Delegação brasileira em Nova Delhi busca expandir o comércio bilateral e reduzir dependência dos Estados Unidos
Em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, o Brasil intensifica negociações com a Índia para ampliar o Acordo de Comércio Preferencial do Mercosul. A missão brasileira chegou a Nova Delhi em 7 de outubro de 2025, com o objetivo de diversificar exportações, atrair investimentos e fortalecer o multilateralismo entre as duas economias emergentes. Assim, o país busca abrir novos caminhos comerciais e reduzir riscos econômicos.
Reuniões bilaterais avançam em temas estruturantes
Durante as reuniões, a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, liderou a delegação brasileira, acompanhada por representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Agricultura e Pecuária.
O grupo tratou de certificados de origem eletrônicos, barreiras comerciais e propriedade intelectual, além de investimentos e cooperação energética.
Do lado indiano, o secretário de Comércio Rajesh Agraw destacou a importância de aprofundar a parceria bilateral, especialmente em um cenário de incerteza global. Além disso, foram debatidos temas multilaterais, como a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), a participação conjunta na COP30 e a atuação nos BRICS. Dessa forma, as conversas reforçaram o compromisso mútuo de ampliar a integração econômica e política.
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Brasil busca ampliar margens do acordo Mercosul–Índia
O acordo vigente cobre apenas 14% das exportações brasileiras para a Índia. Ele contempla 450 categorias de produtos dentro de um universo de 10 mil, com reduções tarifárias modestas, entre 10% e 20%.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), há amplo potencial para expansão. Em 2024, o fluxo comercial entre os dois países alcançou US$ 12,1 bilhões, segundo dados oficiais.
Em setembro de 2025, o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior aprovou a renovação do mandato negociador para ampliar o tratado. Assim, o Brasil reforça o interesse em aprofundar a integração econômica com a Índia e fortalecer sua presença na Ásia.
De acordo com Tatiana Prazeres, “Brasil e Índia reafirmam o objetivo de ampliar o fluxo comercial bilateral e diversificar as pautas de exportação e importação”. Para ela, o encontro simboliza um passo concreto na consolidação da parceria estratégica.
Diplomacia brasileira intensifica esforços na Ásia
O Brasil vê a Índia como um aliado essencial na Ásia para reduzir a dependência das exportações aos Estados Unidos. Por isso, o governo aposta em novas frentes de cooperação internacional e expansão de mercados bilionários.
Entre as medidas do plano de contingência contra o tarifaço, estão acordos em negociação com Emirados Árabes Unidos, Canadá, Índia e Vietnã.
Além disso, o Mecanismo de Monitoramento de Comércio Brasil–Índia, criado em 2008, permanece ativo para remover barreiras e agilizar o diálogo técnico. Dessa forma, o mecanismo tem sido essencial para avaliar oportunidades e facilitar tratativas comerciais, mesmo em períodos de instabilidade econômica global.
Próximos passos e visita oficial de Geraldo Alckmin
A missão atual antecede a visita oficial do vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do MDIC, prevista para 16 e 17 de outubro de 2025, em Nova Delhi.
Durante a agenda, o governo pretende anunciar novos compromissos bilaterais e fortalecer os laços econômicos e tecnológicos entre as duas nações.
Fontes do MDIC afirmam que o encontro pode abrir espaço para investimentos em energia, inovação e infraestrutura, setores considerados prioritários por ambos os países. Assim, a visita marca um novo capítulo da diplomacia econômica brasileira.
Relação comercial em expansão
Desde a criação do acordo em 2004, o comércio entre Brasil e Índia vem crescendo de forma consistente. No entanto, especialistas apontam que o tratado ainda possui alcance limitado, o que restringe o potencial de desenvolvimento.
Com as negociações em andamento, o Brasil espera aumentar a competitividade de seus produtos, atrair investimentos estratégicos e ampliar o acesso ao mercado asiático.
Além disso, analistas afirmam que a cooperação bilateral reforça o papel dos BRICS e contribui para um comércio internacional mais equilibrado e diversificado.
Parceria estratégica e futuro da diplomacia
Tatiana Prazeres avalia que a consolidação da parceria com a Índia é fundamental para o reposicionamento do Brasil no cenário global.
Ela ressalta que o diálogo constante cria bases sólidas para relações comerciais duradouras e estimula inovação e sustentabilidade no intercâmbio econômico.
O governo acredita que essa aproximação pode impulsionar as exportações brasileiras, reduzir barreiras tarifárias e abrir novas oportunidades de investimento.
Dessa forma, o país avança rumo a uma política externa mais ativa e diversificada, capaz de responder às mudanças do comércio internacional.
O que você acha que deve ser prioridade para o Brasil: expandir rapidamente os acordos comerciais com a Índia ou adotar um ritmo mais cauteloso, priorizando sustentabilidade e equilíbrio nas relações internacionais?