Avaliação recente do BYD Dolphin Mini destaca desempenho e eficiência energética, mas aponta falhas no acabamento, tecnologia e dirigibilidade que colocam em dúvida o real custo-benefício do compacto elétrico.
O BYD Dolphin Mini, conhecido em alguns mercados como Seagull e vendido no Reino Unido sob o nome Dolphin Surf, tem se destacado pelo preço competitivo e pela proposta de ser uma opção de entrada no segmento de veículos elétricos.
No entanto, uma recente avaliação feita por um jornalista especializado do canal britânico Carwow trouxe uma série de observações críticas sobre o modelo, apontando limitações que, segundo ele, comprometem a experiência geral de uso.
De acordo com o repórter, o hatch elétrico se apresenta como o segundo carro a bateria mais barato disponível na Europa, ficando atrás apenas do Dacia Spring.
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Apesar disso, o profissional destacou que o custo reduzido vem acompanhado de concessões que afetam desde o acabamento até a tecnologia embarcada.
Design externo causa controvérsia
O design externo foi um dos primeiros pontos questionados.
Segundo o jornalista, a aparência do Dolphin Mini remete a modelos compactos mais antigos, como o Chevrolet Spark ou o Chevrolet Bolt, resultando em um visual que ele classificou como “um tanto esquisito”.
Ainda que o estilo seja subjetivo, a comparação ressalta que a estética pode não agradar a todos os consumidores.
Interior recebe críticas sobre acabamento e usabilidade
No interior, as críticas se intensificaram.
O avaliador destacou o uso predominante de plásticos rígidos, a central multimídia com interface considerada confusa e o painel de instrumentos com fontes pequenas, o que dificulta a leitura das informações durante a condução.
Além disso, a climatização foi outro ponto de insatisfação: os controles de ar-condicionado são posicionados de forma pouco prática, e várias funções só podem ser ajustadas pela tela sensível ao toque, o que pode distrair o motorista.
Pontos positivos: espaço interno e eficiência energética
Apesar dessas ressalvas, houve espaço para elogios.
O jornalista reconheceu que os bancos são confortáveis e que o espaço interno é satisfatório, especialmente na parte traseira, onde há boa acomodação para pernas e cabeça.
Outro destaque positivo foi o consumo energético: em testes, o Dolphin Mini atingiu média de 4 milhas por kWh, superando concorrentes diretos como MG4, Hyundai Inster e Citroën e-C3.
Com essa eficiência, a autonomia real registrada foi de cerca de 270 km, número considerado adequado para deslocamentos urbanos.
No quesito desempenho, o compacto surpreendeu ao acelerar de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos, resultado até melhor que o informado pela própria fabricante.
Problemas de dirigibilidade e sistemas de assistência
Ainda assim, a experiência de direção não convenceu o avaliador.
Entre os problemas citados, está a ausência de controle manual sobre o nível de regeneração de energia — recurso que aproveita a desaceleração para recarregar a bateria.
Os freios também receberam críticas pela resposta inconsistente, e o sistema de assistência ao motorista foi considerado excessivamente sensível, emitindo alertas mesmo quando não havia risco iminente.
Outro ponto mencionado foi a ventilação, que, segundo o jornalista, não garante uma distribuição de ar eficiente pelo habitáculo.
Essa limitação, combinada com a necessidade de recorrer constantemente à tela central para ajustes, foi vista como um fator que prejudica a usabilidade no dia a dia.
Comparação com rivais e custo-benefício
O profissional comparou o Dolphin Mini com rivais que chegam ao mercado europeu em faixas de preço próximas, como o Renault 5, o próprio MG4 e o Hyundai Inster.
Para ele, embora o modelo da BYD se destaque pelo preço inicial, quando analisados fatores como acabamento, tecnologia e conforto, o custo-benefício deixa de ser tão competitivo.
Expansão da BYD e desafios dos elétricos acessíveis
O mercado de elétricos acessíveis vem crescendo rapidamente, impulsionado por fabricantes chinesas que buscam ampliar participação global.
No entanto, como apontado pelo avaliador, o desafio está em equilibrar o preço reduzido com um pacote de atributos capaz de competir com marcas já consolidadas e novos lançamentos que apostam em design mais sofisticado e recursos tecnológicos avançados.
A BYD, atualmente uma das maiores fabricantes de veículos elétricos do mundo, vem ampliando sua presença na Europa e na América Latina.
No Brasil, a empresa já comercializa outros modelos elétricos e híbridos, e o Dolphin Mini deve reforçar sua linha como alternativa urbana.
Apesar das críticas, a estratégia da marca segue apostando em oferecer opções com preços mais acessíveis para acelerar a adoção de carros a bateria.
O caso do Dolphin Mini levanta um questionamento importante no setor: até que ponto o preço baixo compensa eventuais limitações em acabamento, conforto e tecnologia?