Brasil pode ter apagões até 2029 com aumento de consumo, seca e rede insuficiente; ONS cogita horário de verão e térmicas
O Brasil pode enfrentar apagões nos períodos de pico do consumo de energia elétrica. Para evitar esse cenário, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou que será necessário não apenas acionar usinas térmicas, mas também considerar o retorno do horário de verão.
O mais importante, segundo o órgão, é que mesmo com os avanços na diversificação da matriz energética, o sistema ainda não acompanha a transformação.
Fontes como a solar e a eólica crescem, mas a rede de transmissão não está adaptada para lidar com a expansão.
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Situação pode piorar
De acordo com relatório do ONS, a capacidade de geração de energia sofreu uma piora. Além disso, o consumo deve aumentar pelo menos 14% até 2029. Esse crescimento preocupa, porque pode pressionar ainda mais o sistema.
A seca prevista até setembro deve intensificar os riscos, comprometendo a oferta. Portanto, os próximos meses exigem maior atenção do setor para evitar cortes de energia que afetem o dia a dia dos brasileiros.
Fontes renováveis em expansão
Um terço do crescimento da matriz energética até 2029 virá de fontes renováveis, como a solar. Esse avanço é positivo, mas ainda insuficiente.
A geração solar, por exemplo, não cobre os períodos de maior consumo, no fim da tarde e à noite.
Por isso, o ONS aponta que o país terá de recorrer novamente às usinas térmicas. Além disso, a retomada dos investimentos em hidrelétricas também volta ao debate.
Nos anos 2000, elas eram responsáveis por mais de 80% da energia nacional. Agora, essa participação deve cair para menos da metade.
Outra medida em estudo é o retorno do horário de verão, suspenso desde 2019. A proposta pode ajudar a aliviar a pressão no consumo durante os horários de pico.
Drones inspirados na biodiversidade
Paralelamente, o Brasil pode contribuir para uma revolução em outro setor ligado à energia: o mercado global de drones, avaliado em mais de US$ 35 bilhões.
Engenheiros da Unesp desenvolvem veículos aéreos não tripulados inspirados em aves nativas, como a arara-canindé e o beija-flor.
A expectativa é aumentar a eficiência aerodinâmica e reduzir o consumo energético desses equipamentos.
Hábitos domésticos e consumo
Além disso, especialistas alertam para o gasto de aparelhos dentro de casa. As TVs estão entre os itens que mais consomem energia.
Por isso, muitas pessoas usam réguas de energia para desligar televisores e outros equipamentos.
Esse hábito, porém, pode prejudicar a TV. Isso acontece porque os televisores modernos têm circuitos delicados, semelhantes aos dos computadores.
Cortar a energia de forma brusca acelera o desgaste e reduz a vida útil do aparelho.
Com informações de Diário do Litoral.