Segundo Hartung, a aliança com países produtores de petróleo poderia comprometer os esforços brasileiros em busca de sustentabilidade e conservação dos recursos naturais. Ele ressaltou a importância de se manter a independência em relação a acordos que possam prejudicar o meio ambiente e a economia nacional.
O ex-governador do Espírito Santo e especialista em questões ambientais, Paulo Hartung, criticou o potencial ingresso do Brasil na Opep+, um cartel que reúne os principais produtores de petróleo do mundo. Este convite foi sinalizado pelos membros do governo, incluindo o presidente Lula, que indicaram que o Brasil fará parte da organização, mas como um mero observador.
Numa entrevista realizada com Felipe Miranda durante uma live em celebração aos 14 anos da Empiricus, Paulo Hartung sublinhou que a missão do Brasil é encerrar o desmatamento, o garimpo e a grilagem de terras, além de estabelecer instituições como o mercado de carbono nacional. Ele ressaltou que o país deve avançar no etanol de segunda geração, no hidrogênio e em outras fontes de energia como parte do desafio de transição energética. Para Hartung, esta transição energética é um modelo para ser percebido pelo mundo como comprometido com o tema, e a discussão sobre a entrada na Opep dificulta esse objetivo.
Paulo Hartung também lembrou que o Brasil recebeu o título de ‘Fóssil do dia’ após aderir à Opep. Esse prêmio é concedido de forma irônica pela Rede de Ação do Clima (CAN), composta por ativistas na área. Em sua opinião, o Brasil não deveria ter ingressado na Opep, pois, quando a imagem do Brasil deveria ser fortalecida, acabou por tomar uma iniciativa contraproducente.
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O especialista ressaltou a importância de investir em outras fontes de energia, mas isso não significa que o Brasil deve abandonar a produção e exploração de petróleo. Ele acredita que o Brasil e o governo precisam ter equilíbrio, racionalidade, sabedoria e inteligência para fazer escolhas em meio a um mundo de conflitos, destacando eventos como a briga entre Hamas e Israel, assim como entre China e Estados Unidos, e a invasão da Rússia na Ucrânia.
Paulo Hartung acredita que o Brasil deve viver em cooperação com os dois ‘brigões’, dando prioridade ao bem da população brasileira. Ele concluiu enfatizando que o país atravessa um momento de rearranjo da globalização, que requer escolhas sábias e estratégicas do governo.
Fonte: MoneyTimes