A Universidade Federal do Paraná (UFPR) introduz no mercado fotovoltaico um inovador painel solar, oferecendo múltiplos benefícios para o setor de energia solar.
Recentemente, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) atingiu um marco impressionante ao obter a centésima patente concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A mais recente inovação da universidade é uma técnica avançada para a produção de células solares orgânicas, com o potencial de triplicar a eficiência na conversão de luz solar em eletricidade de um painel solar. Este desenvolvimento pode representar uma mudança significativa no mercado fotovoltaico.
Vantagem do novo painel solar da UFPR
O processo patenteado é aplicado na produção de um novo tipo de painel de energia solar que é formado por filmes finos e flexíveis, desenvolvidos camada por camada como uma impressão. Na produção, polímeros semicondutores, que dão o nome às células por serem compostos orgânicos, são evaporados e fixam-se em um substrato, formando um material bastante flexível e semitransparente.
Uma das principais vantagens dessas células para o mercado fotovoltaico está na forma de sua produção, que acontece em impressoras de rolo para rolo, possibilitando a produção de quilômetros de células por mês em substratos flexíveis.
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Diferente de um painel solar comum, este tipo de inovação da UFPR é muito mais versátil, dependendo bem menos do ângulo da incidência do sol, usando estruturas de suporte mais leves e podendo ser aplicadas de várias formas, como em mobiliários urbanos, fachadas de prédios, estufas e até mesmo em mochilas e casacos.
A professora do Departamento de Física da UFPR, Lucimara Stolz Roman, que coordenou o estudo que levou à patente do painel de energia solar, explica que a produção desse tipo de material para o mercado fotovoltaico é algo bastante desafiador.
O filme é formado através da evaporação de uma solução que contém vários materiais semicondutores. Dependendo da forma como o material seca e do tratamento térmico aplicado, o filme terá uma morfologia diferente, o que pode alterar suas propriedades ópticas e elétricas, que impactam a geração de energia.
Novo painel solar da UFPR também será mais barato
O processo patenteado descreve uma nova maneira de fazer o filme para o painel de energia solar, desenvolvida durante pesquisas com esse tipo de material no Grupo de Dispositivos Nanoestruturados da UFPR (DiNE). A nova técnica permite que após a secagem do filme seja possível fazer uma nova reação por meio de um tratamento térmico para torná-lo mais estável e durável.
O processo da UFPR para o mercado fotovoltaico também melhorou a eficiência na conversão luminosa em elétrica. Segundo a pesquisadora, no sistema evidenciado como prova de conceito na carta de patente, a célula solar orgânica triplicou sua eficiência de conversão luminosa com essa etapa.
A principal desvantagem do painel solar orgânico está em sua durabilidade e eficiência, que são menores que os convencionais. E o novo método patenteado é um exemplo de como as pesquisas estão atuando para resolver estes problemas.
No futuro próximo as células solares orgânicas devem ser mais baratas, duráveis e eficientes, tornando a energia solar muito mais acessível. Essa tecnologia está em desenvolvimento e neste aspecto é muito gratificante poder atuar para as células do presente e futuro, segundo Roman.
Novo painel solar pode chegar em breve ao mercado fotovoltaico
Segundo Pedro Henrique Gonzalez de Cademartori, diretor da Agência de Inovação, todo o processo para a patente começa com uma ideia, em geral a partir de um projeto de pesquisa que envolve a geração de um produto ou processo que possa ser uma invenção ou um modelo de utilidade.
Com a patente em mãos, o painel de energia solar está pronto para ser transferido para a sociedade. Além da 100ª patente, já contamos com a patente de número 101 da UFPR, chamada de Disposição construtiva de ambiente multifuncional sistêmico para interior de modais de transporte.