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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 14 comentários

Brasil, México e Canadá elevam tarifas contra aço chinês e tentam recuperar espaço perdido no mercado 

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 25/09/2025 às 20:58
Aço; Tarifas; Chinês; Brasil.
Fonte: IA
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Com tarifas de até 50%, os três países reagem à enxurrada de importações da China, que já responde por 65% do aço comprado pelo Brasil e mais da metade da produção mundial

O aço chinês domina o mercado mundial: sozinho, representou mais da metade do mercado global no ano passado, segundo a Associação Mundial do Aço. 
No Brasil, a situação é ainda mais delicada: 65% das importações de aço vêm da China. Esse avanço preocupa governos e produtores, que enxergam uma ameaça real à indústria nacional. 

“Nossa missão é recuperar esse um terço do mercado que perdemos por conta de importações predatórias”, destacou Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil. 

Tarifas como ferramenta de defesa 

O México anunciou neste mês a elevação de tarifas sobre produtos da China, incluindo o aço, em até 50%. O Canadá também implementou medidas protecionistas para frear a entrada de produtos chineses. 

No Brasil, o setor siderúrgico pressiona por respostas mais rápidas. “Precisamos de celeridade e efetividade na aplicação de medidas de defesa comercial”, reforçou Lopes. 

Além de proteger seus próprios mercados, a estratégia dos três países também fortalece sua posição diante dos Estados Unidos. 
Em julho, Brasil, México e Canadá foram responsáveis por 38% das importações de aço dos EUA e, no acumulado do ano passado, responderam por cerca de metade de todo o volume importado pelo país. 

As tarifas americanas e a guerra comercial global 

As políticas comerciais do governo Trump representaram um duro golpe para os produtores de aço ao redor do mundo. Desde junho, os EUA impuseram tarifas de até 50% sobre o aço importado, atingindo inclusive seus vizinhos e parceiros. 

Essas medidas foram adotadas ao mesmo tempo em que Washington intensificava a guerra comercial contra a China, buscando limitar a entrada de produtos chineses baratos não só no mercado americano, mas também em outros países. 

O dilema para governos e consumidores 

Se por um lado as barreiras são vistas como uma forma de salvar empregos e preservar indústrias locais, por outro, trazem desafios. Tarifas mais altas encarecem insumos estratégicos para setores como construção civil e automotivo, que dependem de aço em larga escala. 

O dilema é equilibrar proteção e competitividade. Sem ação, a enxurrada de aço chinês pode sufocar os produtores nacionais. Mas, ao mesmo tempo, medidas rígidas podem pesar no bolso de empresas e consumidores. 

Pressão sobre o Brasil e risco para a indústria 

O Brasil também avalia medidas mais duras. O governo estuda a aplicação de tarifas antidumping sobre 25 tipos de produtos de aço vindos da China. Já existe um sistema de cotas tarifárias, mas a própria indústria considera a medida pouco eficaz para conter a enxurrada de importações. 

A situação preocupa porque o impacto já afeta investimentos. A ArcelorMittal, por exemplo, cogita adiar a construção de uma nova fábrica no país. “É um projeto que corre o risco de adiamento se o nível de importação continuar crescente”, afirmou Jorge Oliveira, presidente da companhia no Brasil. 

Além disso, a reconfiguração global forçou a empresa a interromper a exportação de 400.000 toneladas de placas de aço produzidas no Brasil para o Canadá, já que o país vizinho não pode mais reexportar aos Estados Unidos após as barreiras impostas por Trump. 

Gerdau alerta para risco de empregos no Brasil 

O cenário levou a Gerdau a levantar um alerta ainda mais sério. Durante conferência em agosto, em São Paulo, o presidente do conselho de administração, André Gerdau Johannpeter, disse que o setor siderúrgico brasileiro se aproxima de um ponto de ruptura. 

Segundo ele, a taxa de utilização da capacidade instalada já caiu para 66%, e qualquer recuo adicional pode resultar na perda de milhares de empregos. “O grande debate é onde vão ficar os empregos — na China ou no Brasil?”, questionou Johannpeter, provocando reflexão sobre o impacto social da crise. 

E você? O que o Brasil deve priorizar neste momento: proteger seus produtores de aço mesmo com risco de encarecimento, ou aceitar a concorrência do aço chinês e apostar que o mercado se ajuste por conta própria? 

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Vince
Vince
27/09/2025 16:37

Mas o tal super estadista L, com sua trupe de incompetentes tem **** preso com a China, Que esta commando o Brasil. FICA dificil para este governo brilliante resolver , dale bolsa familia e todo mundo fica contente

Horácio
Horácio
Em resposta a  Vince
28/09/2025 06:01

Ignorância a parte, é preciso buscar equilíbrio, empresas como a Gerdau não pode substituir todas as demandas financeira de exportação que tbm fazemos para a china ,o comércio tem que buscar equilíbrio e mesmo sendo empresa nacional a Gerdau coloca o preço do aço nas alturas para a construção civil brasileira ,o mercado precisa de competir de forma equilibrada porque está fala aí é pra produzir efeitos negativos em relação ao Brasil e a China
É o domínio de empresas sobre nossos recursos, que tiram do Brasil e prejudicam o próprio brasileiro.

Ronaldo
Ronaldo
27/09/2025 13:41

A Gerdau está fechando fábricas em todo país, os empregados, agora desempregados, devem agradecer ao governo do PT que eles ajudaram a eleger.

Renato Pessoa
Renato Pessoa
26/09/2025 23:47

Já faz algum tempo que a indústria siderúrgica vem alertando esse tipo de concorrência Existe uma morosidade em combater, não sei se é política ou econômica. Deveria se fazer um estudo entre o governo e as siderúrgicas,na possibilidade de reduzir os custos, em prol do desenvolvimento e a manutenção dos empregos. De que adianta manter determinados preços, se estamos perdendo de outra forma. Falta governo e planejamento estrutural e estratégico.

Roberta Souza

Autora no portal Click Petróleo e Gás desde 2019, responsável pela publicação de mais de 8.000 matérias que somam milhões de acessos, unindo técnica, clareza e engajamento para informar e conectar leitores. Engenheira de Petróleo e pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, também trago experiência prática e vivência no setor do agronegócio, o que amplia minha visão e versatilidade na produção de conteúdo especializado. Desenvolvo pautas, divulgo oportunidades de emprego e crio materiais publicitários direcionados para o público do setor. Para sugestões de pauta, divulgação de vagas ou propostas de publicidade, entre em contato pelo e-mail: santizatagpc@gmail.com. Não recebemos currículos

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