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Brasil já tem data para entrar em colapso econômico, diz especialista

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/09/2025 às 13:11
Especialista alerta que Brasil pode enfrentar colapso econômico em 2027 sem acordo fiscal entre poderes e alternativas de arrecadação.
Especialista alerta que Brasil pode enfrentar colapso econômico em 2027 sem acordo fiscal entre poderes e alternativas de arrecadação.
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Especialista alerta que o Brasil pode enfrentar um colapso fiscal em 2027 caso não haja acordo entre os Três Poderes, em meio a debates sobre incentivos fiscais, aumento de impostos e alternativas de arrecadação.

As contas públicas do Brasil podem entrar em colapso em 2027 se não houver um entendimento entre os Três Poderes para restaurar o equilíbrio fiscal, avalia Rafael Furlanetti, presidente da Associação Nacional das Corretoras de Valores (Ancord) e sócio diretor institucional da XP.

Em entrevista ao CNN Money, do canal CNN Brasil, ele defendeu que a construção de um pacto amplo é condição para evitar a deterioração das finanças do Estado.

Alerta fiscal e pacto entre os poderes

Segundo Furlanetti, o momento exige cooperação explícita entre Judiciário, Executivo e Legislativo.

Nas palavras dele, “todo mundo tem que dar sua contribuição: o Judiciário, Executivo, Legislativo. Está no momento de todo mundo abrir mão de parte para a construção de um todo”.

A fala mira, sobretudo, a revisão de incentivos fiscais e a coordenação entre poderes para conter pressões sobre o orçamento.

Ainda na entrevista, o dirigente da Ancord destacou que a participação da iniciativa privada não deve se limitar à defesa de interesses setoriais.

“Se a economia for bem, vai todo mundo ganhar. O empresário, o Executivo e, principalmente, o cidadão brasileiro”, afirmou.

Para ele, a busca por soluções precisa considerar o impacto macroeconômico e a sustentabilidade do gasto público.

Reação ao aumento do IOF

O debate ganhou força após o governo anunciar, no fim de maio, um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A medida provocou reação imediata do mercado financeiro e de parlamentares, o que levou a equipe econômica a rever parte do pacote.

Furlanetti avalia que a controvérsia pode cumprir um papel útil ao catalisar discussões sobre eficiência do Estado e sobre fontes alternativas de arrecadação, sem depender exclusivamente de elevação de tributos.

Para o presidente da Ancord, confrontos desse tipo tendem a gerar propostas adicionais.

Ele resumiu a movimentação com a metáfora: “desse limão está se fazendo uma limonada na medida que outras soluções vão aparecendo, que o Congresso Nacional se mobiliza junto com o Executivo e tenta pautar reformas de curto, médio e longo prazo para o Brasil”.

A leitura é que, do embate político, emergem agendas de ajustes com diferentes horizontes.

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Venda de excedente de petróleo como receita

Entre as alternativas citadas por Furlanetti está o leilão do excedente de petróleo como forma de reforçar o caixa público e aliviar a necessidade de novos impostos.

“Não é nenhuma ‘maracutaia fiscal’, está só leiloando o excedente”, disse, atribuindo a essa via um potencial de até R$ 20 bilhões em receita.

A ideia insere-se no conjunto de medidas para diversificar as fontes de financiamento do Estado e mitigar pressões sobre a carga tributária.

Embora não substitua reformas estruturais, a venda de excedentes é apontada como instrumento de curto prazo para atravessar um período de maior restrição fiscal.

Em paralelo, o especialista reitera que o país precisa avançar em medidas de eficiência do gasto, revisão de benefícios e simplificação de regras.

Impacto das eleições no debate fiscal

Enquanto o mercado pressiona por previsibilidade, o calendário eleitoral limita o espaço para votações sensíveis.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, tem dito que eventuais ajustes no regime fiscal deverão ser discutidos após 2026, qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais.

Isso porque o ambiente político na antevéspera do pleito dificulta a aprovação de medidas que gerem conflito no Congresso.

“A janela de oportunidade não é agora. Estamos na antevéspera de um processo eleitoral, e o Congresso não vai querer votar algo que seja de certa forma conflituoso”, afirmou.

Na avaliação de agentes econômicos, a definição de um roteiro crível para o período pós-eleitoral tende a reduzir incertezas.

Ainda assim, o alerta para 2027 coloca pressão sobre os Poderes para, ao menos, sinalizar consensos neste momento.

Papel da sociedade e do setor privado

Com o Congresso mais sensível ao humor dos eleitores em ano pré-eleitoral, interlocutores defendem negociações segmentadas para avançar no que for viável, como ajustes de incentivos e racionalização de despesas.

Furlanetti reforça que o setor privado também pode contribuir, abrindo mão de pleitos específicos quando isso travar soluções de maior alcance.

A aposta é que um pacto mínimo já seria capaz de reduzir a percepção de risco e de ancorar expectativas.

O especialista acrescenta que a sociedade tem papel relevante ao sustentar, junto aos representantes, a importância de reformas que proporcionem um Estado mais eficiente e capaz de entregar serviços de qualidade.

Ao levar essa mensagem aos parlamentares, avalia ele, torna-se mais provável construir maiorias para mudanças que, tradicionalmente, enfrentam resistência.

Impacto econômico da incerteza fiscal

A discussão sobre o equilíbrio das contas públicas transborda para a economia real.

Empresas precisam de previsibilidade para investir, planejar contratações e expandir capacidade.

Sem essa visibilidade, projetos ficam em compasso de espera, e o avanço do custo de financiamento encarece decisões de longo prazo.

Furlanetti argumenta que um acordo fiscal consistente — ainda que por etapas — tende a destravar investimentos e melhorar o ambiente de negócios.

Além da arrecadação, a qualidade do gasto aparece entre os pontos críticos.

A revisão de incentivos fiscais e a busca por eficiência em programas existentes, segundo economistas, podem aliviar pressões sem necessariamente impor novos impostos.

Para o presidente da Ancord, esse equilíbrio passa por escolhas transparentes e por um diálogo contínuo entre poderes, setor privado e sociedade.

Risco de colapso em 2027

Enquanto propostas são debatidas, o horizonte de 2027 opera como marco de risco.

Não se trata de uma previsão determinista, mas de um alerta sobre a trajetória das finanças se nada for feito em tempo hábil.

A lembrança de que “todo mundo tem que dar sua contribuição” funciona, nesse contexto, como convite à concertação.

O objetivo é impedir que a combinação de receitas insuficientes e despesas rígidas empurre o país para um cenário de desequilíbrio crítico.

O debate, portanto, não fica restrito a técnicos e investidores. Afeta o cotidiano de famílias, empresas e servidores públicos, que dependem de um Estado solvente para manter políticas e serviços.

As próximas decisões, afirma Furlanetti, indicarão se o país conseguirá equacionar a questão fiscal com medidas de curto prazo alinhadas a um plano de médio e longo prazos.

Diante desse quadro, uma pergunta permanece: o Brasil conseguirá firmar um acordo fiscal antes de 2027 para evitar o cenário de colapso apontado por especialistas?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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