Bloco já representa 40% do PIB mundial, reúne metade da população global e pressiona por uma ordem multipolar.
O BRICS desafia o Ocidente em 2025 ao se consolidar como um dos blocos econômicos e políticos mais relevantes do planeta. Segundo análise publicada pelo Countercurrents, o grupo expandido para 11 países já responde por 40% do PIB mundial e quase metade da população global, números que colocam em xeque a supremacia do G7 e a dominância histórica do dólar.
Esse avanço não ocorre de forma abrupta, mas sim por meio de uma erosão gradual da ordem unipolar que marcou o pós-Guerra Fria.
Enquanto Estados Unidos e Europa enfrentam estagnação econômica, envelhecimento populacional e crises de dívida, os BRICS apostam em integração produtiva, comércio em moedas locais e alternativas institucionais ao FMI e ao Banco Mundial.
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O que está em jogo na disputa global
O Ocidente ainda tenta impor tarifas e pressões diplomáticas para frear a expansão do bloco, mas o efeito tem sido contrário. A unidade dos BRICS nasce do pragmatismo: proteger soberania, reduzir dependência de Washington e fortalecer cadeias de valor próprias.
Em setores estratégicos como energia, os países do BRICS+ controlam mais de 40% das exportações globais de petróleo.
A entrada da Arábia Saudita intensificou a pressão contra o petrodólar, com negociações já em curso para contratos denominados em moedas locais. Isso sinaliza uma ruptura histórica na forma como o comércio internacional é financiado.
Energia, clima e transição tecnológica
Não se trata apenas de petróleo. A China domina a produção mundial de painéis solares e baterias, a Índia desponta como potência em energias renováveis e o Brasil se apresenta como guardião climático da Amazônia.
Já a África do Sul busca financiamento para migrar do carvão às renováveis, aproveitando o Novo Banco de Desenvolvimento, criado como alternativa ao sistema de Bretton Woods.
Essas iniciativas indicam que o BRICS não quer ser apenas consumidor de tecnologia ocidental, mas protagonista da próxima onda energética e digital.
A Declaração do Rio de 2025 reforçou esse ponto ao incluir inteligência artificial na agenda estratégica, defendendo governança sob princípios multilaterais da ONU, e não sob o monopólio do Vale do Silício.
Uma ordem pós-ocidental em construção
O BRICS não está livre de contradições. Rivalidades como China x Índia e dilemas de identidade global do Brasil testam a coesão interna. Ainda assim, o bloco mantém-se firme. Sua força vem menos da ideologia e mais da convicção compartilhada de que o mundo precisa ser multipolar.
Como destacou o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, o BRICS se apresenta como “uma força poderosa para uma ordem mundial mais justa, inclusiva e multipolar”. Essa legitimidade moral é central para sua narrativa: não apenas disputar espaço econômico, mas reescrever as regras do jogo global.
O que está em curso não é um colapso súbito do Ocidente, mas um processo de substituição gradual de hegemonias por pluralidade.
O BRICS é hoje o rascunho de uma nova arquitetura internacional: imperfeita, desigual, mas inevitavelmente mais representativa.
E você, acredita que o avanço dos BRICS será suficiente para redefinir a ordem mundial e reduzir o domínio do dólar?
Deixe sua opinião nos comentários sua visão pode enriquecer esse debate que mexe com a economia de todos nós.
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