Campos de petróleo no norte do Iraque foram atacados por drones na quarta-feira, interrompendo operações e elevando tensões políticas com o governo curdo.
Dois campos de petróleo localizados na região autônoma curda do norte do Iraque foram atingidos por drones na última quarta-feira (16), provocando a interrupção temporária das atividades em algumas instalações. Os ataques ocorreram no distrito de Zakho e, horas depois, em Sheikhan, ambos na província de Dohuk. Embora ninguém tenha assumido a autoria, os atentados intensificam o clima de instabilidade política entre o governo central de Bagdá e as autoridades curdas.
Os bombardeios, que também colocam em risco o setor energético local, levaram a paralisações preventivas em campos operados por empresas estrangeiras, incluindo uma petroleira norueguesa e outra americana. As autoridades curdas pedem ajuda federal urgente para conter os ataques e garantir a segurança da região.
Drones atingem instalações em Zakho e Sheikhan
O primeiro ataque desta quarta-feira foi confirmado pelo departamento antiterrorismo curdo. Dois drones atingiram um campo de petróleo no distrito de Zakho, danificando parte da infraestrutura, mas sem deixar feridos.
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A DNO ASA, empresa de petróleo e gás da Noruega que opera o campo, relatou explosões em um pequeno tanque de armazenamento em Tawke e também em equipamentos de processamento de superfície no campo de Peshkabir. As operações foram imediatamente suspensas para avaliação dos danos.
Poucas horas depois, um novo ataque com drone atingiu o campo de Baadre, no distrito de Sheikhan. Assim como no caso anterior, não houve vítimas. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram fumaça se espalhando pelas montanhas áridas da região.
Tensão crescente na região curda do Iraque
Os ataques com drones nos campos de petróleo ocorrem em um momento de tensão crescente entre o Curdistão e Bagdá.
Nenhum grupo reivindicou a autoria dos atentados, mas as autoridades curdas afirmam que as ações têm como objetivo desestabilizar a economia local.
O Ministério dos Recursos Naturais do Curdistão declarou que os bombardeios “ameaçam a segurança dos funcionários civis do setor de energia” e pediu a intervenção do governo federal iraquiano para evitar novos incidentes.
A preocupação das autoridades não se limita aos prejuízos econômicos, mas também à segurança de profissionais que atuam nos campos atingidos.
Campo operado por americana foi alvo um dia antes
Na véspera, outro campo de petróleo da província de Dohuk, administrado por uma empresa dos Estados Unidos, também foi atacado por um drone, resultando em incêndio. O episódio reforça a ideia de uma ofensiva coordenada contra instalações estratégicas da região.
Embora ainda não existam evidências concretas sobre os responsáveis, os ataques em sequência despertam temores sobre a continuidade da produção e a estabilidade energética do norte do Iraque.
Impacto na produção e no mercado global
Apesar da gravidade dos ataques, especialistas afirmam que os impactos sobre o mercado global de petróleo devem ser limitados. Hamza al-Jawahiri, analista da indústria petrolífera iraquiana, explicou que a produção no sul do país continua estável e pode suprir eventuais perdas causadas pela interrupção no norte.
Atualmente, os campos de petróleo curdos no norte do Iraque são responsáveis por cerca de 500 mil barris por dia (bpd). Ainda assim, a situação desperta preocupação por afetar uma área estratégica para investidores internacionais.
Autoridades cobram resposta do governo central
Diante da escalada de ataques, as autoridades do Curdistão pressionam Bagdá por uma resposta mais firme. O receio é de que os ataques com drones se tornem recorrentes, colocando em xeque a segurança energética da região e afastando empresas estrangeiras.
Enquanto os danos são avaliados e as investigações continuam, cresce o apelo por soluções diplomáticas e medidas de proteção mais eficazes para os trabalhadores e para a infraestrutura dos campos de petróleo do norte do Iraque.