Superando diferenças políticas, Brasil e Argentina firmaram nesta segunda-feira (18) um acordo estratégico para a importação de gás natural, durante as reuniões do G20 no Rio de Janeiro. A parceria marca um passo importante para fortalecer a integração energética entre os países e reduzir o custo do insumo no Brasil.
O acordo, que contempla a exploração do megacampo de Vaca Muerta, na Argentina, busca transformar o subaproveitado potencial energético da região em uma solução eficiente para o Brasil. O plano inicial é importar 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia a partir de 2025, podendo atingir 10 milhões de m³/dia até 2028 e 30 milhões de m³/dia em 2030. Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a medida é crucial para aumentar a oferta e fomentar a reindustrialização no Brasil.
“Precisamos tratar o gás como uma energia de transição, aumentando o volume para reduzir custos e promover o desenvolvimento econômico”, afirmou Silveira.
Benefícios econômicos e logística do gás natural
O gás vindo de Vaca Muerta apresenta preços altamente competitivos: o custo na Argentina é de US$ 2 por milhão de BTUs, enquanto, após a importação, o preço final no Brasil será entre US$ 7 e US$ 8 por milhão de BTUs. Isso representa uma economia significativa em comparação à média atual de US$ 13,82 no mercado brasileiro.
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Para viabilizar o transporte do gás natural, cinco rotas possíveis estão em análise. Uma das principais alternativas envolve a reversão do fluxo do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), hoje subutilizado.
Outras opções incluem a construção de gasodutos atravessando o Paraguai, conexões diretas com o Rio Grande do Sul e a exportação via Uruguai. Apesar de viável, o uso de gás natural liquefeito (GNL) é visto como menos atrativo devido aos custos adicionais.
Integração regional e perspectivas futuras
As obras de infraestrutura para conectar Vaca Muerta ao Gasbol devem ser concluídas até março de 2025, conforme Eduardo Javier Rodríguez Chirillo, secretário de Energia argentino. Ele também destacou que ajustes internos na Argentina ainda são necessários para garantir o fluxo de gás ao Brasil.
Esse acordo entre Brasil e Argentina não apenas fortalece os laços entre os países, mas também alavanca a transição energética na América do Sul. Para o ministro Alexandre Silveira, o foco está em transformar desafios climáticos em oportunidades econômicas, alinhando os interesses energéticos de ambas as nações.
Com o avanço da parceria, o gás natural se posiciona como uma solução estratégica, promovendo crescimento sustentável e consolidando o protagonismo de Brasil e Argentina na integração energética do continente.