Pagamentos de R$ 88 bilhões são distribuídos pela Petrobras em dividendos e assim, o Brasil importa cada vez mais derivados, mantendo a dependência da importação de combustíveis. Ao invés de investir na produção interna de gasolina e diesel, o Governo investe em outros projetos de campanha.
No último sábado, (30/07), a Petrobras anunciou que realizou pagamentos de R$ 88 bilhões em dividendos recordes, fazendo o Brasil importar ainda mais combustíveis. O resultado dos novos pagamentos é um país cada vez mais dependente de importações, colocando o país em uma posição muito complicada no cenário mundial.
A Petrobras realiza pagamentos em dividendos e deixa o Brasil ainda mais dependente de importações de combustíveis após ser pressionada por Bolsonaro
Nesse sentido, é importante ressaltar que a estatal fez a distribuição de dividendos recordes, cerca de R$ 88 bilhões, e o país manteve a dependência de importações após ser pressionada pelo atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, para recompensar os recursos destinados à “PEC do desespero”. Os recursos destinados à PEC fizeram com que a Petrobras antecipasse o pagamento dos dividendos recordes.
Dessa forma, ainda no primeiro semestre deste ano, os acionistas receberão cerca de R$ 136,3 bilhões em dividendos pelo lucro acumulado no período de R$ 98,9 bilhões. Sendo assim, este valor é cerca 35% a mais do que foi pago em todo o ano de 2021, quando a Petrobras pagou um total de R$ 101,4 bilhões em dividendos, por exemplo.
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Desse total, a União, que é a maior acionista da estatal, ficou com R$ 37,3 bilhões, com os R$ 17,7 bilhões distribuídos ao governo ainda no primeiro trimestre, a União receberá R$ 49,8 bilhões em dividendos referentes aos seis primeiros meses de 2022.
“A aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural. O dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”, informou a Petrobras.
Os acionistas internacionais vão receber cerca de R$ 39,27 bilhões
Nesse cenário, os acionistas estrangeiros, que detêm 44,73% do capital da Petrobras, receberão um valor de R$ 39,27 bilhões, que se desenvolveram a partir do lucro da estatal. Desse modo, o resultado do lucro do segundo trimestre foi pautado na ideia dos aumentos dos valores da gasolina (18,8%) e do diesel (24,9%), autorizados em março pela direção da estatal. Só em maio, a diretoria também liberou um aumento de 8,87% no valor final do diesel.
Além disso, já no segundo trimestre, o valor da gasolina variou no país em patamar acima de R$ 7 e chegou a ultrapassar R$ 8 em alguns municípios. No entanto, o preço do óleo diesel ultrapassou os R$ 7 nos postos do país, conforme levantamentos feitos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entre abril e junho. Com isso, a Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 54,3 bilhões, valor 26,8% superior ao que foi registrado no mesmo período de 2021.
Especificamente, as empresas possuem duas opções para o lucro: reinvestir na própria companhia ou distribuir dividendos aos acionistas. A Petrobras, em nota, informou que escolheu pagar um volume recorde de dividendos porque não há investimentos suspensos ou em espera por restrições financeiras, ou orçamentárias.