Sedã híbrido da BYD foi registrado no Brasil com promessa de até 2.100 km de alcance total, motor elétrico de até 217 cv e preço abaixo do King, ampliando a estratégia da marca no segmento de médios eletrificados.
A BYD registrou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial o sedã Qin Plus, movimento que abre caminho para a chegada de um modelo mais acessível do que o King e com promessa de autonomia combinada de até 2.100 km no ciclo chinês CLTC.
Posicionado para disputar espaço com Toyota Corolla e afins, o sedã utiliza o sistema híbrido plug-in da marca e, nas versões mais potentes, traz motor elétrico de até 217 cv.
Registro no INPI e posicionamento no mercado brasileiro
O depósito de desenho industrial no INPI é o procedimento padrão antes de um lançamento e não significa, por si só, início imediato das vendas.
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Ainda assim, sinaliza a intenção da BYD de ampliar a família de sedãs no país com um produto abaixo do King em preço e conteúdo.
A estratégia conversa com a ofensiva da marca no Brasil, que vem ocupando faixas de mercado com portfólio híbrido e elétrico em diferentes tamanhos e faixas de valor.
Visual da linha Dynasty e pegada de sedã médio
No design, o Qin Plus segue a linguagem da família Dynasty.
A grade generosa domina a dianteira e recebe frisos que lembram escamas, enquanto os faróis afilados remetem ao tratamento visto no King.
Atrás, a lanterna em barra contínua reforça a assinatura luminosa, tendência consolidada no segmento.
O resultado é um três-volumes de pegada moderna, mas sem extravagâncias, alinhado ao gosto do público que migra de sedãs médios a combustão para soluções eletrificadas.
Dimensões: o que muda em relação ao King
Apesar da semelhança visual, o Qin Plus é ligeiramente menor que o irmão mais caro.
Medidas internacionais apontam 4,765 m de comprimento, 1,837 m de largura e 1,495 m de altura, com 2,718 m de entre-eixos.
Na prática, essas proporções o colocam no coração do segmento, com bom aproveitamento interno e porte adequado para o uso urbano.
Já o BYD King permanece um pouco maior em comprimento e entre-eixos, como refletem as especificações divulgadas para o mercado brasileiro, o que explica a hierarquia entre os dois na gama.
Cabine conhecida e foco em funcionalidade
Por dentro, o Qin Plus repete soluções familiares aos clientes da marca.
O painel de instrumentos digital concentra informações de consumo, fluxo de energia e assistência à condução.
No centro, a multimídia rotativa de 12,8 polegadas integra navegação e comandos do sistema híbrido.
O console central é minimalista, com poucos botões, seletor de marcha eletrônico e espaços de porta-objetos que priorizam uso cotidiano.
A lógica é reduzir distrações e deixar o foco na condução eficiente.
Trem de força: DM-i 5.0, autonomia e consumo
O Qin Plus utiliza a arquitetura híbrida da BYD conhecida como DM-i.
Nas versões ligadas à quinta geração do sistema, a marca declara consumo próximo de 2,9 l/100 km em medições chinesas e autonomia total de até 2.100 km com tanque cheio e bateria carregada, números obtidos em ciclo CLTC.
Em uso real, os valores podem variar conforme percurso, relevo e clima, mas ajudam a dimensionar a proposta de eficiência do conjunto.
A base mecânica combina um 1.5 aspirado de cerca de 100 cv e 12,8 kgfm com motores elétricos de potência variável.
Na configuração de entrada, o motor elétrico entrega 163 cv e 21,4 kgfm, associado a bateria por volta de 10 kWh, suficiente para cerca de 80 km no modo elétrico (CLTC).
Acima dela, há opção com 217 cv e 26,5 kgfm, bateria próxima de 16 kWh e até 120 km de alcance elétrico, ainda segundo o padrão chinês.
Em ambos os casos, a transmissão é do tipo e-CVT, e o gerenciamento de energia prioriza rodar no elétrico em trechos urbanos, acionando o motor a combustão sobretudo para sustentar carga e eficiência em velocidades maiores.
Comparativo prático com o BYD King
Enquanto o Qin Plus foca no preço e em versões com bateria menor, o BYD King vendido no Brasil aposta em acabamento e conteúdo superiores.
Ele também utiliza a tecnologia DM-i, porém com calibrações e pacotes voltados a um patamar mais alto de equipamentos.
Em termos de referência, a própria BYD divulga para o King autonomia combinada de até 1.200 km em condições controladas.
Na prática, o Qin Plus tende a atuar como porta de entrada à linha de sedãs híbridos plug-in da marca, dividindo a vitrine com o King e ampliando o leque frente a rivais híbridos convencionais.
Linha do tempo: idas e vindas do nome Qin
O Qin Plus já foi descontinuado na China e, depois, ressuscitado pela BYD diante da demanda por sedãs híbridos de menor custo.
Em 2024, a marca estreou a tecnologia DM-i 5.0 no sedã Qin L, de porte maior, e gradualmente levou a atualização a outros modelos.
Em 2025, a família Qin ganhou nova geração em seu patamar mais acessível, mantendo o posicionamento de “irmão do King” e reforçando a estratégia de preços agressivos no mercado asiático.
E o que falta para chegar às lojas?
Com o registro no Brasil realizado, o passo seguinte depende da decisão comercial da BYD.
A marca vem estruturando produção local e expansão de rede, mas não há confirmação oficial de data de lançamento, versões, lista de equipamentos e preços do Qin Plus para o nosso mercado.
Caso chegue, a lógica indica posicionamento abaixo do King, mirando clientes que desejam um sedã mais racional em preço, mas sem abrir mão do alcance elétrico para o dia a dia e do custo por quilômetro típico dos híbridos plug-in.
O que observar quando ele desembarcar
Em eventual chegada às concessionárias, pontos de atenção serão a capacidade da bateria em cada versão, a autonomia elétrica certificada para o padrão brasileiro, a garantia aplicável ao conjunto híbrido e a integração de assistentes de condução.
Também merecem análise o espaço do porta-malas com o alojamento do pack de baterias e o custo de manutenção programada frente a concorrentes híbridos tradicionais.
Com essa combinação de preço mais baixo, promessa de até 2.100 km de alcance total e pacote híbrido moderno, o Qin Plus tem fôlego para cavar um lugar ao lado do King e encarar Corolla e companhia no Brasil, ou o consumidor local seguirá priorizando versões mais equipadas mesmo a um custo maior?