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O câmbio automático criado por brasileiros e segue presente até hoje: a tecnologia de Araripe e Lemos está na base dos sistemas modernos

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 12/07/2025 às 19:10
Fonte: Pemavel
Tecnologia presente em grande parte dos veículos vendidos no Brasil teve origem em projeto inovador de dois engenheiros brasileiros na década de 1930. Saiba como nasceu o câmbio automático moderno.
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Tecnologia presente na maioria dos veículos vendidos no Brasil teve origem em projeto inovador de dois engenheiros brasileiros na década de 1930. Saiba como nasceu o câmbio automático moderno.

O câmbio automático, presente em mais de 60% dos carros vendidos atualmente no Brasil, tem uma origem pouco conhecida, mas de grande importância histórica: foi idealizado por dois engenheiros brasileiros ainda nos anos 1930.

José Braz Araripe e Fernando Iehly de Lemos criaram o que viria a se tornar o embrião do sistema moderno de transmissão automática, amplamente adotado pela indústria global.

O projeto dos brasileiros eliminava a necessidade do pedal de embreagem e realizava as trocas de marcha automaticamente, com um sistema hidráulico e engrenagens planetárias. Uma solução inovadora e funcional para a época.

Patente brasileira virou base para o câmbio moderno

Em 1932, Araripe e Lemos registraram sua patente nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, a General Motors comprou os direitos da invenção e, em 1940, lançou o sistema Hydra-Matic no Oldsmobile.

Foi o primeiro carro de produção em massa com câmbio automático confiável.

Fonte: Tribuna de Minas

A invenção brasileira permitiu que a tecnologia fosse produzida em larga escala, algo que outros sistemas anteriores não conseguiam oferecer. Isso marcou o início da era moderna dos câmbios automáticos.

Evolução internacional teve várias tentativas antes dos brasileiros

Apesar do feito da dupla do Brasil, outros inventores já haviam tentado automatizar a transmissão antes dos anos 1940.

Nos Estados Unidos, em 1904, os irmãos Sturtevant criaram uma transmissão de duas marchas com sistema centrífugo. Era inovadora, mas frágil e instável.

Em 1921, o engenheiro canadense Alfred Horner Munro desenvolveu uma transmissão movida a ar comprimido. Embora tenha registrado a patente, o projeto era pouco eficiente.

Durante os anos 1930, fabricantes europeus, como Peugeot e Mercedes-Benz, testaram sistemas semi-automáticos. O Cotal e o Vorwählgetriebe utilizavam engrenagens eletromagnéticas e embreagens automáticas, mas ainda dependiam de alguma intervenção do motorista.

Do Hydra-Matic ao câmbio eletrônico dos carros atuais

A partir do lançamento do Hydra-Matic, o câmbio automático passou a evoluir rapidamente.

Foto: Mega Veículos
Foto: Mega Veículos

Em 1950, a Buick trouxe o Dynaflow, que oferecia trocas ainda mais suaves com um novo tipo de conversor de torque.

Nas décadas seguintes, vieram os sistemas eletrônicos e os automatizados. Os anos 1980 e 1990 viram o surgimento de soluções como o Tiptronic, da Volkswagen e Audi, e as transmissões CVT, com variação contínua.

Já nos anos 2000, os câmbios de dupla embreagem chegaram com força, unindo a eficiência dos manuais ao conforto dos automáticos.

A influência brasileira permanece nas ruas

Mesmo com tantos avanços, o princípio usado pelos brasileiros segue presente na base da maioria dos sistemas atuais. A combinação entre hidráulica, engrenagens planetárias e automação continua a servir de referência.

A história mostra que a contribuição dos brasileiros foi decisiva. Sem a patente registrada nos EUA por José Braz Araripe e Fernando Iehly de Lemos, o lançamento do Hydra-Matic pela GM poderia ter demorado — ou até tomado outro rumo.

O que começou com dois engenheiros inovadores acabou influenciando gerações de engenheiros ao redor do mundo, mudando para sempre o jeito como dirigimos.

Com informações do Vrum.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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