Uma ferrovia que liga o Atlântico ao Pacífico pode mudar tudo. E começa aqui, no Brasil.
Você já pensou em embarcar uma carga de soja na Bahia e vê-la chegar ao Pacífico sem depender do Canal do Panamá? Pois é isso que está em jogo. Brasil e China acabam de assinar um acordo que pode dar origem à maior ferrovia transcontinental chamada bioceânica da história da América do Sul: um corredor logístico entre Ilhéus (BA) e o porto de Chancay (Peru), conectando os oceanos Atlântico e Pacífico por trilhos.
O projeto não é simples — mas é grandioso. Ele está nas mãos da Infra S.A., empresa do Ministério dos Transportes, em parceria com a China Railway Group Limited, a maior estatal ferroviária do mundo. O que está em curso agora é a realização de estudos técnicos, ambientais e econômicos. Se aprovado, o trajeto cortará cinco estados brasileiros, subirá os Andes e conectará o país ao mercado asiático como nunca antes.
28 dias em vez de 40: o tempo é dinheiro — e a China sabe disso
Hoje, exportar soja ou minério para a Ásia leva, em média, 40 dias via Canal do Panamá. A nova ferrovia promete reduzir esse prazo para até 28 dias, uma economia de quase duas semanas! E não estamos falando apenas de tempo. Menos tempo significa menos custo logístico, mais competitividade e mais dinheiro no bolso de quem exporta.
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A ferrovia atravessará os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, conectando-se a trechos já em construção, como a Fiol e a Fico, e seguiria até o litoral peruano, onde o moderno Porto de Chancay, com forte presença chinesa, já está pronto para receber cargas de grande escala. E o Brasil? Ainda não é membro oficial da Nova Rota da Seda, mas na prática, já está embarcando nessa agenda.
Um desafio de bilhões — com retorno geopolítico e estratégico
Não se iluda: cruzar os Andes com trilhos é coisa de engenharia de ponta. Os desafios são gigantes: clima, altitude, impacto ambiental, infraestrutura e, claro, custo. O orçamento ainda não foi divulgado, mas a estimativa é de que os estudos durem até cinco anos. A execução? Vai depender de quanto interesse, investimento e pressão política houver.
O que está em jogo não é só uma ferrovia. É uma nova forma de o Brasil dialogar com o mundo. Hoje, somos excessivamente dependentes da logística marítima. Com essa ferrovia, poderíamos virar o jogo — criando uma alternativa estratégica e nos posicionando como elo central entre a Ásia e a América do Sul.
Se for na gestão peti sta, vai ser igual a transposição do São Francisco só desvio de dinheiro até secar o recursos e vim um com serenidade e terminar a obra