Estudo da Universidade de Exeter mostra que, em países como China e Índia, caminhões elétricos já são mais vantajosos que os a diesel no custo total de propriedade.
Pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, afirmam que os caminhões elétricos podem se tornar mais vantajosos que os modelos a diesel em um prazo menor do que se imaginava.
O estudo aponta que, em países como China e Índia, esses veículos já apresentam custo total de vida útil inferior ao dos caminhões tradicionais.
A análise traz dados que reforçam o avanço da eletrificação no transporte de cargas.
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Comparação de custos mostra mudança no cenário
O estudo foi conduzido pelo programa EEIST, liderado pela Universidade de Exeter. Os pesquisadores analisaram o chamado custo total de propriedade (TCO, na sigla em inglês), que leva em conta três fatores principais: o valor de compra do veículo, os custos com energia (diesel ou eletricidade) e a manutenção ao longo da vida útil do caminhão.
Os resultados revelam que, em países como China e Índia, caminhões elétricos de médio e grande porte já são mais baratos durante toda sua vida útil do que seus equivalentes movidos a diesel.
Segundo os autores, políticas públicas inteligentes podem acelerar essa tendência globalmente.
Tecnologia mais eficiente e preços em queda
Um dos fatores centrais para essa virada é a queda expressiva no preço das baterias.
As baterias de fosfato de ferro-lítio, as mais usadas em caminhões elétricos, ficaram 86% mais baratas entre 2013 e 2024. Isso torna o custo inicial mais acessível e melhora o custo-benefício ao longo do tempo.
Além disso, os caminhões elétricos têm custos operacionais mais baixos. Como não usam motores a combustão interna, precisam de menos manutenção. Também apresentam eficiência energética superior, com menor desperdício na conversão de energia.
Mercado já aponta crescimento rápido
Em 2023, as vendas de caminhões elétricos cresceram 35% em relação ao ano anterior. Apesar de ainda representarem apenas 0,9% do total de vendas globais, os sinais de expansão são claros. A China lidera o segmento, mas Europa e América do Norte também registram avanços significativos.
Hoje, existem cerca de 750 modelos diferentes de caminhões elétricos disponíveis globalmente. A variedade de opções mostra que o setor já responde à demanda e prepara o terreno para a eletrificação em larga escala.
Políticas públicas impulsionam a transição
O estudo destaca que políticas públicas são essenciais para acelerar a adoção dos caminhões elétricos. Três medidas foram apontadas como as mais eficazes:
- Mandatos de emissão zero: exigem que uma parte crescente das vendas de veículos seja elétrica.
- Padrões de emissões: estabelecem limites máximos de CO₂ para a frota.
- Subvenções: ajudam a criar demanda nos estágios iniciais da transição.
Os pesquisadores afirmam que não basta uma medida isolada. A combinação dessas ações, se bem coordenada, pode transformar rapidamente o setor.
Impactos vão além da economia
A eletrificação do transporte de cargas traz múltiplos benefícios. Caminhões a diesel são responsáveis por quase 40% das emissões do setor rodoviário em países como a Índia, embora representem apenas 3% da frota total.
A substituição por modelos elétricos ajuda a reduzir essas emissões.
Entre os benefícios citados, estão: melhoria na saúde pública, com menos poluição do ar; economia com menor dependência de petróleo importado; e ganhos logísticos, com redução de custos operacionais. A estimativa é que a poluição do ar contribua para cerca de 400 mil mortes por ano.
Infraestrutura ainda é desafio
Embora o estudo não foque diretamente na implantação da infraestrutura, ele considera seus custos na análise do TCO.
Para que a adoção em massa se torne realidade, será necessário ampliar estações de recarga e modernizar redes elétricas.
Segundo os pesquisadores, os caminhões elétricos representam uma oportunidade concreta de avançar para um modelo mais sustentável, eficiente e saudável.
A expectativa é que a combinação de tecnologia, economia e políticas públicas possa tornar os caminhões elétricos não apenas viáveis, mas preferíveis.