Durante conferência internacional no Rio de Janeiro, a ANP apresentou avanços no setor de petróleo e gás, destacou investimentos bilionários, abordou transição energética, inovação tecnológica e perspectivas de exploração offshore
O setor de petróleo e gás brasileiro voltou a ganhar destaque internacional com a participação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na International Conference and Exhibition (ICE), organizada pela American Association of Petroleum Geologists (AAPG).
O evento ocorre no Rio de Janeiro entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro e reúne especialistas de 126 países, segundo uma matéria publicada.
A presença da ANP reforçou o papel estratégico do Brasil como fornecedor global de energia, em meio a um cenário de transição energética e investimentos de grande porte.
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Durante os debates, foram apresentados dados sobre produção, arrecadação e perspectivas de inovação tecnológica.
Somente em 2025, o país deverá receber mais de 20 bilhões de dólares em novos aportes, consolidando sua posição no mercado mundial.
Transição energética no setor e gás natural como protagonista
O tema da transição energética foi um dos pontos centrais das discussões sobre o setor de petróleo e gás.
A diretora da ANP, Symone Araújo, destacou em sua fala a importância do gás natural como combustível-chave nesse processo. Segundo ela, trata-se da principal fonte fóssil de apoio para uma economia de baixo carbono.
A executiva lembrou que a Agência é responsável pela gestão de cerca de R$ 100 bilhões anuais em royalties e outras participações governamentais, recursos que ajudam a financiar projetos de energia limpa e sustentável.
Além disso, a Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação já direciona aproximadamente R$ 4,2 bilhões por ano para projetos de eficiência energética e capacitação de profissionais, conectando ciência, tecnologia e regulação.
Investimentos internacionais fortalecendo exploração offshore brasileira
Outro ponto de destaque no encontro foi a ênfase nos aportes estrangeiros no setor de petróleo e gás. O diretor-geral da ANP, Artur Watt, afirmou que o Brasil oferece um ambiente de negócios sólido, com regulação previsível e oportunidades em exploração offshore.
Ele destacou que, além dos 20 bilhões de dólares previstos para produção em 2025, outros 1,5 bilhão de dólares estão projetados para contratos em fase de exploração.
Projetos como a exploração da Margem Equatorial e o 3º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha, marcado para 22 de outubro, reforçam essa agenda de expansão.
O país também prepara a inclusão de 275 novos blocos na Oferta Permanente de Concessão, ampliando o potencial de descobertas.
Inovação tecnológica aplicada ao setor de petróleo e gás
A inovação tecnológica foi abordada como vetor essencial para o futuro do setor de petróleo e gás. A ANP reforçou que os investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I) estão diretamente conectados às demandas por eficiência e redução de emissões.
Desde 2023, a cláusula obrigatória que direciona recursos de operadoras já acumula aportes bilionários em projetos de transição energética.
Entre as iniciativas, destacam-se pesquisas voltadas ao aproveitamento de gás natural, soluções para captura de carbono e programas de formação de especialistas.
Durante o evento, a presença de superintendentes da Agência reforçou o compromisso com a integração entre regulação, tecnologia e sustentabilidade, aproximando a ciência da prática empresarial.
Regulação estratégica garante segurança ao investidor global
A regulação foi tratada como diferencial competitivo para o setor de petróleo e gás brasileiro. Segundo a ANP, a clareza das regras e a estabilidade institucional tornam o Brasil um destino atrativo para investidores internacionais.
A participação da Agência em fóruns de reguladores internacionais demonstrou alinhamento com boas práticas globais.
Além de assegurar segurança jurídica, a ANP cumpre papel fundamental na distribuição de royalties e no fortalecimento do pacto federativo, beneficiando estados e municípios.
A atuação em eventos como a ICE reafirma que regulação previsível, investimentos consistentes e inovação tecnológica caminham juntos para sustentar a expansão do setor no país e no mundo.