Reino Unido prepara sua defesa para as próximas décadas e destaca o Brasil como peça-chave na estratégia militar global, revelando movimentações surpreendentes que podem transformar o cenário geopolítico e a atuação das Forças Armadas brasileiras.
O Reino Unido divulgou recentemente um plano ambicioso para se preparar para um conflito militar em até dez anos, e, surpreendentemente, o Brasil foi destacado como um aliado estratégico fundamental na América Latina.
De acordo com o documento intitulado “The Strategic Defense Review” (A Revisão Estratégica de Defesa), o governo britânico reconhece a importância do diálogo estratégico com parceiros latino-americanos, principalmente Brasil e Chile, para promover estabilidade, segurança e prosperidade regional.
Essa menção ao Brasil chama atenção em um contexto internacional focado na Europa, na Otan, nos Estados Unidos e na Ásia, principalmente diante das crescentes tensões globais com potências como Rússia e China.
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O plano estratégico, elaborado por figuras de peso, como o ex-secretário de Defesa do Reino Unido Lord Robertson, o general aposentado Sir Richard Barrons e a especialista em Rússia Fiona Hill, define um caminho claro para o Reino Unido se adaptar a uma nova era marcada por ameaças complexas e desafiadoras.
O documento detalha que o Reino Unido investirá fortemente em inovação militar, incluindo a construção de 12 novos submarinos de ataque, além de comprometer até 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para defesa até 2027, com o objetivo de reforçar sua posição estratégica no cenário global.
Para os britânicos, a força das suas alianças continua sendo essencial, sobretudo com os Estados Unidos, considerados o principal parceiro estratégico.
No entanto, a Revisão Estratégica não deixa dúvidas de que o Reino Unido também valoriza uma rede global de aliados, incluindo na América Latina, onde o Brasil ocupa posição de destaque.
O documento afirma que, embora a Otan seja o foco principal, “continuamos comprometidos com nossos aliados e parceiros ao redor do mundo, pois nossa segurança está intrinsecamente ligada.”
É notável que a Argentina, rival histórica do Reino Unido na disputa pelas Ilhas Malvinas, sequer seja mencionada no texto, reforçando o alinhamento estratégico do Reino Unido com o Brasil, em especial no hemisfério sul.
A ameaça russa como foco imediato
A Revisão Estratégica ressalta que o Reino Unido enfrenta uma nova era de instabilidade e perigo.
Segundo o texto, o mundo vive um momento de volatilidade sem precedentes nas últimas três décadas, com ataques diários de espionagem, desinformação e ações hostis que abalam tanto a sociedade quanto a economia britânica.
O documento aponta diretamente a Rússia como uma ameaça urgente e imediata, destacando a invasão da Ucrânia como prova da disposição russa de usar a força militar e até armas nucleares para alcançar seus objetivos.
Apesar dos reveses sofridos pelo exército russo no conflito ucraniano, o plano britânico alerta que a modernização e o crescimento das forças armadas russas indicam uma ameaça duradoura em múltiplas frentes, incluindo espaço, ciberespaço, guerra submarina e uso de armas químicas e biológicas.
Além disso, o Reino Unido destaca que a economia de guerra da Rússia pode acelerar a reconstrução das capacidades militares em caso de cessar-fogo, o que exige vigilância constante dos aliados.
China como desafio estratégico de longo prazo
O documento também enfatiza o avanço militar da China como um desafio sofisticado e persistente para o Ocidente.
Conforme o plano britânico, a vantagem militar tradicional das potências ocidentais está diminuindo diante da rápida modernização e expansão das forças armadas chinesas.
O foco dos Estados Unidos, principal parceiro do Reino Unido, está se deslocando para o Indo-Pacífico, região em que a China busca dominar, minar a influência americana e desafiar a ordem internacional baseada em regras.
Entre as ameaças atribuídas à China estão a espionagem cibernética, o roubo de propriedade intelectual e o fortalecimento de um arsenal nuclear que, até 2030, pode dobrar para cerca de mil ogivas — número capaz de atingir a Europa e o próprio Reino Unido.
Além disso, a expansão dos sistemas espaciais e de mísseis convencionais coloca a China no centro da preocupação britânica sobre futuras batalhas tecnológicas e militares globais.
Brasil na geopolítica global
O posicionamento do Brasil como aliado estratégico do Reino Unido é um movimento surpreendente e relevante, principalmente por reforçar a importância da cooperação sul-americana em um mundo cada vez mais polarizado.
Segundo especialistas em geopolítica, essa aproximação demonstra o reconhecimento do papel crescente das Forças Armadas brasileiras, que têm investido em modernização e ampliado sua atuação em missões de paz e em segurança regional.
O Brasil, como maior país da América Latina em extensão territorial, população e economia, apresenta-se como um parceiro indispensável para os britânicos, que buscam expandir sua rede global de influência além dos tradicionais eixos europeus e norte-americanos.
Em um cenário internacional marcado pela competição entre grandes potências, o Reino Unido parece apostar numa estratégia que combina alianças tradicionais, como a Otan, e parcerias emergentes, destacando a importância do diálogo político-militar com países fora do eixo euro-americano.
Investimentos e modernização das Forças Armadas brasileiras
Nos últimos anos, o Brasil tem realizado investimentos significativos para modernizar seu arsenal e sua capacidade estratégica, o que pode justificar o interesse britânico.
Programas como a construção de submarinos convencionais, incluindo o submarino nuclear previsto para os próximos anos, o desenvolvimento de caças de última geração e o fortalecimento das operações cibernéticas mostram um esforço consistente do país para ampliar sua presença militar e tecnológica.
Além disso, a atuação brasileira em missões internacionais de paz, sob a égide da ONU, contribui para o reconhecimento de seu potencial como parceiro confiável e estratégico.
O plano britânico reforça que o ambiente global de segurança requer uma abordagem multifacetada e multilateral, e a inclusão do Brasil entre seus aliados estratégicos indica uma visão de longo prazo que ultrapassa as fronteiras tradicionais do Atlântico Norte.
Você acredita que o Brasil poderá ter um papel fundamental em uma eventual guerra futura? Deixe sua opinião nos comentários!