Primeiro poço comercial do país foi perfurado em 1941 no Recôncavo Baiano e deu origem à refinaria de Mataripe, atual REFMAT Acelen
O campo de Candeias, localizado no município de Candeias, Bahia, entrou para a história em 13 de dezembro de 1941, quando o poço C-01 (Candeias-01) jorrou petróleo pela primeira vez em escala comercial no Brasil. Foi o início da trajetória que transformaria o país em um dos maiores produtores globais de petróleo, culminando nas descobertas do pré-sal.
O geólogo Pedro Moura, responsável pela locação do poço, marcou seu nome com a primeira grande conquista da geologia brasileira. A produção de Candeias, inicialmente operada pela Petrobras, é hoje conduzida pela BRAVA Energia, fusão entre 3R Petroleum e Enauta.
Campo de Candeias: berço da indústria do petróleo no Brasil
A estrutura original do campo de Candeias era composta por tanques rebitados de armazenamento, uma técnica anterior à introdução da soldagem em larga escala. Esses tanques foram instalados ao redor dos primeiros poços produtores e representam o início da infraestrutura industrial brasileira no setor de óleo e gás.
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Com o crescimento da produção, surgiu a necessidade de construir uma refinaria próxima. Em 1947, começaram as obras da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), atual REFMAT Acelen, localizada a apenas 5 km do campo, no município vizinho de São Francisco do Conde. A unidade foi a primeira refinaria do Brasil e hoje continua sendo uma das principais do país.
Da era dos rebites ao pré-sal: legado técnico e cultural
O campo de Candeias simboliza o elo entre o início da indústria nacional e os avanços tecnológicos modernos. Ainda hoje, é possível encontrar equipamentos da década de 1940 em funcionamento, graças a rigorosos programas de inspeção, manutenção e integridade de ativos.
A trajetória iniciada no Recôncavo Baiano foi o ponto de partida para que o Brasil chegasse a campos ultraprofundos como os do pré-sal, onde a produção supera os 3 milhões de barris por dia, utilizando navios-plataforma de última geração e tecnologias de captura de carbono e reinjeção de gás.
O legado do campo de Candeias continua vivo não só pela produção, mas pela preservação da memória e do esforço de gerações de trabalhadores, desde pescadores e marisqueiros até engenheiros e técnicos.