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BYD entra na mira de outras montadoras e é acusada de concorrência desleal no Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 31/01/2025 às 12:50
Anfavea investiga BYD e GWM por possível "dumping" no Brasil; montadoras chinesas negam acusações e destacam investimentos locais.
Anfavea investiga BYD e GWM por possível “dumping” no Brasil; montadoras chinesas negam acusações e destacam investimentos locais.

Gigantes chinesas BYD e GWM são acusadas de praticarem “dumping” no Brasil, vendendo veículos abaixo do custo e ameaçando a indústria nacional. Enquanto isso, as montadoras negam veementemente as alegações e ressaltam seus robustos investimentos no país.

Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro tem sido palco de uma transformação.

Novas marcas estrangeiras, especialmente as chinesas, começaram a ganhar espaço nas ruas e garagens do país.

Modelos antes desconhecidos passaram a disputar a preferência do consumidor brasileiro, trazendo consigo promessas de inovação e preços competitivos.

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Segundo informações divulgadas pelo Autoesporte e pelo Estadão, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está investigando possíveis práticas de “dumping” por parte das montadoras chinesas BYD e GWM no Brasil.

O “dumping” ocorre quando empresas vendem produtos a preços inferiores ao custo de produção, configurando concorrência desleal.

A Anfavea planeja formalizar um pedido de investigação junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) nos próximos dias.

Aumento das importações chinesas

Nos últimos anos, as montadoras chinesas têm ampliado sua presença no mercado brasileiro, especialmente no segmento de veículos eletrificados.

Em 2024, as marcas chinesas representaram 60% das vendas de veículos eletrificados no país, com destaque para a BYD, que emplacou 76,8 mil unidades, e a GWM, com 29,2 mil veículos vendidos.

Esse crescimento tem gerado preocupações entre as fabricantes tradicionais, que alegam prejuízos devido à concorrência desleal.

Posicionamento das montadoras acusadas

De acordo com o Autoesporte, em resposta às acusações, a BYD negou categoricamente a prática de “dumping” e reafirmou seu compromisso com a ética e a transparência em suas operações no Brasil.

A empresa destacou seus investimentos no país, incluindo a construção de um complexo industrial em Camaçari, na Bahia, que será o maior da companhia fora da China.

A BYD afirmou estar comprometida com o desenvolvimento da indústria automotiva brasileira e criticou as montadoras tradicionais por tentarem “utilizar artimanhas para esconder a falta de competitividade”.

A GWM, também segundo ao site citado, por sua vez, declarou que vê a ação com tranquilidade, afirmando seguir estritamente as regras internacionais e a legislação brasileira para comércio exterior.

A empresa está aumentando o ritmo de contratações no Brasil, visando o início da produção de seus primeiros carros eletrificados na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo, prevista para o primeiro semestre deste ano.

Comparativo de preços: Brasil vs. China

Uma análise dos preços praticados pelas montadoras chinesas no Brasil em comparação com os valores na China revela discrepâncias significativas.

Por exemplo, o BYD Song Plus é vendido na China por valores entre 112.800 e 142.800 yuans (aproximadamente R$ 91.402 a R$ 115.711), enquanto no Brasil, os preços variam de R$ 244.800 a R$ 299.800.

Já o GWM Haval H6 custa na China entre 117.900 e 121.900 yuans (cerca de R$ 95.534 a R$ 98.776), sendo comercializado no Brasil por valores que partem de R$ 219.000.

Para especialistas, essas diferenças levantam dúvidas sobre as alegações de “dumping”, considerando os custos adicionais de importação e tributação no mercado brasileiro.

Reações da indústria nacional

A Anfavea tem adotado medidas para proteger a indústria nacional diante do aumento das importações de veículos chineses.

Uma das ações foi a defesa da retomada do imposto de importação para veículos eletrificados, que estava zerado desde 2015.

No entanto, em janeiro do ano passado, o imposto voltou a ser cobrado, com reajustes previstos para julho de 2025 e 2026, até atingir o patamar de 35%.

A entidade também propõe que o imposto atual de 18% e 16% para veículos montados em regime CKD e SKD seja reajustado para 35%, visando equilibrar a concorrência.

Próximos passos e expectativas

A Anfavea está finalizando os estudos para formalizar o pedido de investigação ao governo.

Enquanto isso, as montadoras chinesas seguem com seus planos de expansão no Brasil, com a expectativa de iniciar a produção local ainda este ano.

O desenrolar dessa situação poderá trazer impactos significativos para o mercado automotivo brasileiro, influenciando desde a competitividade até os preços finais para o consumidor.

Você acredita que a entrada das montadoras chinesas trará benefícios ou desafios para o consumidor brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários!

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Albino Neto
Albino Neto
04/02/2025 05:33

As marcas instaladas no Brasil vendem carros depenados por quase 100.000, agora estão apavorados por causa dos carros chineses. Calma que isso é só o começo.

Ivo
Ivo
01/02/2025 20:29

Tudo que vem da China o objetivo é destruir o mundo ,a China **** pra empurrar esse monte de lixo no mercado com o objetivo de destruir as outras montadoras e o planeta!

JÚNIOR
JÚNIOR
01/02/2025 09:27

O engraçado é que temos as carroças mais caras do mundo , aí reclamam da concorrência. Canalhas . E outra , nossos carros não são nacionais seus canalhas . Tem que lotar os pátios das montadoras nacionais . Mas brasileiro é **** !! Compra um kwid por 70 mil kkkkk
Eu acho é pouco !!!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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