Minicarro elétrico mira uso urbano e estreia como o primeiro kei car da BYD, apresentado no Japan Mobility Show 2025, em Tóquio.
O BYD Racco foi revelado no Japan Mobility Show em Tóquio, com proposta 100% elétrica e foco exclusivo no mercado japonês. A estreia reforça a estratégia local da marca para disputar um território dominado por montadoras japonesas.
O kei car da BYD busca atender às regras rígidas do segmento e às ruas estreitas do país. A promessa é entregar mobilidade urbana acessível, com baixo custo de uso e dimensões compactas, mirando motoristas de cidades densas e bairros antigos.
A chegada do Racco ocorre enquanto o Japão revê subsídios a elétricos e discute competitividade frente às marcas chinesas.
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O que é um kei car no Japão: regras, benefícios e foco urbano
Os kei cars são veículos leves com limites fixos: até 3,40 m de comprimento e 1,48 m de largura. A legislação também restringe motores a 660 cm³ e cerca de 64 cv, o que reduz impostos e seguros para proprietários no Japão.
Por causa do pacote fiscal e do tamanho, esse formato domina áreas densas e ruas estreitas. O foco é uso urbano, vagas pequenas e custos baixos de manutenção, fatores decisivos para famílias e idosos que evitam carros maiores.
Desde 1998, as medidas atuais definem a categoria. Fabricantes ajustam design e equipamentos para ficar dentro do padrão sem perder praticidade. Por isso muitos kei lembram minivans com teto alto e interior inteligente.
Números do BYD Racco: bateria, autonomia e dimensões pensadas para a cidade
O Racco usa bateria de 20 kWh e declara autonomia de 180 km no ciclo WLTC, suficiente para rotas urbanas diárias. A plataforma aceita recarga rápida DC de até 100 kW e adota bomba de calor para eficiência térmica em clima frio.
O desenho segue o padrão kei: linhas retas, teto alto e área envidraçada generosa. Há faróis e lanternas de LED e portas traseiras corrediças, solução que facilita acesso em vagas apertadas e ladeiras, comuns nas cidades japonesas.
Por cumprir as medidas do segmento, o Racco torna-se, na prática, o BYD mais compacto. A estratégia é priorizar leveza para extrair alcance com uma bateria pequena, reduzindo preço e peso em comparação a elétricos maiores.
Preço, lançamento e posicionamento no mercado japonês
A BYD indica preço de 2,6 milhões de ienes para o Racco, valor que o coloca próximo do Nissan Sakura e abaixo de importados compactos. Conversão direta sugere algo perto de R$ 97 mil, sem impostos locais e variação cambial.
As reservas no Japão estão previstas para o verão de 2026, com vendas focadas apenas no país. A marca amplia rede e aposta em produção enxuta para entrar no segmento certo, em vez de adaptar carros globais ao padrão local.
O posicionamento mira custo total de propriedade baixo e uso urbano intenso. Com pacote simples de conforto e quatro lugares, o Racco atende deslocamentos curtos e reduz o tempo de recarga, ponto crítico para consumidores japoneses.
Concorrentes diretos: Nissan Sakura, Honda N-Box e Suzuki Spacia
O Nissan Sakura domina o nicho dos elétricos kei e serve de referência em preço e alcance. Já o Honda N-Box lidera o mercado geral dos kei com cerca de 200 mil unidades anuais, reforçando a força das marcas locais.
Para competir, a BYD aposta em preço agressivo e conteúdo útil, não supérfluo. O foco em recarga rápida e eficiência pode atrair quem usa o carro no bairro, enquanto rivais defendem rede e tradição, trunfos relevantes para japoneses.
Se a etiqueta ficar perto da do Sakura e o alcance entregar o prometido, o Racco terá um ponto de entrada convincente. A batalha será por confiança e atendimento, áreas em que concessionárias japonesas são historicamente fortes.
Impacto para o Brasil e para a indústria
Para o Brasil, o Racco não muda ofertas no curto prazo. Kei cars quase não são exportados e dependem de regras específicas de tamanho e potência, pouco aplicáveis aqui. O projeto é pensado para circulação e tributação do Japão.
A relevância global está no sinal estratégico. Ao criar um produto nativo, a BYD mostra disposição de competir no campo do adversário. Isso pode acelerar mini EVs locais e empurrar preços para baixo, inclusive em segmentos acima dos kei.
Quem busca elétricos urbanos por aqui seguirá olhando para compactos como o Dolphin Mini, que priorizam custo por quilômetro. A lição do Racco é como leveza e eficiência podem ampliar alcance com baterias pequenas e baratas.
Você acha que o Racco tem fôlego para vencer a preferência por marcas locais no Japão? O preço compensa a autonomia enxuta de 180 km? Comente abaixo se você compraria um kei elétrico parecido no Brasil ou se esse formato não faz sentido aqui.


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