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“É uma judiação”: Caito Maia revela que a Chilli Beans fabrica 100% na China, critica impostos no Brasil e diz que produzir aqui“destrói as empresas”

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 23/10/2025 às 17:56
Caito Maia revela que a Chilli Beans fabrica 100% na China após desistir do Brasil por causa de impostos e falta de incentivos industriais
Caito Maia revela que a Chilli Beans fabrica 100% na China após desistir do Brasil por causa de impostos e falta de incentivos industriais
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Em entrevista ao canal ISTOÉ Dinheiro, Caito Maia contou que a Chilli Beans fabrica tudo na China, após falência da unidade brasileira por causa de impostos e burocracia, e criticou a falta de apoio do governo à indústria nacional

O fundador da Chilli Beans, Caito Maia, detalhou como funciona a operação global da marca e explicou por que a empresa, mesmo sendo brasileira, fabrica todos os seus produtos na China.

Durante entrevista ao canal ISTOÉ Dinheiro, ele relatou as dificuldades enfrentadas no país e o impacto direto da carga tributária sobre a indústria nacional.

Fábrica no Brasil não resistiu à carga tributária

Caito contou que a Chilli Beans já tentou produzir parte de sua linha em território brasileiro, chegando a fabricar cerca de 20% dos produtos no país há quatro ou cinco anos. No entanto, segundo ele, a operação se tornou inviável.

“Era um volume gigante, quase 500 mil peças. A gente tomou tanta multa, tanta trabalhista, tanto imposto, que o dono da fábrica desistiu. Falou: ‘Chega, acabou, tô fora’”, afirmou.

Ele classificou a situação como “uma judiação”, reforçando que o principal gargalo é o sistema tributário.

O imposto destrói as empresas. Nunca tive ajuda do governo, nada. Pelo contrário”, declarou. Caito ressaltou que o Brasil não oferece incentivos nem proteção para o setor e criticou a falta de visão industrial: “O governo brasileiro se desindustrializou. Se colocasse energia nisso, a gente teria muita fábrica, geraria emprego, pagaria imposto, mas não adianta.

Tentativas frustradas de reindustrializar a produção

Mesmo após o fechamento da fábrica, Caito afirmou que recebeu ofertas para arrendar outras unidades no país, inclusive “de graça”.

Ainda assim, a conta não fechou. “De presente não fecha. O produto fica mais caro que o chinês fabricando no Brasil, principalmente por causa do tributário”, explicou.

Ele reforçou que o problema não é exclusivo do setor de óculos e relógios, mas de toda a estrutura nacional.

O Brasil tem mão de obra, tem espaço físico, tem localização geográfica boa — do lado da Europa, do lado de tudo —, mas não rola. A gente podia ser um polo industrial, mas não é”, lamentou.

Parceria sólida com a indústria chinesa

Questionado sobre como funciona a fabricação atual, Caito respondeu sem rodeios: “É 100% na China. Tudo, óculos, relógio, tudo.”

A produção ocorre em uma cidade considerada pequena para os padrões chineses, com cerca de 10 milhões de habitantes e mais de 700 fábricas.

A Chilli Beans mantém parceria com cinco delas — quatro há mais de 20 anos e uma mais recente.

Segundo o empresário, esses parceiros são fundamentais para a qualidade e a escala de produção da marca.

A fabricação nunca foi gargalo. São parceiros geniais, com quem a gente desenvolve tecnologia e produtos novos. Eles adoram trabalhar com a gente”, afirmou.

Ele destacou que esse relacionamento direto com os fabricantes eliminou intermediários e aumentou a margem da empresa. “Quando tirei o cara do meio, minha margem subiu 20%, 30%, 40%. Tenho tecnologia na mão, porque falo direto com o fabricante”, explicou.

Evolução impressionante da indústria chinesa

Frequentador da China há duas décadas, Caito disse que presenciou uma transformação “ignorante”, termo que usou para descrever o avanço do país.

Quando fui pela primeira vez, parecia uma cidade de guerra. Hoje é tudo moderno, arborizado, cheio de prédios e pontes absurdas. Eles constroem 400 km de estrada em um ano e meio”, relatou.

O empresário também se impressionou com o grau de automação das fábricas, citando um episódio em que uma planta operava completamente no escuro. “A fábrica inteira automatizada. Não precisa ligar a luz. Dá até medo, mas é incrível”, disse.

“O governo chinês quer te ajudar”

Caito comparou a postura da China com a do Brasil e elogiou o modelo chinês de suporte às empresas. Segundo ele, o governo chinês criou até uma seguradora para proteger fabricantes e compradores.

Quando você compra, paga pra seguradora, não pro fornecedor. Se não pagar, a seguradora cobre e depois vem em cima de você com o governo junto”, explicou, admirado com a eficiência do sistema.

Ao longo dos anos, ele afirmou ter construído uma relação de confiança com seus parceiros chineses. “Eles me ajudaram na pandemia. Tenho muita gratidão e orgulho dessa relação. São parceiros maravilhosos, e a gente cresceu junto”, concluiu.

Com mais de 20 anos de parceria internacional, Caito Maia reforçou que o modelo chinês de produção é hoje o pilar da Chilli Beans, permitindo qualidade e escala a preços competitivos.

No entanto, o tom de lamento sobre o Brasil persistiu ao longo da entrevista: “Se o governo quisesse mesmo ajudar, dava. É uma judiação, porque o Brasil tinha tudo pra voar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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