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Câmara aprova projeto que facilita crédito para energia solar na agricultura familiar

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 28/08/2025 às 07:53
Painel solar em área rural com sistema de irrigação ativo sob céu limpo.
Sistema de irrigação alimentado por energia solar em propriedade rural, operando sob céu limpo e ensolarado.
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Incentive a adoção de energia solar na agricultura com crédito facilitado para cooperativas familiares, promovendo sustentabilidade, economia e desenvolvimento rural inclusivo.

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que, consequentemente, representa um avanço significativo para o desenvolvimento da energia solar na agricultura familiar no Brasil.

Além disso, o projeto cria mecanismos de crédito e garante recursos para cooperativas de geração compartilhada investirem em sistemas fotovoltaicos voltados à produção rural. Dessa forma, proporciona uma oportunidade histórica de democratizar o acesso à energia renovável.

Historicamente, a agricultura familiar enfrentou diversos desafios para acessar tecnologias modernas de produção e fontes de energia sustentável. Por isso, durante muitos anos, a concentração de investimentos em grandes propriedades agrícolas limitou o acesso de pequenos produtores a soluções energéticas eficientes.

Nesse contexto, iniciativas como a criação de crédito específico para cooperativas de geração compartilhada representam uma virada estratégica. Assim, os agricultores familiares conseguem reduzir seus custos de energia e aumentar sua autonomia produtiva.

Além disso, o país vivenciou ao longo das décadas uma crescente preocupação com o impacto ambiental da produção agrícola intensiva. Por exemplo, a dependência de combustíveis fósseis para bombear água, irrigar lavouras ou operar máquinas pressionava economicamente os pequenos produtores.

Nesse sentido, a introdução de sistemas de energia solar na agricultura oferece uma solução prática. Ela permite que os agricultores adotem práticas mais sustentáveis sem comprometer a produtividade.

Avanços históricos na energia solar para a agricultura familiar

O projeto de lei, por conseguinte, reserva R$ 400 milhões por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para financiar projetos de geração compartilhada de energia solar por 18 meses após a sua sanção.

Dessa maneira, os recursos viabilizam a instalação de sistemas fotovoltaicos em cooperativas de agricultores familiares e asseguram que a energia produzida sirva exclusivamente às atividades agropecuárias dos associados.

Consequentemente, a medida promove a sustentabilidade e fortalece a organização coletiva de pequenos produtores, incentivando práticas de cooperação essenciais para a agricultura familiar.

Além disso, a legislação exige que os projetos contemplem um percentual mínimo de conteúdo nacional, o que, por sua vez, alinha-se às políticas industriais e de transição energética do país.

Isso reforça a importância de integrar o desenvolvimento tecnológico local à produção sustentável. Dessa forma, fortalece a cadeia produtiva nacional e cria empregos ligados à instalação e manutenção de sistemas de energia solar.

Benefícios diretos para os agricultores familiares

O deputado Pedro Uczai, autor do projeto, destacou que a proposta permite que cada agricultor familiar tenha acesso à sua própria cooperativa de energia solar, reduzindo a dependência de fontes externas e promovendo maior autonomia.

Além disso, segundo ele, a iniciativa representa uma oportunidade histórica de ampliar o acesso à energia limpa para produtores que antes não contavam com políticas públicas específicas.

Por outro lado, o deputado Nilto Tatto enfatizou que a medida acelera a implantação de pequenas usinas solares, descentraliza a produção de energia e promove a democratização do setor elétrico.

Nesse contexto, essa descentralização é especialmente importante em regiões rurais, onde expandir redes elétricas nem sempre é viável ou economicamente eficiente.

Além disso, o acesso à energia solar na agricultura cria oportunidades de renda adicional, seja economizando nos custos energéticos ou vendendo excedentes de energia para a rede elétrica.

Outro ponto relevante é o estímulo à inovação tecnológica nas regiões rurais. Ao investir em energia solar, os agricultores participam de um mercado em expansão.

Eles aprendem a operar sistemas fotovoltaicos, softwares de gestão de energia e práticas de manutenção preventiva. Assim, isso contribui para formar competências técnicas que podem ser repassadas a futuras gerações, fortalecendo a agricultura familiar como setor estratégico no desenvolvimento rural.

Além disso, o projeto não se limita à instalação de sistemas fotovoltaicos. Ele cria programas nacionais voltados à sustentabilidade e à integração entre produção agrícola e preservação ambiental.

Por exemplo, entre essas iniciativas estão o Programa Nacional de Desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais de Base Agroecológica (Prosaf) e o Programa Nacional de Florestas Produtivas.

Ambos visam promover a conservação da biodiversidade, recuperar áreas degradadas e incentivar o manejo sustentável dos recursos florestais, sempre com foco na agricultura familiar.

Integração entre agricultura e preservação ambiental

O Prosaf, em particular, incentiva a produção agrícola aliada à preservação ambiental. Ele promove uma agricultura resiliente às mudanças climáticas e baseada na diversificação ecológica e agronômica.

Além disso, ele prioriza agricultores familiares, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais, oferecendo suporte técnico, capacitação e financiamento para implantar sistemas agroflorestais.

Dessa forma, a integração entre produção agrícola e energia renovável fortalece a sustentabilidade econômica e ambiental. Ao mesmo tempo, cria um modelo de desenvolvimento rural mais equilibrado.

O financiamento das iniciativas previstas no projeto virá do Orçamento da União, incluindo fundos voltados ao desenvolvimento regional, mitigação das mudanças climáticas e preservação ambiental.

Além disso, a possibilidade de parcerias com organismos internacionais garante que o projeto tenha sustentabilidade financeira de longo prazo.

Historicamente, a falta de acesso a crédito específico dificultava a adoção de tecnologias renováveis na agricultura familiar. Por isso, a nova legislação supera essa barreira de maneira estruturada.

Além disso, implementar sistemas agroflorestais integrados à energia solar gera efeitos positivos na microeconomia local.

Ao diversificar a produção, os agricultores oferecem produtos variados e de maior valor agregado. Isso cria oportunidades de comercialização mais lucrativas e fortalece a economia regional.

Ao mesmo tempo, esse modelo promove a conservação de recursos naturais e incentiva práticas agrícolas responsáveis, essenciais para o desenvolvimento sustentável de longo prazo.

O projeto também prevê estruturas de governança para garantir eficiência e transparência nos programas.

Por exemplo, um conselho orientador e um comitê técnico planejam, monitoram e avaliam as ações. Dessa forma, asseguram que os recursos sejam aplicados corretamente e que os sistemas instalados atendam às normas técnicas e ambientais.

Além disso, essas medidas criam confiança entre os agricultores e incentivam a adoção de práticas de energia renovável e sustentabilidade agrícola.

Transformação da agricultura familiar na transição energética

A iniciativa transforma a agricultura familiar em agente ativo na transição energética do país.

Ao investir em energia solar na agricultura, os produtores reduzem custos operacionais e contribuem para a redução das emissões de carbono, alinhando-se a compromissos nacionais e internacionais de sustentabilidade.

Com o tempo, esse movimento cria efeito multiplicador, estimulando novas cooperativas e expandindo a presença de energia solar em áreas rurais de todo o país.

O debate em Plenário revelou diferentes pontos de vista, mas ficou claro que o projeto busca equilibrar eficiência, sustentabilidade e inclusão social.

Algumas críticas apontaram desigualdade na distribuição de recursos entre estados. Entretanto, os defensores destacaram que os financiamentos seguirão regras definidas pelo Conselho Monetário Nacional. Dessa forma, a aplicação dos recursos será justa e organizada.

Em resumo, a aprovação deste projeto de lei representa um passo histórico para a agricultura familiar e para a expansão da energia solar na agricultura no Brasil.

Ao unir financiamento específico, governança estruturada, integração com programas agroflorestais e estímulo à cooperação, a medida oferece oportunidade concreta para que pequenos produtores adotem tecnologias sustentáveis, fortaleçam sua autonomia produtiva e contribuam para um desenvolvimento rural equilibrado e resiliente.

A história da agricultura familiar no Brasil mostra desafios econômicos e estruturais. Nesse contexto, o acesso à energia é um elemento central dessa trajetória.

A implementação de cooperativas de geração compartilhada de energia solar simboliza avanço significativo. Ela promove eficiência energética, inclusão social, preservação ambiental e desenvolvimento regional sustentável.

Por isso, com políticas como essa, a agricultura familiar assume papel estratégico na transição energética do país, tornando-se referência em inovação e sustentabilidade para futuras gerações.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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