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Brasil mantém dependência da importação de combustíveis e Petrobras realiza pagamentos de R$ 88 bilhões em dividendos

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 30/07/2022 às 21:05
Atualizado em 02/02/2023 às 19:22
Em meio a um cenário de instabilidade nos valores dos combustíveis e na corrida eleitoral brasileira, o Governo Bolsonaro agora pressiona a Petrobras para baixar os preços do diesel e busca mais dividendos com a antecipação dos valores de 2023.
Foto: Bloomberg

Pagamentos de R$ 88 bilhões são distribuídos pela Petrobras em dividendos e assim, o Brasil importa cada vez mais derivados, mantendo a dependência da importação de combustíveis. Ao invés de investir na produção interna de gasolina e diesel, o Governo investe em outros projetos de campanha.

No último sábado, (30/07), a Petrobras anunciou que realizou pagamentos de R$ 88 bilhões em dividendos recordes, fazendo o Brasil importar ainda mais combustíveis. O resultado dos novos pagamentos é um país cada vez mais dependente de importações, colocando o país em uma posição muito complicada no cenário mundial.

A Petrobras realiza pagamentos em dividendos e deixa o Brasil ainda mais dependente de importações de combustíveis após ser pressionada por Bolsonaro

Nesse sentido, é importante ressaltar que a estatal fez a distribuição de dividendos recordes, cerca de R$ 88 bilhões, e o país manteve a dependência de importações após ser pressionada pelo atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, para recompensar os recursos destinados à “PEC do desespero”. Os recursos destinados à PEC fizeram com que a Petrobras antecipasse o pagamento dos dividendos recordes.

Dessa forma, ainda no primeiro semestre deste ano, os acionistas receberão cerca de R$ 136,3 bilhões em dividendos pelo lucro acumulado no período de R$ 98,9 bilhões. Sendo assim, este valor é cerca 35% a mais do que foi pago em todo o ano de 2021, quando a Petrobras pagou um total de R$ 101,4 bilhões em dividendos, por exemplo.

Desse total, a União, que é a maior acionista da estatal, ficou com R$ 37,3 bilhões, com os R$ 17,7 bilhões distribuídos ao governo ainda no primeiro trimestre, a União receberá R$ 49,8 bilhões em dividendos referentes aos seis primeiros meses de 2022.

“A aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural. O dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”, informou a Petrobras.

Os acionistas internacionais vão receber cerca de R$ 39,27 bilhões

Nesse cenário, os acionistas estrangeiros, que detêm 44,73% do capital da Petrobras, receberão um valor de R$ 39,27 bilhões, que se desenvolveram a partir do lucro da estatal. Desse modo, o resultado do lucro do segundo trimestre foi pautado na ideia dos aumentos dos valores da gasolina (18,8%) e do diesel (24,9%), autorizados em março pela direção da estatal. Só em maio, a diretoria também liberou um aumento de 8,87% no valor final do diesel. 

Além disso, já no segundo trimestre, o valor da gasolina variou no país em patamar acima de R$ 7 e chegou a ultrapassar R$ 8 em alguns municípios. No entanto, o preço do óleo diesel ultrapassou os  R$ 7 nos postos do país, conforme levantamentos feitos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) entre abril e junho. Com isso, a Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 54,3 bilhões, valor 26,8% superior ao que foi registrado no mesmo período de 2021.

Especificamente, as empresas possuem duas opções para o lucro: reinvestir na própria companhia ou distribuir dividendos aos acionistas. A Petrobras, em nota, informou que escolheu pagar um volume recorde de dividendos porque não há investimentos suspensos ou em espera por restrições financeiras, ou orçamentárias.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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