Tecnologia presente na maioria dos veículos vendidos no Brasil teve origem em projeto inovador de dois engenheiros brasileiros na década de 1930. Saiba como nasceu o câmbio automático moderno.
O câmbio automático, presente em mais de 60% dos carros vendidos atualmente no Brasil, tem uma origem pouco conhecida, mas de grande importância histórica: foi idealizado por dois engenheiros brasileiros ainda nos anos 1930.
José Braz Araripe e Fernando Iehly de Lemos criaram o que viria a se tornar o embrião do sistema moderno de transmissão automática, amplamente adotado pela indústria global.
O projeto dos brasileiros eliminava a necessidade do pedal de embreagem e realizava as trocas de marcha automaticamente, com um sistema hidráulico e engrenagens planetárias. Uma solução inovadora e funcional para a época.
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Patente brasileira virou base para o câmbio moderno
Em 1932, Araripe e Lemos registraram sua patente nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, a General Motors comprou os direitos da invenção e, em 1940, lançou o sistema Hydra-Matic no Oldsmobile.
Foi o primeiro carro de produção em massa com câmbio automático confiável.
A invenção brasileira permitiu que a tecnologia fosse produzida em larga escala, algo que outros sistemas anteriores não conseguiam oferecer. Isso marcou o início da era moderna dos câmbios automáticos.
Evolução internacional teve várias tentativas antes dos brasileiros
Apesar do feito da dupla do Brasil, outros inventores já haviam tentado automatizar a transmissão antes dos anos 1940.
Nos Estados Unidos, em 1904, os irmãos Sturtevant criaram uma transmissão de duas marchas com sistema centrífugo. Era inovadora, mas frágil e instável.
Em 1921, o engenheiro canadense Alfred Horner Munro desenvolveu uma transmissão movida a ar comprimido. Embora tenha registrado a patente, o projeto era pouco eficiente.
Durante os anos 1930, fabricantes europeus, como Peugeot e Mercedes-Benz, testaram sistemas semi-automáticos. O Cotal e o Vorwählgetriebe utilizavam engrenagens eletromagnéticas e embreagens automáticas, mas ainda dependiam de alguma intervenção do motorista.
Do Hydra-Matic ao câmbio eletrônico dos carros atuais
A partir do lançamento do Hydra-Matic, o câmbio automático passou a evoluir rapidamente.
Em 1950, a Buick trouxe o Dynaflow, que oferecia trocas ainda mais suaves com um novo tipo de conversor de torque.
Nas décadas seguintes, vieram os sistemas eletrônicos e os automatizados. Os anos 1980 e 1990 viram o surgimento de soluções como o Tiptronic, da Volkswagen e Audi, e as transmissões CVT, com variação contínua.
Já nos anos 2000, os câmbios de dupla embreagem chegaram com força, unindo a eficiência dos manuais ao conforto dos automáticos.
A influência brasileira permanece nas ruas
Mesmo com tantos avanços, o princípio usado pelos brasileiros segue presente na base da maioria dos sistemas atuais. A combinação entre hidráulica, engrenagens planetárias e automação continua a servir de referência.
A história mostra que a contribuição dos brasileiros foi decisiva. Sem a patente registrada nos EUA por José Braz Araripe e Fernando Iehly de Lemos, o lançamento do Hydra-Matic pela GM poderia ter demorado — ou até tomado outro rumo.
O que começou com dois engenheiros inovadores acabou influenciando gerações de engenheiros ao redor do mundo, mudando para sempre o jeito como dirigimos.
Com informações do Vrum.