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‘Brasil já não é mais o país do futebol, é o do Pix’, diz analista! Referência no BRICS, tecnologia entrou na mira de Trump e virou até alvo de investigação nos EUA

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 28/08/2025 às 16:59
Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.
Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.
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O Pix se consolidou como referência mundial em pagamentos digitais, virou pauta no BRICS, ganhou nova funcionalidade no Brasil e entrou até na investigação comercial dos Estados Unidos, evidenciando seu impacto econômico e político global.

O Pix segue consolidado como principal meio de pagamento no Brasil e ganhou recentemente a funcionalidade Pix Automático, voltada a cobranças recorrentes e integrada ao Open Finance.

Enquanto expande o alcance no varejo e entre pequenos negócios, o sistema entrou no radar político e comercial dos Estados Unidos.

O governo norte-americano abriu uma investigação comercial que cita o Pix entre práticas brasileiras que, na visão do USTR, prejudicam empresas dos EUA.

Em meio a esse cenário, o advogado Daniel Alvarenga resume o momento: “Brasil já não é mais o país do futebol, é o do Pix”, disse ele em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (28).

Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.
Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.

Pix vira vitrine internacional

A expansão do arranjo instantâneo do Banco Central transformou a experiência de pagamento do consumidor brasileiro desde 2020 e passou a despertar atenção fora do país.

Em julho, soluções de adquirência começaram a aceitar Pix em pontos de venda nos Estados Unidos, em parceria com fabricantes de maquininhas. Com isso, o método passou a ser testado em lojas físicas no exterior.

No plano geopolítico, o tema também entrou na agenda do BRICS, que discute o BRICS Pay, projeto de integração de pagamentos instantâneos entre os países do bloco, com previsão de avanços técnicos ainda em 2025.

Pix Automático: nova etapa para cobranças recorrentes

O Pix Automático foi lançado em 16 de junho de 2025 com a proposta de simplificar o pagamento de contas e serviços recorrentes, como assinaturas, mensalidades e contas de consumo.

A jornada permite que o usuário autorize uma cobrança periódica e, a partir daí, os débitos aconteçam de forma automática, com segurança e transparência.

O desenho técnico prevê oferta tanto pelos bancos quanto por iniciadores de pagamento via Open Finance, ampliando o alcance da funcionalidade para empresas de todos os portes.

Segundo o Banco Central, a novidade busca reduzir fricções típicas do débito automático tradicional, padronizar integrações e baixar custos operacionais de quem cobra mensalmente.

Na prática, recorrentistas podem adotar a ferramenta sem depender de convênios específicos com várias instituições.

Isso tende a facilitar conciliação, reduzir inadimplência e melhorar a experiência do cliente.

Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.
Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.

Especialista destaca impacto para pequenos negócios

Para o advogado Daniel Alvarenga, especialista em regulação bancária, o recurso traz ganhos diretos à gestão financeira de pequenos negócios.

“O Pix agora tem uma ferramenta nova e ela vai correr nos trilhos do Open Finance que chama Pix Automático. Isso é superinteressante para os empreendedores”, afirmou.

Ainda de acordo com ele, a cobrança recorrente por Pix tende a alcançar clientes de qualquer banco, o que elimina a necessidade de manter acordos pontuais com uma única instituição.

Alvarenga também destaca o efeito reputacional do sistema brasileiro no exterior.

“Todos já conhecem o Pix. Eu estive alguns meses atrás em Londres, e todo mundo queria conversar com os brasileiros, porque o Brasil deixou de ser o país do futebol, agora é o país do Pix”, disse, ao relatar o interesse de interlocutores estrangeiros na infraestrutura aberta que sustenta o arranjo.

Investigação nos Estados Unidos envolve o Pix

Em 15 de julho, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abriu investigação sobre práticas brasileiras em comércio digital e serviços financeiros, incluindo o Pix.

Documentos da apuração listam o sistema entre medidas que, segundo a queixa, favoreceriam empresas locais em detrimento de concorrentes norte-americanos.

A etapa de contribuições públicas ocorreu até 18 de agosto, com manifestação de entidades brasileiras do setor produtivo. Não há decisão final.

Embora o debate tenha sido associado ao ex-presidente Donald Trump, atualmente à frente do governo que conduz a investigação, checagens independentes apontam que não há anúncio oficial de sanções específicas ao Pix nem declaração formal prometendo “taxar” o sistema.

O que existe é a inclusão do arranjo instantâneo no escopo mais amplo da análise comercial do USTR.

Banco Central defende neutralidade do sistema

Diante das críticas, o Banco Central tem reiterado que o Pix é uma infraestrutura pública neutra.

Foi desenhado para aumentar eficiência, competição e inclusão no mercado de pagamentos, sem competir com instituições privadas.

A autoridade monetária também lembra que, mesmo com o avanço do Pix, o uso de cartões seguiu crescendo.

O arranjo ajudou a trazer milhões de pessoas para o sistema financeiro desde a estreia.

BRICS discute integração com o Pix

A visibilidade do Pix dentro e fora do país impulsionou sua citação como referência em fóruns de economias emergentes.

No BRICS, a proposta do BRICS Pay busca interligar sistemas como o Pix brasileiro, o UPI indiano e outros equivalentes. A ideia é permitir liquidação instantânea entre países em suas moedas locais.

Representantes ligados ao conselho empresarial do bloco afirmam que o projeto avançou em testes técnicos e pode ter marcos de implementação ainda este ano.

Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.
Pix ganha versão automática, vira destaque no BRICS e entra em investigação dos EUA, reforçando impacto global dos pagamentos digitais.

O que muda para quem cobra e para quem paga

Para o empreendedor, sobretudo o de menor porte, a principal mudança do Pix Automático está na portabilidade da cobrança.

A empresa pode contratar um provedor ou iniciador e, com o consentimento do cliente, receber todo mês independentemente do banco do pagador.

Isso abre espaço para preços mais baixos de aceitação, reduz complexidade de integração e padroniza a experiência.

Para o consumidor, a autorização é clara e revogável. O modelo prevê trilhas de consentimento do Open Finance, painéis de gestão e notificações para manter controle sobre saídas recorrentes.

Enquanto o debate político segue, o cotidiano aponta para uma adoção cada vez mais ampla.

Do pagamento na maquininha de uma loja estrangeira à mensalidade da academia de bairro, o Pix se firmou como infraestrutura sobre a qual novos serviços são construídos. O Pix Automático adiciona uma camada de recorrência que faltava ao ecossistema.

No cenário internacional e na agenda doméstica de inovação financeira, qual será o próximo passo que colocará o Brasil ainda mais no centro das conversas sobre pagamentos digitais?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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