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Mesmo após dois séculos, a busca por ouro na Califórnia continua atraindo aventureiros e investidores.
A descoberta de ouro na Califórnia, em 24 de janeiro de 1848, mudou para sempre a história do estado e dos Estados Unidos. James Marshall, um carpinteiro local, encontrou pequenas pepitas brilhando sob o sol em um riacho na cidade de Coloma.
A notícia se espalhou rapidamente e desencadeou uma das maiores migrações em massa da história dos Estados Unidos, transformando a economia e a cultura da região. Mas, será que ainda há ouro na Califórnia? Quase dois séculos depois, a resposta surpreendente é sim.
O início da corrida do ouro
Quando as primeiras notícias sobre a descoberta de ouro chegaram a São Francisco, muitos não acreditaram.
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Foi somente após o empreendedor Sam Brannan exibir um jarro cheio de pó de ouro pelas ruas da cidade que a febre começou. Em poucos meses, São Francisco se tornou uma cidade fantasma, com seus habitantes migrando para as minas.
Na época, os Estados Unidos e o México estavam em guerra, e a Califórnia estava sob controle mexicano. Apenas nove dias após a descoberta, os EUA tomaram posse oficial da região com a assinatura do Tratado de Guadalupe Hidalgo.
No final de 1849, a população não indígena da Califórnia saltou de 14.000 para quase 100.000 habitantes, atingindo 250.000 em 1852.
A diversidade nas minas de ouro
A corrida do ouro atraiu pessoas do mundo todo. Fazendeiros do Oregon, empresários de Nova York e garimpeiros do México, Chile, Havaí e China criaram um caldeirão cultural único na Califórnia.
Pequenas cidades foram erguidas ao redor do Rio Sacramento, repletas de lojas de suprimentos, bares, casas de jogos e lavanderias.
O ouro ainda está na California?
Segundo dados do US Geological Survey, compilados pela SD Bullion em 2023, a Califórnia lidera os EUA em novas descobertas de ouro, com 10.373 locais registrados.
Ed Allen, historiador do Parque Histórico Estadual Marshall Gold Discovery, afirma que apenas 10% a 15% do ouro do estado foi explorado.
Alguns especialistas, como Terry Prebalick, acreditam que os mineradores originais encontraram apenas 1% da riqueza total.
Histórias modernas de caçadores de ouro
Terry Prebalick, um entusiasta da mineração, mudou-se para Sonora, Califórnia, em 1979, após testemunhar um homem encontrar uma pepita de 130 gramas em um riacho.
Ele conta que a paixão pela mineração foi instantânea, levando-o a adquirir seus primeiros equipamentos no mesmo final de semana.
Embora não tenha ficado rico, Prebalick conseguiu se sustentar vendendo ouro ao longo das décadas. Um dia, ele encontrou 127 onças (aprox. 5 kg). Contudo, a mineração de ouro é imprevisível: em alguns dias, não há achados importantes, e em outros, há sorte grande. “Você passa meses comendo sanduíches simples, depois aproveita uma boa refeição quando encontra algo valioso”, diz Prebalick.
O turismo de mineração de ouro
O filho de Prebalick, Nick, levou a paixão familiar adiante com a empresa California Gold Panning, que oferece experiências de mineração a turistas.
Durante o verão, a empresa recebe cerca de 10 grupos por dia, cada um com 30 pessoas em busca de experimentar a corrida do ouro moderna.
Muitos são moradores da Bay Area ou turistas internacionais, todos ansiosos para tentar a sorte e descobrir pequenas pepitas nos riachos.
O futuro da mineração de ouro na Califórnia
Mesmo com avanços tecnológicos, a mineração de ouro ainda é um setor ativo na Califórnia. As estimativas sugerem que grandes quantidades de ouro permanecem inexploradas nas montanhas e leitos de rios.
Com o aumento dos preços do ouro no mercado global, a mineração pode continuar sendo uma atividade lucrativa para os que persistem.
Seja por paixão ou oportunidade econômica, a corrida do ouro da Califórnia ainda não acabou. Se você tem curiosidade, pode explorar os locais históricos e quem sabe, encontrar sua própria pepita de ouro.
