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Brasil vai exigir dois novos números e você terá que reaprender a contar e calcular… Você está preparado?

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 18/10/2024 às 20:01
“número”, “ciências exatas”, “matemática”, “numerais”
foto/reprodução: Divulgação

Uma nova perspectiva sobre como contar e aprender matemática pode transformar nossa relação com as ciências exatas

A proposta dos matemáticos de criar novos numerais promete uma revolução na forma como contamos e lidamos com números no dia a dia. Em vez de parar no dez, eles acreditam que deveríamos contar até o doze, o que implicaria mudanças significativas na matemática e na maneira como aprender, de acordo com superinteressante. Mas será que essa ideia pode realmente tornar as ciências exatas menos traumáticas para quem foge dos cálculos?

O que está por trás dessa ideia?

Nós, humanos, temos uma relação instintiva com os números menores. Por exemplo, conseguimos identificar com facilidade até três objetos, mas, a partir de quatro, já começamos a hesitar. Quando as quantidades aumentam ainda mais, tudo vira estimativa. No entanto, conseguimos desenvolver uma matemática desenvolvida graças à capacidade de criar símbolos numéricos para representar os mínimos. Por exemplo, em nosso sistema de base 10, usamos os números de 0 a 9, e quando falamos desse limite, nos agrupamos em “pacotes de dez” (como no caso do número 40, que é quatro vezes 10).

Mas, será que essa divisão em pacotes de dez faz o mesmo sentido? A escolha do sistema decimal está muito ligada à biologia: temos dez dedos nas mãos , o que facilita a visualização dos números quando estamos aprendendo a contar. Isso também explica por que as palavras “dígito” e “digital” derivam do latim “digitus”, que significa dedo. Mas o que aconteceria se fôssemos personagens de desenhos animados, com apenas quatro dedos em cada mão? Provavelmente estaríamos contando em base 8 , não em base 10.

Por que escolher a base 12?

Matematicamente , não há nada de especial no sistema decimal. Civilizações antigas, como os maias e os astecas, contavam em base 20, enquanto os babilônios usavam base 60 , que herdamos para medir o tempo (60 minutos e 60 segundos) e os graus em um círculo (360 graus).

A Dozenal Society of America , uma organização que defende o uso da base 12 , acredita que facilitaria muito o aprendizado nas ciências exatas . Isso porque o número 12 tem mais divisores (2, 3, 4 e 6) do que o número 10, o que torna as contas de divisão mais simples. Por exemplo, dividir um bolo de 12 fatias é muito mais fácil: você pode servir grupos de 2, 3, 4 ou 6 pessoas sem brigas pela última fatia. Já um bolo de 10 fatias tem menos opções para ser repartido de forma justa.

Os defensores da base duodecimal argumentam que ela também poderia acabar com o pesadelo das dízimas periódicas, aquelas frações intermináveis ​​como 0,333… Quando usamos a base 12, um terço é representado de forma mais simples, como 0,4, tornando a matemática mais amigável e intuitivo.

Como seria o impacto no dia a dia?

Imagine que você está trabalhando em um supermercado e precisa contar ovos no estoque. Em vez de usar uma base decimal , você decide contar em base 12 , já que os ovos são vendidos em dúzias. Ao preferir anotar que há “5.378 ovos” no estoque (em decimal), você poderia registrar “5378” em base 12 , com o primeiro número representando pilhas, o segundo engradado, as terceiras caixas, e o último os ovos avulsos. Na prática, a quantidade seria a mesma, mas os números seriam lidos e compreendidos de maneira diferente.

Hoje, o uso de sistemas numéricos alternativos já acontece em algumas áreas. Os computadores, por exemplo, utilizam uma base binária (0 e 1), e os programadores muitas vezes utilizam uma base hexadecimal (com 16 símbolos) para facilitar a leitura dos códigos binários. Apesar de parecerem complicados, esses sistemas mostram que, com o treinamento certo, qualquer número base pode ser aprendido e usado no dia a dia.

É possível mudar a forma como contamos na matemática?

Mudar para a base 12 exigia uma reeducação em larga escala, mas os defensores da ideia garantiam que seria como aprender um novo idioma. No início, precisaríamos converter os números de base 10 para base 12, mas, com o tempo, pensaríamos diretamente em base duodecimal . De acordo com a Dozenal Society , isso tornaria a matemática e as ciências exatas mais simples e intuitivas.

No entanto, a ideia não é converter o mundo inteiro de imediato. O objetivo da sociedade é, principalmente, abrir as mentes para novas formas de pensar sobre números e mostrar que nosso atual sistema decimal não é o único caminho possível. Afinal, se conseguimos ensinar as crianças a contar até 10, também pensamos ensiná-las a contar até 12.

Em um mundo que funciona na base 12, a matemática diária poderia ser menos traumática, mais prática e muito mais eficiente. E quem sabe, no futuro, podemos finalmente dizer que é o fim das dízimas periódicas e às tabuadas intermináveis!

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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