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Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo: mais de 2.700 aeronaves cruzam os céus do agro com tecnologia, combate a pragas e precisão

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 30/06/2025 às 09:05
Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo: mais de 2.700 aeronaves cruzam os céus do agro com tecnologia, combate a pragas e precisão
Foto: Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo: mais de 2.700 aeronaves cruzam os céus do agro com tecnologia, combate a pragas e precisão
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Com mais de 2.700 aeronaves, o Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo. Veja como a aviação de precisão movimenta o agro com tecnologia e combate a pragas em larga escala.

Nos céus silenciosos do interior do Brasil, uma frota invisível à maior parte da população desempenha um dos papéis mais estratégicos do agronegócio: os aviões agrícolas, que diariamente cruzam plantações de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar para proteger, nutrir e potencializar a produtividade no campo. Com mais de 2.700 aeronaves registradas até o início de 2025, o Brasil se consolidou como a segunda maior frota de pulverização agrícola do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. Esse exército aéreo do agro é composto por turboprops de última geração, modelos nacionais como o Embraer Ipanema e helicópteros adaptados para missões específicas, operando com altíssima precisão, agilidade e tecnologia embarcada.

A aviação agrícola brasileira não é apenas uma solução logística — ela é parte fundamental de uma agricultura moderna, sustentável e tecnificada, com impacto direto na segurança alimentar global e na balança comercial do país.

Aviação agrícola: o que é, como funciona e por que é estratégica

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A aviação agrícola é o uso de aeronaves para aplicação aérea de insumos no campo: fertilizantes, defensivos agrícolas, bioinsumos, sementes e até controle biológico de pragas. Também é utilizada em operações de combate a incêndios, semeadura em áreas remotas e manejo ambiental.

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O principal diferencial da pulverização aérea é a velocidade e a cobertura em larga escala. Um único avião pode tratar até 500 hectares por dia, com distribuição uniforme e redução significativa do pisoteio do solo — algo comum em aplicações terrestres.

Além disso, os aviões modernos contam com GPS agrícola, sensores de altura, vazão controlada por software e tecnologias de agricultura de precisão, que reduzem o uso de insumos, evitam sobreposição e minimizam impacto ambiental.

Hoje, o setor é responsável por cerca de 35% da pulverização realizada no Brasil, sendo essencial em regiões com alta umidade, solos alagadiços ou grandes extensões produtivas — como o MATOPIBA, o Centro-Oeste e o Oeste da Bahia.

A segunda maior frota de pulverização do mundo

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Brasil tinha em 2021 2.432 aeronaves agrícolas registradas — sendo 2.409 aviões de asa fixa e 23 helicópteros. Desde então, o número não parou de crescer.

No início de 2025, o país alcançou 2.722 aeronaves, consolidando-se como a segunda maior frota agrícola do planeta, superando potências agrícolas como Austrália, Argentina e Canadá. A liderança global ainda é dos Estados Unidos, com cerca de 3.600 aeronaves.

Esse crescimento é impulsionado pelo avanço tecnológico, pela expansão das áreas cultivadas e pela demanda por produtividade com sustentabilidade. O campo brasileiro se tornou altamente dependente de soluções aéreas para manter a competitividade.

O protagonismo do Embraer Ipanema e dos turboprops no agro

Entre os modelos mais populares no Brasil está o Embraer Ipanema, aeronave agrícola nacional com mais de 1.500 unidades já produzidas desde os anos 1970. Atualmente, o modelo é fabricado pela Embraer Indústria Aeronáutica, em Botucatu (SP), e é o único avião do mundo movido a etanol com certificação para aviação agrícola.

Em 2024, foram registradas 65 novas unidades do Ipanema, número expressivo que reforça a confiança do setor em soluções nacionais adaptadas ao território brasileiro.

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Além do Ipanema, turboprops de maior porte vêm ganhando espaço, como os modelos Air Tractor AT-402 e AT-802, Thrush 510G e PZL Dromader, que oferecem maior capacidade de carga e autonomia, sendo ideais para grandes propriedades e missões de múltiplas aplicações.

O uso de helicópteros também vem crescendo em nichos como bananais, cafezais e áreas montanhosas, onde o voo de asa fixa é inviável.

Agricultura de precisão e tecnologia aérea no campo

A integração da agricultura de precisão com a aviação agrícola elevou o patamar do setor no Brasil. Hoje, as aeronaves atuam com sistemas embarcados de:

  • Mapeamento digital de lavoura
  • Aplicação em taxa variável
  • Controle eletrônico de vazão
  • Rastreamento via satélite em tempo real
  • Compatibilidade com dados de drones e estações meteorológicas locais

Essa sinergia tecnológica permite aplicações personalizadas por talhão, reduzindo perdas, maximizando o aproveitamento de insumos e evitando a contaminação de áreas sensíveis.

Empresas especializadas em aviação agrícola também oferecem relatórios pós-voo, com mapas de aplicação e análise de eficiência, o que fortalece o uso de dados na tomada de decisão no campo.

Impacto econômico e segurança alimentar

O avanço da frota aérea brasileira não é apenas uma curiosidade estatística — é fator determinante na produtividade agrícola nacional. A capacidade de proteger lavouras com rapidez, especialmente em cenários de pragas emergenciais, evita perdas bilionárias e assegura o abastecimento interno e externo.

Cerca de 60% das exportações agrícolas do Brasil dependem de culturas que utilizam a aviação agrícola em alguma etapa do ciclo produtivo — seja no plantio, no controle fitossanitário ou na colheita. Soja, milho, algodão, arroz e cana-de-açúcar estão entre os principais beneficiados.

Além disso, a aviação agrícola gera mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, movimenta centros de manutenção aeronáutica, fábricas de peças e oficinas homologadas, contribuindo para o PIB da aviação geral e do setor agroindustrial.

Desafios e regulamentações

Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios regulatórios, climáticos e de imagem pública. A aplicação aérea é frequentemente alvo de críticas infundadas sobre deriva e contaminação — mesmo sendo uma das modalidades mais reguladas e fiscalizadas pela ANAC, MAPA e IBAMA.

As aeronaves devem operar com licença específica (CAVAG), pilotos com formação e habilitação agrícola (IFR ou VFR agrícola) e plano de aplicação previamente aprovado. O setor também tem adotado boas práticas ambientais e faixas de proteção, além de promover iniciativas de educação e diálogo com comunidades rurais.

Outra preocupação crescente é a formação de novos pilotos agrícolas. O setor demanda profissionais altamente especializados, com experiência em baixas altitudes, manobras em áreas restritas e domínio técnico de equipamentos embarcados. Iniciativas como o SINDAG e escolas de aviação rural têm sido fundamentais para formar novas gerações.

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Paulo
Paulo
30/06/2025 10:37

E tome glifosato (Roundup) nas nossas mesas, escondidos nos legumes e frutas.
Depois as pessoas se espantam do aumento de casos de câncer do sistema digestório, especialmente intestinos.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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