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Governo do Brasil quer negociar com Trump para aumentar a lista de produtos excluídos da tarifa de 50%

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 19/08/2025 às 20:29
tarifa
Foto: REPRODUÇÃO
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Alckmin afirma que o tarifaço dos EUA é injustificado e defende ampliar a lista de produtos brasileiros livres da sobretaxa para preservar competitividade.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira que a prioridade do governo federal é ampliar o número de produtos brasileiros excluídos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos.

A medida foi resultado de uma ordem executiva do presidente Donald Trump, que acrescentou 40% aos 10% já em vigor desde abril.

Entre os 4 mil itens exportados pelo Brasil, quase 700 ficaram fora da sobretaxa.

Segundo Alckmin, o trabalho do governo é garantir que mais produtos entrem na lista de exceções e reduzir o impacto da tarifa sobre setores estratégicos.

Peso da sobretaxa

O tarifaço americano representa um desafio imediato para a balança comercial brasileira. Embora quase 700 itens tenham escapado da cobrança, milhares de outros produtos passaram a enfrentar barreiras mais pesadas.

O efeito é sentido principalmente em bens industrializados, que encontram no mercado norte-americano um destino importante de valor agregado.

O vice-presidente destacou que a medida de Trump não se justifica. A taxa média aplicada pelo Brasil a produtos americanos é de somente 2,7%.

Além disso, oito dos dez itens mais vendidos pelos Estados Unidos ao país entram com alíquota zero. Para Alckmin, a disparidade demonstra que a sobretaxa não tem base de reciprocidade.

Relação comercial

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e também o principal investidor estrangeiro no país, com cerca de 4 mil empresas instaladas em território nacional.

Atualmente, 12% das exportações brasileiras têm como destino o mercado norte-americano, o que torna a sobretaxa um tema central para a política econômica.

Alckmin lembrou ainda que os Estados Unidos mantêm superávit com o Brasil há mais de quinze anos.

No ano passado, contando bens e serviços, o saldo foi de US$ 25 bilhões a favor dos americanos.

No acumulado desde 2009, o superávit chega a quase meio trilhão de dólares. Para ele, esse histórico é um argumento sólido para defender maior abertura às exportações brasileiras.

Negociações de exclusões

Um dos principais objetivos do governo é ampliar a lista de itens brasileiros livres da sobretaxa.

Hoje, quase 700 produtos já estão fora da tarifa de 50%, mas a estratégia é negociar para que mais setores sejam contemplados.

Essa agenda inclui conversas sobre bitributação, investimentos bilaterais e minerais estratégicos.

“Com os Estados Unidos, nós podemos fazer um ganha-ganha, aumentar muito mais os investimentos aqui, os nossos lá, e avançar em complementariedade econômica”, afirmou o vice-presidente.

Impactos setoriais

A sobretaxa atinge produtos de diferentes áreas da economia, mas o governo concentra esforços em setores com maior peso de valor agregado.

O foco é preservar competitividade de indústrias brasileiras que encontraram nos Estados Unidos um mercado estratégico.

Ao mesmo tempo, há preocupação com a manutenção de empregos ligados à exportação.

Especialistas lembram que medidas desse tipo podem gerar efeitos em cadeia. Empresas exportadoras reduzem margens, cortam produção ou repassam custos ao consumidor interno.

Por isso, a pressão por exclusões específicas cresce entre associações empresariais.

O movimento de Trump ocorre em meio ao debate global sobre protecionismo e disputas comerciais.

Embora os Estados Unidos mantenham déficit de US$ 1,2 trilhão em sua balança, apenas três países do G20 registram superávit com os americanos: Brasil, Reino Unido e Austrália.

Essa condição torna o Brasil um alvo natural em uma agenda voltada para redução de déficits.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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