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Brasil surpreende e pode liderar o mercado global de aço verde com fontes renováveis, aponta estudo!

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 18/09/2024 às 19:00
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foto/reprodução: REUTERS: Wolfgang Rattay

Hidrogênio de baixo carbono e energia renovável são a chave para impulsionar sua siderurgia sustentável, segundo relatório da Global Energy Monitor!

O Brasil está diante de uma oportunidade única: tornar-se líder no mercado global de aço verde. De acordo com o relatório “Forging a sustainable future: Brazil’s opportunity to lead in steel decarbonization”, da Global Energy Monitor (GEM), o país tem as ferramentas necessárias para essa transição, graças à abundância de fontes renováveis de energia e suas vastas reservas de minério de ferro de alta qualidade. Mas, como tudo na vida, não será uma tarefa fácil. O cenário atual da siderurgia brasileira ainda depende fortemente do carvão, e sem mudanças, o futuro não parece promissor. O Fórum Econômico Mundial prevê um aumento significativo nas emissões do setor até 2050, caso medidas mais eficazes não sejam tomadas, de acordo com o site climainfo.

No entanto, há um caminho promissor: o uso do hidrogênio de baixo carbono. O Brasil, com sua vasta oferta de energia eólica e solar, está bem posicionado para abraçar essa revolução sustentável, mas a jornada para se tornar um líder global requer mais do que apenas potencial.

O hidrogênio de baixo carbono: A chave para o futuro do aço verde

O relatório da GEM destaca o hidrogênio de baixo carbono como a solução ideal para descarbonizar a indústria siderúrgica brasileira. Esse combustível, produzido a partir de fontes renováveis, poderia substituir o uso intensivo de carvão na fabricação de aço, resultando em um processo muito mais limpo. E aqui está o pulo do gato: o Brasil tem as condições perfeitas para isso.

Graças à sua grande capacidade de produção de energia eólica e solar, o Brasil está entre os líderes globais em projetos de energia renovável. Segundo o relatório, o país possui 180 GW de parques eólicos em várias fases de desenvolvimento, ficando atrás apenas de potências como China e Austrália. No setor solar, a situação também é promissora, com 139 GW de projetos em andamento, o que coloca o Brasil como o segundo maior do mundo, logo atrás da China.

Esse contexto coloca o Brasil em uma posição invejável para liderar a transformação do mercado de aço verde. No entanto, essa transição não é automática, e uma série de desafios ainda precisam ser superados.

Os desafios da transição para o aço verde

Mesmo com todo esse potencial, a transição para o aço verde enfrenta barreiras significativas. Atualmente, cerca de 75% da siderurgia brasileira ainda depende do carvão, um combustível fóssil altamente poluente. Além disso, recentes investimentos em fornos intensivos a carvão em algumas das maiores usinas do país podem atrasar a substituição por soluções mais limpas, como o hidrogênio.

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foto/reprodução: habitability

Outro obstáculo é a substituição do carvão fóssil pelo carvão vegetal, uma alternativa que já vem sendo adotada por algumas siderúrgicas menores. No entanto, o impacto dessa substituição ainda é limitado, e, no longo prazo, não será suficiente para atingir as metas de descarbonização necessárias para que o Brasil se destaque no mercado global de aço verde.

Aí entra a importância de políticas públicas e de uma demanda crescente por aço sustentável. Sem isso, o setor pode continuar emperrado em práticas que já não condizem com a realidade climática e econômica atual.

Potencial das energias renováveis: A vantagem brasileira

Um dos pontos mais fortes do Brasil nessa corrida pelo aço verde é, sem dúvida, sua capacidade de produzir energia de forma sustentável. Além de ter vastos recursos naturais para a produção de energia eólica e solar, o país tem também uma matriz energética majoritariamente renovável, o que representa uma vantagem competitiva significativa frente a outros países que ainda dependem de combustíveis fósseis.

O uso dessas fontes de energia para a produção de hidrogênio de baixo carbono poderia colocar o Brasil na liderança do mercado global de aço verde. Ao aliar sua expertise na produção de minério de ferro de alta qualidade com tecnologias limpas, o país pode gerar produtos de maior valor agregado e se posicionar como referência no setor.

No entanto, é crucial que o Brasil mantenha o ritmo de crescimento nas fontes renováveis e implemente políticas claras para fomentar o uso do hidrogênio. Dessa forma, a indústria pode não só reduzir suas emissões, mas também se tornar mais competitiva no cenário internacional.

União de valores

Com uma combinação única de energia renovável abundante e minério de ferro de alta qualidade, o Brasil tem um enorme potencial para liderar o mercado global de aço verde. Porém, essa liderança só será alcançada se o país abraçar plenamente as tecnologias limpas, como o hidrogênio de baixo carbono, e enfrentar os desafios da descarbonização da sua siderurgia.

Em outras palavras, o Brasil está a um passo de se tornar um gigante na produção de aço sustentável, mas precisa acelerar sua transição. Caso contrário, pode acabar ficando para trás em um mercado que, cada vez mais, valoriza a sustentabilidade e as soluções de baixo carbono.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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