O objetivo do conselho do Cade é verificar possíveis impactos e irregularidades da privatização das refinarias e seus contratos com a Petrobras. O órgão verificará se os preços do petróleo cru estão sendo elevados para as instalações privatizadas.
Novos rumos para o setor de refino brasileiro para esta sexta-feira, (17/03). A área técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) solicitou mais detalhes sobre os contratos da Petrobras com as refinarias Mataripe (BA) e Reman (AM) e Clara Camarão (RN). O objetivo do órgão é verificar irregularidades nos preços da venda do petróleo cru aos ativos privatizados, visto que há rumores de um favorecimento das refinarias da própria estatal nesse processo de compra e venda.
Contratos da Petrobras com refinarias privatizadas para venda de petróleo bruto serão reanalisados pelo Cade após possíveis irregularidades nos preços
A equipe técnica do Cade julgou insuficientes as informações atuais sobre os contratos da Petrobras com algumas de suas ex-refinarias, atualmente privatizadas, no mercado de combustíveis nacional.
Os rumores sobre um favorecimento dos ativos da própria empresa quanto aos preços do petróleo cru estão causando novas discussões no órgão.
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As recém-privatizadas refinarias Mataripe (BA) e Reman (AM), além da Refinaria Clara Camarão (RN), que passa atualmente por negociações para vendas, são os ativos em questão analisados pelo órgão.
A análise do Cade visa verificar se a petroleira estatal está vendendo o petróleo cru mais barato para os seus ativos, enquanto as refinarias privatizadas recebem o produto mais caro.
Esse é um problema que vem sendo alertado no mercado de combustíveis nacional, principalmente pela Refinaria de Mataripe, na Bahia.
O processo no Cade foi iniciado em 2022, a pedido de empresas de distribuição dos combustíveis, para analisar os preços dos combustíveis vendidos pela Refinaria de Mataripe, bem como para avaliar se o preço do óleo cru vendido pela Petrobras a essa refinaria era compatível com o fornecido às refinarias da própria empresa e com o preço de exportação.
O órgão já concluiu a análise referente aos preços dos derivados, mas segue com a investigação sobre o fornecimento de óleo bruto.
Além do pedido à Petrobras sobre mais informações nos contratos, o Cade solicitou um pronunciamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre a situação atual.
Mesmo com contrato de venda de refinarias, Petrobras ainda detém grande poder sobre a venda de petróleo cru para as companhias nacionais
Em 2019, a Petrobras assinou um TCC com o Cade para ampliar a competitividade no mercado de refino, comprometendo-se a vender oito refinarias e ampliar a competição.
Antes disso, a empresa detinha quase toda a capacidade de processamento de petróleo nacional. Hoje, refinarias independentes suprem cerca de 20% da demanda nacional por combustíveis, enquanto outros 60% são atendidos pelas refinarias da empresa estatal e os demais 20% são importados.
Agora, a Refinaria de Mataripe acusa a Petrobras de violar o TCC em novo processo no Cade que apura possíveis práticas anticoncorrenciais. A refinaria solicitou a entrada como terceira interessada no processo, mas teve o pedido negado pelo órgão.
A Acelen afirma que o acesso amplo e isonômico ao petróleo nacional por refinadores nacionais é a principal condição para a construção de ambiente competitivo no refino, atração de investimentos ao setor e segurança energética do país.
O que resta ao mercado de combustíveis e, principalmente, às refinarias privatizadas, é aguardar os próximos passos da Petrobras quanto ao processo do Cade.