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Brasil se torna alvo principal em disputa global: Estados Unidos e China travam batalha por terras raras e minerais críticos encontrados em abundância em solo brasileiro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 10/08/2024 às 05:27
Brasil se torna alvo principal em disputa global: Estados Unidos e China travam batalha por terras raras e minerais críticos encontrados em abundância em solo brasileiro. (Imagem: reprodução)
Brasil se torna alvo principal em disputa global: Estados Unidos e China travam batalha por terras raras e minerais críticos encontrados em abundância em solo brasileiro. (Imagem: reprodução)

Imagine o Brasil assumindo um papel crucial na cadeia de suprimento global de minerais críticos. Governo americano está prestes a revelar uma parceria estratégica com o Brasil que pode transformar o país em um fornecedor preferencial desses recursos vitais.

Mas, para garantir essa posição, Brasília exige garantias robustas de investimentos na cadeia produtiva e condições favoráveis que estão longe de ser simples.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o governo dos Estados Unidos está preparando um anúncio significativo para a cúpula do G20, marcada para novembro.

A proposta gira em torno de um acordo de transição energética que colocaria o Brasil como fornecedor preferencial de minerais críticos, como grafite, lítio, manganês, terras raras e níquel.

Estes minerais são indispensáveis para a fabricação de produtos de alta tecnologia e energia verde, incluindo baterias de veículos elétricos, telas, turbinas eólicas e painéis solares.

Os EUA, buscando reduzir sua dependência das cadeias de suprimento da China, veem no Brasil uma oportunidade estratégica para diversificar suas fontes de minerais críticos. No entanto, o governo brasileiro está exigindo garantias significativas para avançar com esse acordo.

Investimentos e garantias são o centro da negociação

O Brasil está focado em garantir que, em troca do acesso preferencial aos seus recursos minerais, haja um compromisso sério dos EUA com investimentos na cadeia produtiva de tecnologia de transição energética.

Integrantes do governo brasileiro estão céticos quanto à capacidade da Casa Branca de concretizar tais investimentos e financiam projetos concretos. Além disso, existe um receio de que, com uma possível vitória de Donald Trump na eleição presidencial, o futuro dos projetos de transição energética no Brasil possa ser incerto.

Busca por vantagens adicionais

Para avançar nas negociações, o Brasil está interessado em acessar benefícios da Lei de Redução de Inflação dos EUA (IRA), que oferece bilhões em subsídios e incentivos fiscais para projetos de transição energética.

Se o IRA subsidiasse uma fábrica de baterias em território americano, uma planta brasileira fornecedora de insumos poderia se beneficiar desses incentivos. Contudo, atualmente, apenas países com acordos comerciais com os EUA podem aproveitar alguns desses benefícios, além do Japão, que recebeu permissão específica.

Reino Unido e União Europeia estão buscando autorização similar. Autoridades americanas admitiram que a aprovação de permissões para outros países pelo Congresso é desafiadora, mas há outras disposições do IRA que poderiam ser benéficas para o Brasil.

Alternativas de financiamento e parcerias globais

De acordo com o jornal citado, Washington também está explorando alternativas de financiamento, como o banco de fomento americano Development Finance Corporation (DFC). Este banco tem priorizado a diversificação da cadeia de fornecimento de minerais críticos e já injetou US$ 30 milhões em um projeto de mineração de níquel e cobalto no Piauí.

Além disso, os EUA desejam que o Brasil se junte à Parceria Global para Investimento e Infraestrutura (PGII), uma resposta ao projeto de Iniciativa Cinturão e Rota da China, que visa financiar obras de infraestrutura globalmente.

No entanto, o Brasil está considerando a adesão à Iniciativa Cinturão e Rota da China, com a visita de Estado de Xi Jinping prevista para 20 de novembro, logo após o G20. A decisão sobre essa adesão pode influenciar as negociações com os EUA.

Investimentos chineses e a situação global dos minerais críticos

A ofensiva americana faz parte da estratégia de “friendshoring” – transferir o fornecimento de minerais críticos para países aliados. A China atualmente domina 60% da produção global e 90% da exportação de terras raras, além de controlar a produção de grafite, magnésio refinado, gálio, titânio e tungstênio.

A República Democrática do Congo é responsável por 70% da produção de cobalto, com a maioria das operações sendo realizadas por empresas chinesas.

Os Estados Unidos estão particularmente focados em reduzir sua dependência de minerais críticos provenientes da China. Em resposta às sanções dos EUA que limitaram o acesso da China a chips avançados, Pequim tem restringido a exportação de terras raras e proibido a venda de tecnologia de processamento desses insumos desde dezembro de 2023.

O papel estratégico do Brasil

O Brasil desempenha um papel crucial na produção global de minerais críticos, possuindo 90% das reservas de nióbio e 22,5% das reservas de grafite. Além disso, o país detém 16% das reservas de terras raras e de níquel. Segundo o Center for Strategic and International Studies, os EUA precisam reduzir sua dependência de adversários estrangeiros para garantir sua liderança em segurança nacional e energia.

Como as negociações entre os EUA e o Brasil evoluirão? Será que o Brasil conseguirá garantir os investimentos necessários e um papel central na cadeia de suprimento global de minerais críticos? Ou a influência da China e a instabilidade política podem frustrar os planos americanos? Acompanhe as atualizações e compartilhe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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