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Montadora chinesa apresenta em silêncio um novo sistema híbrido flex com foco no mercado brasileiro, associando tecnologia elétrica e etanol. A produção será nacional, e a estratégia mira diretamente modelos consagrados no segmento de SUVs médios híbridos.
Durante o Festival Interlagos 2025, a fabricante chinesa BYD apresentou, em seu estande, o protótipo de um novo motor híbrido flex 1.5 aspirado, voltado ao mercado brasileiro.
A empresa optou por não realizar coletiva de imprensa, mas confirmou que o sistema em exposição integra um propulsor a combustão 1.5 aspirado, agora adaptado à tecnologia flex, aliado a um motor elétrico.
A montadora ainda não informou oficialmente qual modelo estreará essa motorização, mas há expectativa de que a estreia ocorra no SUV Song Plus, cuja produção nacional está prevista para começar entre o fim de 2025 e o início de 2026, na nova unidade fabril de Camaçari (BA).
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Desempenho do motor híbrido flex 1.5 aspirado
O novo sistema combina um motor 1.5 aspirado flexível, compatível com gasolina e etanol, a um propulsor elétrico integrado.
Nos modelos atuais da marca, o motor a combustão gera 110 cavalos de potência e 13,7 kgfm de torque, enquanto o motor elétrico entrega 179 cavalos e 32,2 kgfm.
A potência total do conjunto varia entre 209 cv e 235 cv, conforme o modelo e a configuração adotada.
Esse tipo de sistema, baseado na tecnologia DM-i da BYD, tem como característica principal priorizar o uso do motor elétrico em trajetos urbanos, acionando o motor a combustão em situações específicas, como maior demanda energética ou recarga da bateria em movimento. Isso contribui para a redução no consumo de combustível líquido.
As baterias utilizadas também variam de acordo com o modelo. No caso do Song Pro, versões atuais utilizam bateria de 12,9 kWh, com autonomia estimada em cerca de 87 km no modo elétrico.
Já o Song Plus pode vir equipado com bateria de 26,6 kWh, que permite rodar até 150 km apenas com eletricidade, segundo o ciclo NEDC.
Com a introdução da tecnologia flex, o sistema passa a incorporar a possibilidade de abastecimento com etanol, combustível com alta penetração no mercado brasileiro e que possui menor emissão de CO₂ em relação à gasolina.
Estratégia de mercado e posicionamento competitivo
A BYD tem ampliado sua atuação no Brasil por meio da nacionalização de modelos eletrificados e aposta no lançamento do sistema híbrido flexível como forma de competir com modelos que já utilizam tecnologia semelhante, como o Toyota Corolla Cross Hybrid e o Jeep Compass 4xe.
O Song Pro é atualmente um dos modelos mais acessíveis da marca entre os eletrificados. Durante ações promocionais realizadas em junho de 2025, foi anunciado com preços a partir de R$ 179.800.
Para efeito de comparação, o Corolla Cross Hybrid parte de valores próximos a R$ 190 mil, enquanto o Compass 4xe é comercializado com preços acima de R$ 270 mil.
A fabricação local, programada para ocorrer na unidade da BYD em Camaçari, deve contribuir para a redução de custos logísticos e permitir acesso a incentivos fiscais voltados à produção nacional de veículos híbridos. Essa combinação pode resultar em valores finais mais competitivos no varejo.
Características e comparação com modelos do mesmo segmento
Em comparativos já realizados entre o Song Pro e o Corolla Cross, alguns dados objetivos apontam diferenças entre os modelos.
O porta-malas do Song Pro oferece 520 litros de capacidade, enquanto o do Corolla Cross possui 440 litros. Em relação ao acabamento interno, análises técnicas destacam materiais e espaço internos distintos, mas sem consenso sobre superioridade.
No que diz respeito à segurança, o Corolla Cross Hybrid conta com sete airbags e sistemas de assistência à condução, como controle de cruzeiro adaptativo, em determinadas versões.
O Song Pro, nas versões disponíveis atualmente, vem equipado com seis airbags, sem confirmação oficial sobre a inclusão de assistências avançadas nas versões futuras com o novo motor híbrido flex.
Em desempenho, os números divulgados pela BYD indicam até 235 cavalos de potência combinada no sistema híbrido, valor superior aos 122 cv do Corolla Cross Hybrid e próximo ao Compass 4xe, que apresenta 240 cv.
O consumo oficial, baseado em testes com gasolina, varia de 14,8 km/l a 15,2 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada, conforme dados do Inmetro.
Expansão tecnológica e cenário para 2025 e 2026
Para especialistas, a introdução de um motor híbrido flex 1.5 aspirado reforça o movimento da BYD de oferecer soluções adaptadas às condições do mercado brasileiro.
A presença da tecnologia flex, em conjunto com o sistema elétrico e a possibilidade de produção nacional, posiciona os modelos da marca em uma faixa competitiva tanto em termos de preço quanto de adequação às exigências ambientais e econômicas locais.
Segundo analistas do setor, há uma tendência de crescimento nas vendas de SUVs com algum tipo de eletrificação no Brasil.
A adição de flexibilidade no combustível tende a ampliar o público-alvo, especialmente entre consumidores interessados em tecnologias sustentáveis, mas que ainda dependem da infraestrutura tradicional de abastecimento.
Essa nacionalização de modelos, como previsto para Camaçari, ainda segundo analistas do setor, representa também uma etapa estratégica da BYD para consolidar sua operação local com maior independência de importações.
A marca planeja escalar sua presença em concessionárias e centros de manutenção autorizados até 2026, acompanhando a expansão do portfólio nacional.
Diante da integração entre eficiência energética, abastecimento flexível e produção local, o lançamento do novo sistema híbrido levanta uma questão central para o setor: o modelo híbrido flex nacional da BYD terá competitividade suficiente para alterar o equilíbrio entre os SUVs eletrificados disponíveis no Brasil?
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