Lançado em resposta à pandemia, o Caixa Tem evoluiu de ferramenta emergencial para uma plataforma digital essencial na distribuição de benefícios sociais e inclusão financeira de milhões.
O Caixa Tem consolidou-se como um aplicativo fundamental no Brasil, operado pela Caixa Econômica Federal. Sua ascensão foi impulsionada pela necessidade urgente de distribuir auxílios governamentais durante a pandemia de COVID-19, transformando-se rapidamente em um pilar da proteção social e da inclusão financeira digital no país.
Nascido para alcançar milhões de brasileiros desbancarizados, o Caixa Tem superou desafios operacionais e de segurança para se tornar uma plataforma multifacetada. Esta é a história completa de sua origem, impacto e evolução.
Origem emergencial: o lançamento do Caixa Tem em meio à pandemia
O Caixa Tem foi lançado publicamente por volta de 9 ou 10 de abril de 2020, apenas sete dias após a sanção da lei do Auxílio Emergencial. Seu propósito inicial era claro: servir como plataforma para o depósito e gerenciamento dos pagamentos deste benefício, com foco em cidadãos sem contas bancárias.
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A Caixa criou automaticamente contas Poupança Social Digital gratuitas para os elegíveis, acessíveis exclusivamente pelo aplicativo. O lançamento acelerado, em resposta direta à crise sanitária, foi crucial, mas também contribuiu para desafios técnicos iniciais.
Caixa Tem e a COVID-19: protagonismo na distribuição de auxílios
Entre 2020 e 2021, o Caixa Tem foi a ferramenta central para a distribuição de ajuda financeira. Até agosto de 2020, já havia realizado 215,6 milhões de pagamentos do Auxílio Emergencial, alcançando 65,9 milhões de brasileiros, incluindo 40 milhões de “invisíveis” desbancarizados.
Além do Auxílio Emergencial, o Caixa Tem operacionalizou o Saque Emergencial do FGTS e o Benefício Emergencial (BEm). Até o início de 2022, mais de 112 milhões de contas haviam sido criadas, com R$ 401 bilhões injetados na economia através do aplicativo.
Dores do crescimento: instabilidade e segurança no auge do Caixa Tem
A implementação rápida e o uso massivo do Caixa Tem geraram problemas. Instabilidade, lentidão e sobrecarga de servidores foram comuns, resultando em filas de espera virtuais e físicas nas agências da Caixa. Muitos usuários, especialmente aqueles com baixa literacia digital, enfrentaram dificuldades de acesso.
A segurança também foi um desafio, com fraudadores desviando pagamentos do Auxílio Emergencial. Um esquema notório chegou a desviar R$ 2 bilhões. A Caixa trabalhou para melhorar o desempenho e a segurança, cooperando com as autoridades.
Além da crise: a consolidação do Caixa Tem como banco social digital
Após a fase crítica da pandemia, o Caixa Tem evoluiu. Tornou-se o canal principal para benefícios sociais permanentes como Bolsa Família, Auxílio Gás, Abono Salarial (PIS/PASEP) e Seguro-Desemprego.
O aplicativo incorporou funcionalidades bancárias como PIX, pagamento de contas, recarga de celular, cartão de débito virtual e saque sem cartão. Houve também uma iniciativa de microcrédito (SIM Digital) em 2022, posteriormente suspensa em 2023. Melhorias na interface buscaram otimizar a experiência do usuário.