Bioeletricidade da cana-de-açúcar assegura energia limpa na seca, reforça a segurança energética do Brasil e impulsiona a sustentabilidade com geração renovável
Em 21 de outubro de 2025, a Embrapa divulgou uma matéria sobre um estudo que reforça o papel estratégico da cana-de-açúcar na geração de energia elétrica sustentável durante períodos de seca.
A pesquisa, que segundo a entidade foi publicada na revista Renewable Energy, destaca o potencial do bagaço da cana como fonte de bioeletricidade, capaz de contribuir significativamente para a segurança energética do Brasil.
Cana-de-açúcar como fonte de energia elétrica sustentável
Em tempos de escassez hídrica, o bagaço da cana-de-açúcar surge como solução eficiente e renovável para manter o fornecimento de energia. A cana-de-açúcar é uma das culturas agrícolas mais relevantes do Brasil, com forte presença na produção de açúcar, etanol e energia.
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O estudo mostra que o bagaço gerado após a extração do caldo pode ser utilizado como biomassa para geração de bioeletricidade, promovendo a sustentabilidade da matriz energética nacional.
A bioeletricidade proveniente da cana-de-açúcar é limpa, renovável e disponível justamente nos períodos de seca, quando as hidrelétricas enfrentam dificuldades.
Esse fator torna a biomassa da cana uma aliada estratégica para o setor elétrico, especialmente entre abril e setembro, quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas costumam baixar.
Potencial energético do bagaço da cana-de-açúcar
O estudo analisou o potencial energético do bagaço da cana-de-açúcar em diferentes regiões produtoras. Os pesquisadores identificaram que, além de ser abundante, o bagaço possui características físico-químicas favoráveis à geração de energia elétrica sustentável.
O estudo divulgado também destaca que o Brasil possui infraestrutura e tecnologia suficientes para ampliar o uso da bioeletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar. A geração de energia a partir da biomassa da cana pode ser integrada ao sistema nacional, contribuindo para a diversificação da matriz energética e para a redução da dependência de fontes não renováveis.
A bioeletricidade gerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar representa uma fonte renovável com baixíssimo impacto ambiental, especialmente em relação às emissões. Ao mesmo tempo, contribui para a diversificação e o fortalecimento da resiliência da matriz elétrica brasileira.
Por ser proveniente de um resíduo já disponível na produção de alimentos (como o açúcar) e de biocombustíveis renováveis (como o etanol), essa alternativa energética assume um papel estratégico.
Segundo Vinicius Bufon, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (SP), esse conjunto de características reforça sua importância para a segurança energética e para a transição rumo a um sistema mais sustentável e equilibrado.
Bioeletricidade e segurança energética em períodos críticos
A segurança energética é um dos pilares da política energética brasileira. Garantir o fornecimento contínuo de energia, mesmo em situações adversas como secas prolongadas, é essencial para o desenvolvimento econômico e social do país.
A bioeletricidade fortalece a resiliência do sistema elétrico nacional.
Entre os principais benefícios destacados pelo estudo estão:
- Redução da pressão sobre as hidrelétricas durante o período seco.
- Aproveitamento de resíduos agrícolas, promovendo economia circular.
- Geração distribuída de energia, com menor impacto ambiental.
- Estímulo à inovação tecnológica no setor sucroenergético.
Esses fatores tornam a bioeletricidade uma alternativa estratégica para garantir a sustentabilidade e a estabilidade do fornecimento de energia no Brasil.
Produção regional e expansão da bioeletricidade
O estudo também analisou a produção regional de bagaço de cana-de-açúcar e seu potencial de expansão. As regiões Sudeste e Centro-Oeste concentram grande parte da produção nacional, com destaque para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
A infraestrutura existente nas usinas dessas regiões permite a ampliação da geração de energia elétrica sustentável com baixo custo adicional.
Além disso, políticas públicas voltadas para o incentivo à bioeletricidade podem acelerar a adoção dessa tecnologia em outras regiões produtoras, como o Nordeste, ampliando a cobertura energética e promovendo o desenvolvimento regional.
Sustentabilidade e economia circular no setor sucroenergético
A sustentabilidade é um dos principais valores associados à bioeletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar. O reaproveitamento do bagaço como fonte de energia reduz o desperdício, diminui a emissão de gases de efeito estufa e promove práticas agrícolas mais responsáveis.
A geração de energia a partir de resíduos agrícolas é um exemplo claro de economia circular aplicada ao setor energético.
Além dos benefícios ambientais, a bioeletricidade também contribui para a geração de empregos, o fortalecimento da cadeia produtiva e a valorização da agricultura nacional.
Desafios para ampliar a energia elétrica sustentável com cana-de-açúcar
Apesar dos avanços, o estudo da Embrapa aponta alguns desafios para a consolidação da bioeletricidade como fonte principal de energia elétrica sustentável no Brasil. Entre eles estão:
- Investimentos em infraestrutura para ampliar a capacidade de geração.
- Integração eficiente ao sistema nacional de energia, com políticas de incentivo.
- Capacitação técnica de profissionais e produtores rurais.
- Adoção de tecnologias modernas para aumentar a eficiência energética.
Com planejamento estratégico e apoio governamental, o Brasil pode se tornar referência mundial na geração de energia elétrica sustentável a partir da cana-de-açúcar.
Caminhos para fortalecer a segurança energética com bioeletricidade
O estudo, compartilhado pela Embrapa, reforça o papel da cana-de-açúcar como fonte estratégica de energia elétrica sustentável no Brasil. A bioeletricidade gerada a partir do bagaço é uma solução eficiente, renovável e alinhada aos princípios de sustentabilidade e segurança energética.
Em tempos de crise hídrica, o Brasil pode contar com a força da cana-de-açúcar para manter as luzes acesas. A adoção crescente dessa tecnologia representa um passo importante rumo à independência energética, à preservação ambiental e ao fortalecimento da economia nacional.
Com investimentos adequados e políticas públicas eficazes, a bioeletricidade pode transformar o setor elétrico brasileiro e posicionar o país como líder global em energia renovável.