O programa de aviação naval da China deu mais um passo importante com o possível início da operação do caça furtivo J-35. Imagens divulgadas nas redes sugerem que o modelo está mais próximo do serviço ativo e pode já estar integrado à frota embarcada da Marinha chinesa. A movimentação reforça os planos do país para modernizar suas forças navais e ampliar seu poder aéreo em alto-mar.
O mais importante indício da entrada em operação do caça furtivo naval chinês J-35 surgiu com uma imagem divulgada recentemente.
A foto mostra dois exemplares do jato voando em formação, com marcas que indicam possível serviço ativo pela Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN). O modelo tem sido visto como peça-chave no avanço da aviação embarcada do país.
Imagem sugere produção em série
A nova imagem, publicada originalmente no microblog chinês Weibo, apresenta os caças com os números de construção 0011 e 0012.
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Isso reforça a hipótese de que são unidades de produção inicial de baixa taxa, também conhecidas como LRIP. Esses números não costumam ser atribuídos a protótipos, o que eleva a possibilidade de que se trate de aeronaves já integradas à PLAN.
Além disso, os aviões aparecem com marcas de tubarão nas nadadeiras traseiras e insígnias nacionais, elementos comuns entre aeronaves navais da China.
Os capacetes azuis usados pelos pilotos também são típicos das unidades que operam a bordo do porta-aviões Liaoning. Esses detalhes indicam uma conexão direta com a Marinha.
De protótipo ao campo de batalha
O desenvolvimento do J-35, variante naval do caça FC-31 terrestre, começou com seu primeiro voo em outubro de 2021.
O segundo protótipo foi visto em julho de 2022, já com pintura tática cinza de baixa visibilidade. Houve relatos de um terceiro exemplar avistado em setembro de 2023, mas as imagens não permitiram confirmação clara.
Com a nova imagem, fica evidente que mais unidades foram concluídas.
A presença dos números 0011 e 0012 pode indicar que o modelo superou a fase de testes e já entrou em um estágio mais avançado de produção. Isso representa um marco no programa de aviação naval da China.
Especialistas não se surpreendem
Segundo Andreas Rupprecht, especialista em aviação chinesa, o aparecimento dos J-35 em versão LRIP não é totalmente inesperado.
Ele lembra que o caça J-15B, uma versão modernizada do J-15, também surgiu de forma repentina no fim do ano passado. Logo após, quase duas dezenas de unidades foram identificadas em operação.
Portanto, o caso do J-35 segue um padrão semelhante.
A China tem adotado uma postura discreta durante o desenvolvimento de seus caças embarcados. A revelação pública só ocorre quando os modelos já estão em estágio avançado.
Outros projetos paralelos
O surgimento do J-35 coincide com outros avanços na aviação militar chinesa. O caça biplace furtivo J-20S parece já estar em serviço pela Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLAAF). Já o J-35A, versão terrestre do J-35 naval, também avança em seu desenvolvimento.
Apesar disso, ainda há dúvidas sobre os motores utilizados em cada versão.
Esperava-se que ambos os modelos fossem equipados com o WS-19, mas esse plano parece não ter se concretizado.
A variante naval da PLAN pode usar o WS-21, uma evolução do WS-13, enquanto a terrestre da PLAAF pode já contar com o WS-19, identificado por seus bicos de exaustão escurecidos.
Detalhes técnicos chamam atenção
A nova imagem mostra os dois caças com uma lente Luneburg ventral aparafusada.
Esse refletor de radar é usado em caças furtivos quando não há necessidade de baixa observabilidade, como em voos em espaço aéreo civil ou para enganar radares estrangeiros. Esse tipo de lente é diferente da usada no J-35A terrestre, que possui um refletor extensível.
Outro detalhe importante é que os aviões apresentam configuração quase final. Isso inclui todos os elementos esperados para a versão de produção, com linhas limpas e acabamento refinado.
A presença desses detalhes reforça a hipótese de que os caças estão prontos para testes em ambientes reais.
Testes em porta-aviões podem estar em andamento
Há rumores de que o J-35 já está sendo testado no convés do porta-aviões Tipo 003 Fujian, embora ainda não existam imagens que comprovem isso. O navio está atualmente em testes pré-serviço, e a chegada de aeronaves novas faz parte do cronograma de avaliação.
Mesmo sem confirmação visual, especialistas consideram provável que os testes ocorram em breve, se já não começaram. No entanto, seria surpreendente se o J-35 fosse a primeira aeronave a ser testada no novo porta-aviões, superando o J-15, que já tem histórico comprovado.
A China possui locais de teste em terra com estruturas que simulam o convés de um porta-aviões. Esses centros são usados para treinar pilotos e operadores antes das missões reais.
Com isso, o J-35 pode passar por uma fase de preparação intensiva antes de operar no mar.
Expectativa por estreia oficial
Circulam rumores de que o J-35 poderá aparecer publicamente em setembro, durante um evento que celebrará os 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Caso isso se confirme, o caça poderá ser apresentado como símbolo de avanço tecnológico e poder militar da China.
Até lá, o que se sabe é que o modelo segue ganhando espaço no cenário da aviação embarcada. O J-35 deve atuar ao lado de outros ativos modernos, como o avião de alerta antecipado KJ-600 e possíveis drones de combate furtivos.
Portanto, mesmo sem uma declaração formal de capacidade operacional, o novo caça já ocupa lugar de destaque.
A China se move rapidamente para consolidar sua presença nos mares com equipamentos modernos e adaptados à guerra naval do futuro.
A China realmente aprendeu com sua história, e não pretende permitir que nenhum Pais colonialista se apodere novamente do seu quintal! Serve de modelo e exemplo neste sentido para toda a America do Sul, em especial o Brasil. Parabéns!