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Brasil pode deixar de ser dependente dos fertilizantes da Rússia com plano anunciado pelo Ministério da Agricultura

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 04/03/2022 às 17:56
Atualizado em 05/03/2022 às 12:51
Brasil pode deixar de ser dependente dos fertilizantes da Rússia com plano anunciado pelo Ministério da Agricultura
Imagem: MyFarmvia Google

O presidente Jair Bolsonaro tem mantido uma posição neutra em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia devido à dependência de fertilizantes que o Brasil tem dos russos.

Muito tem se cobrado uma posição do chefe do Executivo sobre a guerra envolvendo Ucrânia e Rússia, porém a postura neutra acontece por conta da relação de negócios que o Brasil tem com os russos, responsáveis por 23% do insumo usado pelos agricultores brasileiros para aumentar a produtividade do solo. Nessa quinta-feira (03), a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou um programa que pode acabar com a dependência dos fertilizantes do país europeu que atualmente invade o território ucraniano.

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O anúncio do plano nacional de fertilizantes do Governo aconteceu durante uma transmissão ao vivo do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Afinal, o assunto sobre importação do produto não poderia deixar de ser tratado neste momento.

Aos 16:50 minutos, a ministra Tereza Cristina da situação dos fertilizantes e em seguida do plano nacional

Os fertilizantes importados dos russos, sobretudo o nitrogênio, fósforo e o potássio, são fortemente utilizados no setor agrícola do Brasil. Cerca de 80% desses produtos vêm da Rússia e da Bielorússia.

Porém, o momento de estado de guerra vivido no leste europeu tem gerado sanções econômicas aplicadas contra russos e bielorrussos. E isso tem dificultado o governo em conseguir trazer os fertilizantes para o Brasil.

A promessa de Tereza Cristina é de que o plano nacional de fertilizantes seja apresentado em cerimônia no Palácio do Planalto ainda no final de março. Segunda ela, o programa já está pronto.

“O Brasil, no passado, não fez um programa nacional para a produção própria de fertilizantes. Fizemos uma opção errada, lá atrás, de ficarmos importando nitrogênio, fósforo e potássio”, disse Tereza Cristina ao salientar o programa de fertilizantes.

Ao todo, o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados na produção agrícola. E segundo o banco Itaú BBA, desse total, 20% são de nitrogenados, 28% de potássicos e 15% dos fosfatados.

Guerra não tem dia para acabar. Será que o Brasil ainda tem fertilizantes suficiente?

A ministra da Agricultura Tereza Cristina afirma que o estoque de fertilizantes está garantido até outubro mesmo com atual momento de guerra envolvendo a Rússia, principal fornecedora dos insumos.

A safrinha de milho já está em produção. No entanto, no final de setembro e outubro vem o período da safra de verão. E essa sim causa preocupação. “O que precisava de fertilizante já chegou, já está com o produtor rural. A safra de verão é uma preocupação”, disse Tereza numa coletiva de Imprensa na quarta-feira (02).

Em meio a toda essa crise global, a ministra deve negociar os fertilizantes com os canadenses. O impacto ao consumidor final vai depender do tempo da guerra no leste europeu. Sem esses produtos, o preço dos alimentos pode disparar… se já não bastava a inflação já vivida.

Venda da fábrica de fertilizantes do MS pode atrapalhar planos da Petrobras?

A Petrobras vendeu a unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), localizada em Três Corações, no Mato Grosso do Sul, ao grupo empresarial russo Acron. A expectativa de Bolsonaro é de que a negociação seja efetivada até o meio do ano. Porém, com uma guerra em andamento envolvendo a Rússia, fica dúvida se a venda realmente irá ser efetivada.

A fábrica de fertilizantes foi paralisada em dezembro de 2014. Em fevereiro de 2017, a Petrobras anunciou a venda da unidade como plano de sanar as perdas financeiras que hoje já somam cerca de R$ 3,8 bilhões. Na época, houve também a alegação de que não havia mais interesse da Petrobras no setor de fertilizantes.

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Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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