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Brasil se torna primeiro país a investir em fundo TFFF (US$ 1 bilhão) para alavancar US$ 125 bilhões e pagar pela preservação

Escrito por Carla Teles
Publicado em 24/09/2025 às 10:52
Brasil se torna primeiro país a investir em fundo TFFF (US$ 1 bilhão) para alavancar US$ 125 bilhões e pagar pela preservação
Com US$ 1 bilhão, o Brasil se torna o primeiro país a investir no Fundo de Florestas Tropicais (TFFF). Entenda como o plano visa alavancar US$ 125 bi e pagar pela preservação.
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Iniciativa anunciada pelo presidente Lula busca alavancar US$ 125 bilhões para pagar pela preservação, posicionando o Brasil como protagonista na agenda climática global.

O governo do Brasil oficializou um movimento estratégico para a conservação ambiental global ao anunciar um investimento inicial de US$ 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). Conforme divulgado pela Agência Brasil, o anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova York, durante um evento da Organização das Nações Unidas (ONU), e estabelece o país como o primeiro a aportar capital na ambiciosa ferramenta financeira, que visa reestruturar a forma como o mundo paga pela preservação.

Este aporte inicial é a pedra fundamental de um plano muito maior: atrair US$ 25 bilhões de países investidores para, então, alavancar um total de US$ 125 bilhões com capital privado. O objetivo é criar um mecanismo financeiro sustentável que remunere anualmente as nações que mantiverem suas florestas tropicais em pé. A iniciativa será lançada oficialmente na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Pará.

O que é o fundo TFFF e como ele funciona?

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) foi idealizado pelo governo brasileiro como uma solução de mercado para um problema crônico: a falta de incentivos econômicos diretos para a conservação. Em vez de depender exclusivamente de doações e ajuda internacional, o fundo funcionará como um instrumento de investimento misto. Os aportes iniciais de países, como o do Brasil, são classificados como “capital júnior”, servindo de garantia e atrativo para o “capital sênior”, proveniente da iniciativa privada.

A lógica é que os dividendos gerados pelos US$ 125 bilhões investidos serão repartidos anualmente entre os investidores e os países com florestas tropicais que cumprirem suas metas de preservação. “O TFFF vai mudar o papel dos países de florestas tropicais no enfrentamento da mudança do clima por meio de incentivos econômicos reais”, destacou o presidente Lula, em declaração repercutida pela Agência Brasil. Esse modelo transforma a floresta em pé em um ativo financeiro rentável, competindo diretamente com atividades econômicas predatórias.

Impacto financeiro: um novo modelo para a preservação

A escala do TFFF tem o potencial de revolucionar o financiamento climático. Segundo Gustavo Souza, diretor de políticas públicas da Conservação Internacional (CI-Brasil), existe hoje uma lacuna de financiamento de aproximadamente US$ 7 bilhões por ano apenas para a Amazônia. Nos últimos dez anos, os investimentos somados (ajuda internacional, filantropia e setor privado) alcançaram cerca de US$ 600 milhões anuais, um valor considerado muito baixo para os desafios existentes.

Com o novo fundo, a expectativa é que os investimentos na conservação florestal possam triplicar. A ferramenta pode injetar cerca de US$ 2 bilhões anualmente na Amazônia, por exemplo, fornecendo aos países detentores de florestas a capacidade financeira para preservar e manejar seus recursos no longo prazo. Conforme detalhado pela Agência Brasil, essa injeção de capital é fundamental para que a conservação não seja vencida por modelos de desenvolvimento insustentáveis, como o desmatamento para agricultura ou mineração.

Liderança do Brasil e o cenário internacional

Ao ser o primeiro país a se comprometer financeiramente, o Brasil não apenas lidera “pelo exemplo”, como afirmou o presidente Lula, mas também pressiona outras nações a agirem. A iniciativa, anunciada pela primeira vez na COP28 em Dubai, já conta com o apoio estratégico de países com florestas tropicais, como Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia, além do interesse de potenciais investidores, incluindo Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Noruega e Reino Unido.

O aporte brasileiro funciona como um catalisador para que novos compromissos sejam firmados até a COP30 em Belém. Karen Oliveira, da Coalizão Brasil e The Nature Conservancy Brazil, afirmou à Agência Brasil que a expectativa é crescente. “É notícia de que a China, a Noruega, o Reino Unido, os Emirados Árabes, entre outros países, também estão comprometidos em fazer aportes iniciais“, disse ela. O protagonismo do Brasil, portanto, é visto como essencial para que o fundo atinja sua massa crítica e possa iniciar suas operações com força total.

A criação do TFFF representa uma mudança de paradigma, saindo de um modelo de dependência para um de investimento e retorno. Ao colocar um valor econômico claro na floresta em pé, o Brasil lidera um esforço para alinhar os interesses do mercado financeiro com a sobrevivência do planeta.

Você concorda com essa mudança? Acha que isso impacta o mercado de créditos de carbono ou outras iniciativas? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.

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Robosn
Robosn
27/09/2025 15:56

Governo Lula só cria narrativas para arrecadar, só vivem disso, arrecadar, essa é a palavra de ordem. Esperem e verão para onde vai a maior parte desse dinheiro.

Carlos Alberto
Carlos Alberto
27/09/2025 10:54

Partindo do Brasil, isso vai virar um paraíso para os gatunos(principalmente daqui)meterem a mão numa bolada. Conversa fiada, igual às ONGs financiadas por países da Europa que não fazem nada pela Amazônia. A ideia é boa, mas conhecendo a fama desse governo, vai ser uma farra.

João Prado
João Prado
27/09/2025 10:30

Além desse propósito todos os países do mundo tem que plantar florestas no entorno de todas as cidades pra tirar o dióxido de carbono CO2 da atmosfera limpando o ar e ir mudando rápido pra energia limpa,o planeta pedindo socorro.

Carla Teles

Produzo conteúdos diários sobre tecnologia, inovação, construção e setor de petróleo e gás, com foco no que realmente importa para o mercado brasileiro. Aqui, você encontra oportunidades de trabalho atualizadas e as principais movimentações da indústria. Tem uma sugestão de pauta ou quer divulgar sua vaga? Fale comigo: carlatdl016@gmail.com

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