Pesquisa revela que o Brasil está em posição de destaque para capturar parte de um mercado de US$ 16 trilhões em tecnologias limpas, superando economias desenvolvidas.
Um novo estudo indica que o Brasil e outras nações emergentes estão mais bem posicionadas do que países ricos para liderar a transição para uma indústria verde. Fatores como abundância de minerais críticos e custos de energia mais baixos colocam o país em vantagem na corrida por um mercado trilionário focado em tecnologias de baixo carbono.
A vantagem competitiva do Brasil na economia verde
O Brasil possui vantagens competitivas significativas para se tornar um polo da indústria verde. De acordo com a pesquisa “Green Industrialisation: A New Engine for Emerging Market Growth”, o país se destaca pela vasta disponibilidade de recursos naturais essenciais para a transição energética. A abundância de minerais críticos, como o lítio e o cobalto, é um fator chave.
Além disso, os custos de produção no Brasil são consideravelmente mais baixos. O estudo aponta que os custos com energia para produzir hidrogênio verde no país podem ser até 75% menores do que em nações como o Japão. Essa vantagem de custo é um atrativo poderoso para a instalação de novas indústrias de tecnologia limpa.
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Oportunidades em um mercado de US$16 trilhões
A oportunidade econômica é imensa. O mercado global para tecnologias limpas, incluindo painéis solares, turbinas eólicas, baterias e hidrogênio verde, pode chegar a US$ 16 trilhões. Para avaliar a capacidade dos países de aproveitar essa chance, o estudo criou o “Índice de Prontidão para a Indústria Verde”.
Nesse índice, que analisa 20 economias, o Brasil aparece em uma posição promissora. O país demonstra grande potencial para capitalizar em setores estratégicos. A fabricação de baterias e a produção de hidrogênio verde são áreas onde o Brasil pode se tornar um líder global, atraindo investimentos e gerando empregos.
Superando as economias do G7
Surpreendentemente, o estudo revela que muitos países do G7, grupo das maiores economias do mundo, estão atrás dos emergentes nessa corrida. Nações como Canadá, França e Japão aparecem nas últimas posições do ranking de prontidão para a indústria verde. O Brasil, junto com a China e a Índia, mostra-se mais preparado.
Essa mudança de cenário é impulsionada pela combinação de recursos naturais, custos competitivos e um crescente foco em políticas industriais verdes. O investimento estrangeiro direto também desempenha um papel crucial, buscando locais que ofereçam as melhores condições para a produção de tecnologias limpas de forma eficiente e barata.
O caminho a seguir para o Brasil
Para que o Brasil consolide sua liderança, é fundamental a implementação de políticas de apoio consistentes. A pesquisa destaca a necessidade de um arcabouço regulatório claro e de incentivos que atraiam capital e tecnologia. A colaboração internacional também será essencial para acelerar o desenvolvimento.
O momento é decisivo. Ao fortalecer sua política industrial verde e aproveitar suas vantagens naturais, o Brasil tem uma oportunidade histórica de se posicionar como uma potência na nova economia global, impulsionando um crescimento sustentável e inclusivo.