ciclo de vida envolve fases terrestres e marinhas: os adultos depositam ovos no mar, de onde emergem larvas que retornam à terra nos estágios iniciais.
Ameaças à sobrevivência do caranguejo gigante
O caranguejo gigante enfrenta riscos sérios, como desmatamento, exploração por comunidades e introdução de predadores em ilhas.
No Índico, ele é considerado vulnerável e sofre com fragmentação de habitat e sobrepesca.
Em locais como Zanzibar, o manejo comunitário aliado ao turismo tem se mostrado promissor para conservação.
Conservação e desafios ambientais
O novo registro evidencia a importância de incluir cavernas e florestas interiores em programas de monitoramento pós-eventos extremos como tsunamis.
Restos de alimentos humanos podem atrair animais, mas também expô-los a resíduos plásticos e perigos sanitários.
O feito científico reforça o caráter vulnerável da espécie e a necessidade urgente de ações integradas de preservação, como o fortalecimento de regulamentações na Índia, fiscalização contra exploração e campanhas de educação ambiental entre comunidades locais.
Futuro da espécie e papel das comunidades locais
A aparição deste caranguejo dos coqueiros em Car Nicobar é mais que um registro zoológico: simboliza a persistência de uma espécie emblemática em um cenário ameaçado.
Mostra também como vestígios humanos — cocos, lixo — podem conectar ou ameaçar espécies silvestres.
A partir deste registro, fica clara a urgência de estudos para mapear populações remanescentes em lugares isolados, monitorar impacto humano e impulsionar iniciativas de conservação com base na comunidade.
Você acha que, após esse reencontro, será possível desenvolver um programa de monitoramento e proteção eficaz para o caranguejo gigante em Car Nicobar? Como isso pode envolver comunidades locais e pesquisadores na preservação dessa espécie extraordinária?