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Ascensão da BYD: de fabricante de baterias a líder global em veículos elétricos
Nos últimos anos, você provavelmente já viu ou ouviu falar sobre os carros da BYD. Essa gigante chinesa, que começou como fabricante de baterias, agora superou a Tesla como a maior vendedora de veículos elétricos do mundo. Em apenas quatro décadas, a indústria automotiva chinesa passou de quase inexistente a um dos maiores produtores globais, com potencial para dominar um mercado que pode valer US$ 8,8 trilhões até o final da década. A batalha pela liderança não é apenas uma competição entre marcas, mas também uma disputa entre duas das maiores potências mundiais: China e Estados Unidos, de acordo com o vídeo do canal Market Makers.
O início humilde e a visão ambiciosa
Fundada em 1995 por Wang Chuanfu em Shenzhen, a BYD, sigla para “Build Your Dreams” (Construa Seus Sonhos), nasceu com o objetivo de revolucionar a produção de baterias na China. Wang, um visionário com formação em química e engenharia, iniciou sua carreira como pesquisador e professor assistente na Universidade Técnica de Pequim. Com uma paixão pela inovação, ele fundou a BYD focando inicialmente na produção de baterias recarregáveis para celulares, conquistando grandes clientes como Motorola, Nokia e Samsung.
Entrada no mercado automotivo e expansão global
Em 2003, a BYD surpreendeu ao adquirir a Xi’an Tsinchuan Automobile, entrando no mercado automotivo. O primeiro carro lançado foi o F3, que rapidamente ganhou popularidade na China. No entanto, a grande virada veio em 2008, com o lançamento do F3 DM, um híbrido plug-in que marcou a entrada da BYD no mercado de veículos elétricos. Mesmo com desafios iniciais, a empresa continuou a investir em pesquisa e desenvolvimento, acreditando no potencial dos veículos elétricos.
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Inovação em baterias e apoio de investidores estratégicos
Um dos pontos fortes da BYD é sua capacidade de inovar em baterias. Em 2020, a empresa lançou a Bateria Blade, uma inovação em fosfato de ferro-lítio, mais segura, durável e econômica. Além disso, a decisão estratégica de focar na integração vertical permitiu que a BYD produzisse internamente 75% dos componentes de seus carros, incluindo baterias, motores e chips. Isso não só reduziu custos, como também aumentou a eficiência e o controle de qualidade.
A estratégia de crescimento da BYD foi meticulosamente planejada, focando inicialmente em segmentos de mercado como táxis e frotas de ônibus, antes de entrar no mercado de consumidores particulares. Com o tempo, a qualidade de seus veículos melhorou, e as vendas aumentaram, impulsionadas por modelos populares como o Han e o Tang. Em 2023, a BYD se tornou a marca número um na China, com uma participação de mercado de 11% e 2,4 milhões de novos veículos vendidos.
Desafios e rivalidade com a Tesla
A rivalidade entre BYD e Tesla é uma das mais intrigantes da indústria automotiva moderna. Elon Musk, inicialmente, subestimou a concorrente chinesa, mas a realidade é que a BYD está superando a Tesla em vários aspectos, especialmente no mercado chinês. Em 2023, a BYD produziu mais de 3 milhões de veículos de novas energias, comparado aos 1,84 milhões da Tesla. Enquanto a Tesla precisou cortar preços para manter as vendas, a BYD continuou a crescer sem tais medidas drásticas.
A expansão da BYD não se limitou à China. A empresa rapidamente se estabeleceu em mercados internacionais, como Brasil, América Latina, Sudeste Asiático e Europa. Em 2023, as exportações da BYD cresceram 334%, atingindo 276 mil veículos vendidos em 70 países. Com uma rede de produção e distribuição eficiente, a BYD está bem posicionada para continuar seu crescimento global, desafiando grandes potências como os Estados Unidos e a Europa.
