Banco estatal retoma condições mais vantajosas após ajustes em políticas de funding e deve injetar bilhões no setor imobiliário até 2026
A Caixa Econômica Federal, responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários do país, anunciou nesta sexta-feira, 10 de outubro de 2025, que voltou a financiar até 80% do valor de imóveis residenciais.
A medida representa um retorno às condições anteriores a novembro de 2024, quando o limite havia sido reduzido para 70% devido a restrições de crédito.
Segundo o presidente da Caixa, Carlos Vieira, a decisão foi possível graças às mudanças nas regras de uso do FGTS e da poupança, que aumentaram a disponibilidade de recursos para o crédito habitacional.
Além disso, o novo modelo de financiamento imobiliário permitirá que o banco utilize integralmente os depósitos compulsórios da poupança, ampliando o acesso da classe média à casa própria pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Financiamentos voltam a ter cobertura de até 80% do valor do imóvel
De acordo com Vieira, o retorno à cota de 80% valerá para o Sistema de Amortização Constante (SAC).
Nesse formato, as parcelas são maiores no início e menores ao longo do tempo, acompanhando a redução dos juros.
Esse modelo, amplamente adotado no mercado, oferece mais previsibilidade ao mutuário e ajuda a equilibrar o custo financeiro do crédito.
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Desde 1º de novembro de 2024, o banco havia reduzido o teto de financiamento devido ao alto volume de operações.
A instituição chegou a operar no limite da sua capacidade de funding.
Agora, com a reestruturação do uso dos recursos da poupança, a Caixa volta a atender uma demanda crescente por crédito imobiliário em um cenário de taxa Selic ainda elevada e procura por moradia em expansão.
Mudanças nas regras destravam crédito habitacional
As novas diretrizes do FGTS e da poupança, implementadas em outubro de 2025, foram fundamentais para viabilizar o aumento do limite de financiamento.
A liberação integral dos depósitos compulsórios permitirá ao banco injetar cerca de R$ 20 bilhões em novos contratos imobiliários, conforme informou o Ministério das Cidades.
O ministro Jader Filho afirmou que o modelo atualizado permitirá à Caixa financiar 80 mil unidades habitacionais adicionais até o fim de 2026.
A medida deve estimular o setor da construção civil e gerar impactos diretos no emprego e na economia.
Ele ressaltou ainda que as alterações reforçam o compromisso do governo com o acesso à moradia, especialmente para famílias de renda média que dependem de crédito para adquirir a casa própria.
Economia e habitação caminham juntas
Essas mudanças chegam em um momento estratégico para o setor.
A demanda por imóveis segue em alta, enquanto o crédito vinha sendo encarecido pela Selic em dois dígitos e pelos saques constantes na caderneta de poupança, principal fonte dos financiamentos habitacionais.
Com a liberação dos recursos compulsórios, o mercado deve observar uma melhora gradual na oferta de crédito, o que pode reduzir a pressão sobre os juros imobiliários.
Além disso, a medida deve estimular novas contratações nos próximos meses.
Assim, o equilíbrio entre captação, funding e demanda volta a ser prioridade nas estratégias de financiamento habitacional da Caixa.
O banco busca retomar a confiança do mercado e fortalecer o acesso à moradia de forma sustentável.
Perspectiva de expansão até 2026
A expectativa da instituição é que o novo modelo permita crescimento sustentável no volume de crédito.
Isso deve beneficiar tanto o setor da construção quanto os consumidores.
Com R$ 20 bilhões previstos para injeção imediata, o mercado imobiliário brasileiro se prepara para uma nova fase de retomada e estabilidade.
Com base em informações do Ministério das Cidades (2025) e em declarações de Carlos Vieira, as medidas marcam um novo ciclo para o crédito habitacional.
Elas reforçam a confiança na política de financiamento da moradia e devem impulsionar o setor até 2026.
Em meio a um cenário de juros altos e demanda crescente, a Caixa aposta em novas regras para aproximar novamente o brasileiro do sonho da casa própria.