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Caminhões truqueta e a polêmica dos caminhões com três eixos traseiros

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 21/06/2024 às 15:13
Caminhões truqueta e a polêmica dos caminhões com três eixos traseiros
Os caminhões truqueta, conhecidos por terem três eixos traseiros, são uma configuração rara e polêmica no Brasil. Vamos entender mais sobre essa história e descobrir por que esses caminhões foram proibidos. Imagem: Apoixanados por estrada/Divulgação

Os caminhões truqueta, conhecidos por terem três eixos traseiros, são uma configuração rara e polêmica no Brasil. Vamos entender mais sobre essa história e descobrir por que esses caminhões foram proibidos.

Caminhões truqueta, ou 8×2, possuem um eixo direcional na frente e três eixos traseiros. Essa configuração surgiu no Brasil na década de 1970, especialmente em 1972. No entanto, essa configuração nunca foi oferecida de fábrica por nenhuma montadora, sendo resultado de adaptações feitas em oficinas mecânicas. Empresas como Randon, Iderol e Rodoviária realizaram essas modificações, que foram apelidadas de “quarto eixo”.

Na época de seu lançamento, esses caminhões eram populares por permitirem maior capacidade de carga. Com um Peso Bruto Total (PBT) de 31,5 toneladas, sendo 6 toneladas no eixo dianteiro e 25,5 toneladas nos eixos traseiros, eles ofereciam uma solução para aumentar a eficiência no transporte de cargas.

Apesar da popularidade, em 1978 o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) proibiu essas adaptações em caminhões truqueta

A justificativa foi que os caminhões com três eixos traseiros estavam burlando a legislação, que determinava que o PBT deveria ser o fixado pela fabricante. Além disso, o governo alegou que essa configuração causava desgaste mais intenso nos freios, motor, chassi e carroceria.

As transportadoras não aceitaram a proibição facilmente, argumentando que os caminhões adaptados não estavam sobrecarregados e usaram como exemplo o Mercedes 1519, que tinha um CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 32 toneladas. Com as adaptações, o PBT seria de 30,5 toneladas, abaixo do limite estabelecido pela fabricante.

Em novembro de 1978, o DNER suspendeu as multas, mas não regularizou a configuração dos caminhões truqueta. Isso significava que os caminhões adaptados continuavam ilegais e sujeitos a novas multas. Essa incerteza fez com que a popularidade dos caminhões truqueta diminuísse.

Hoje em dia, ainda é possível encontrar modelos modernos com essa configuração, adaptados para um PBT de 31,5 toneladas

No entanto, essa configuração ainda é passível de multa, pois não está regularizada e homologada. Existem variações desses caminhões, como os bidirecionais com três eixos traseiros e PBT de 37,5 toneladas, mas a legislação atual proíbe que veículos não articulados excedam 29 toneladas de PBT.

Os caminhões truqueta, apesar de sua popularidade inicial, enfrentaram muitas dificuldades devido à falta de regulamentação e às multas. A história desses caminhões mostra a complexidade das adaptações e a importância da regularização para garantir a segurança e a eficiência no transporte de cargas.

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Rafaela Fabris

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