A montadora chinesa BYD driblou R$ 1 bilhão em impostos com uma manobra de importação de veículos elétricos. Essa estratégia não apenas consolidou sua liderança no mercado brasileiro, mas também levanta questionamentos sobre a concorrência entre montadoras e a dinâmica de impostos, enquanto sua nova fábrica na Bahia se prepara para iniciar operações em breve.
Você sabia que uma simples estratégia de importação pode resultar em uma economia bilionária para uma montadora?
A montadora chinesa BYD conseguiu evitar o pagamento de R$ 1 bilhão em impostos no Brasil, e a razão por trás dessa manobra pode mudar o cenário dos veículos elétricos no país.
Com a antecipação na importação de veículos elétricos durante o primeiro semestre de 2024, a BYD não apenas escapou de altos tributos, mas também se posicionou como a líder de mercado no Brasil.
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Crescimento das importações de veículos elétricos
De acordo com o jornal O Globo, a importação de veículos elétricos cresceu 931% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse aumento expressivo resultou em um total de R$ 5,4 bilhões em importações.
A BYD, que se destaca nesse cenário, foi responsável por quase 90% desse volume, com a importação de 114 mil veículos. A montadora se tornou uma referência no segmento, consolidando sua presença no mercado brasileiro.
Vendas em alta
No último mês, foram vendidos 13.254 veículos híbridos e elétricos no Brasil, resultando em um total de 122.548 unidades comercializadas de janeiro a setembro. Isso representa um crescimento de 113% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A BYD se tornou a líder no setor de veículos elétricos e ocupa a 10ª posição em volume de emplacamentos gerais no Brasil. Excluindo as vendas para locadoras, a montadora chinesa sobe para a 8ª posição.
A estratégia da antecipação da BYD
Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, explicou que a antecipação nas importações garantiu um volume suficiente de veículos para sustentar as vendas até a operação da nova fábrica da empresa na Bahia.
A fábrica, situada no polo de Camaçari, começará suas atividades em dezembro e deve operar em sua totalidade no primeiro semestre de 2025.
Essa estratégia visa evitar a elevação dos preços para os consumidores, o que poderia impactar a demanda por seus produtos.
Logística de distribuição da BYD
Atualmente, os veículos da BYD estão distribuídos em centros localizados próximos a portos estratégicos, como os do Espírito Santo, Suape (PE) e Santa Catarina, evitando o uso do Porto de Santos.
Baldy afirma que o volume estocado é “muito inferior” ao que a concorrência tem relatado, o que demonstra a confiança da montadora na sua capacidade de atender à demanda.
Queixas das montadoras tradicionais
Entretanto, essa manobra não veio sem controvérsias. O elevado volume de importações de veículos elétricos gerou queixas entre as montadoras tradicionais.
Márcio Leite, presidente da Anfavea, afirmou que a importação maciça de veículos está dificultando a entrada de peças e componentes necessários para a produção local, causando um entrave nas operações portuárias.
Pressão sobre o governo
Em resposta a essa situação, Leite utilizou esse argumento para solicitar ao governo que antecipe a alíquota de 35% para carros 100% elétricos.
O aumento gradual dos impostos começou em janeiro com 10%, subindo para 18% em julho, com uma previsão de alcançar 35% em julho de 2026. Essa estratégia visa equilibrar as condições de competição no mercado automotivo brasileiro.
A BYD, com suas manobras estratégicas, não apenas se destaca no mercado de veículos elétricos, mas também levanta questões sobre a dinâmica de impostos e a concorrência entre montadoras.
Como você vê o impacto dessa estratégia da BYD no futuro dos veículos elétricos no Brasil?